Simplifique, não complique

Simplifique, não complique

A arte de simplificar é uma das coisas mais poderosas que você pode desenvolver.

Leonardo da Vinci tem uma frase famosa que diz que simplicidade é sofisticação.

O mundo está cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo (VICA) e precisamos encontrar uma resposta a isso, pois influencia muito forte nas nossas decisões pessoais, profissionais e nas da empresa.

Todos conhecemos alguém em depressão (entrando, saindo, nela), alguém com apatia, com ansiedade, com lassidão (tá bom, mas tá ruim), alguém que teve um piripaque e precisou de um tempo, alguém que começou a precisar de medicação para tentar ter uma rotina mais normal.

É normal e fácil de entender: a carga e a pressão estão realmente grandes. Todo mundo está pressionado.

Como, por exemplo, fazer planejamento em um cenário de mudanças constantes?

Que indicadores usar para acompanhar se estamos indo bem ou não?

Como e quando reagir ao inesperado?

Como saber se estamos tomando decisões corretas? Se estamos fazendo o melhor possível?

A busca pela estabilidade num mundo instável passou a fazer parte do nosso dia a dia, numa sucessão de altos e baixos contínuos que tem um preço emocional/psicológico enorme.

Por isso minha defesa pela busca proativa e focada por SIMPLIFICAR.

Falo isso pois noto com frequência que muitas pessoas – inclusive algumas bem inteligentes – fazem justamente o contrário: complicam tudo (às vezes até para se sentirem mais inteligentes), e acabam piorando o problema.

Tem uma frase de Confúcio que fala sobre isso: a vida é simples, nós é que complicamos.

As pessoas complicam geralmente por falta de conhecimento, por pressa/superficialidade ou, na maioria das vezes, por insegurança.

Sintoma claro de insegurança é quando a pessoa substitui pensar por fazer (e vice-versa). Faz quando deveria pensar e pensa quando deveria fazer.

A simplicidade resolve muito disso.

Raramente vemos a produtividade diminuir ao simplificar algo.

Gostaria de reforçar que o ponto central não é só a busca do simples. É simplificar. São coisas diferentes.

A questão é como lidar com a complexidade. Charlie Chaplin definiu isso bem quando disse “simplificar não é simples”. Mas é o que precisamos fazer. Criar mais complexidade interna para lidar com complexidade externa não me parece um caminho ótimo, nem em termos de produtividade nem em custo emocional.

Por isso sempre repito: quer me mostrar que é realmente inteligente? Então, SIMPLIFIQUE.

Trabalhamos com empresas que tem 1500 SKUs, por exemplo. Reduzimos para 300 e as vendas e a rentabilidade aumentam.

Trabalhamos com empresas que têm equipes de vendedores e/ou representantes com estruturas complexas. Simplificamos seus processos comerciais e as vendas aumentam.

Trabalhamos com empresas que têm 18 canais de comunicação/prospecção/atendimento a clientes. Simplificamos isso, níveis de satisfação e indicadores de performance melhoram todos.

Trabalhamos com empresas que têm relatórios de vendas com mais de 100 slides. Simplificamos isso e os resultados melhoram imediatamente.

Trabalhamos com empresas que têm reuniões sem roteiro, sem pauta, sem horário definido, com gente demais e decisões de menos. Simplificamos isso e as pessoas passam a QUERER e a PEDIR as reuniões, pois agora são úteis.

Quanto mais eu penso no assunto, mais eu admiro e defendo o poder da SIMPLICIDADE e da SIMPLIFICAÇÃO.

Pegue, por exemplo, a questão de vendas complexas de alto valor agregado. Qual é a função do vendedor num processo desses? SIMPLIFICAR a decisão de compra do cliente. Ponto. Todo o resto gira em função disso. E ninguém fala do assunto! (A não ser eu – e agora você).

Num mundo em constantes mudanças, simplificar passa a ser um diferencial competitivo forte e uma maneira inteligente, sofisticada e elegante de lidar de maneira produtiva, eficaz e eficiente, com a complexidade.

Quanto mais VICA, mais importante saber simplificar.

Como na estátua de Davi que sempre falo: tirar tudo que não é Davi.

Quando Steve Jobs chegou para a equipe dele e disse “Não vai ter manual de instrução no iPhone”, estava SIMPLIFICANDO. Note que não é simples (a equipe teve que trabalhar muito para conseguir isso), mas olhe a diferença que fez.

Quando Elon Musk foi lançar um carro elétrico, todo mundo disse que era economicamente inviável. Aí ele começou a usar a lógica da simplificação, isolando o real problema (que estava na bateria). Hoje temos a Tesla. (#para pensar: problemas complexos são a soma de vários problemas simples menores).

Pode notar como simplificar invariavelmente nos deixa mais leves, mais rápidos e ágeis, diminui erros, facilita, acelera e melhora.

Ninguém precisa de mais um controle remoto com 35 botões.

Ninguém precisa de manual de instruções com 450 páginas (para trocar o horário do relógio do carro, por exemplo… ou para gravar um programa que você não vai poder assistir ao vivo).

Tudo complicado. Tudo confuso. Tudo lento, complexo, pesado. Por quê? Porque as pessoas e empresas vão respondendo à complexidade com mais complexidade.

Eu tenho recomendado, com sucesso, ir pelo caminho contrário. Simplifique e simples fique.

Uma das melhores definições que encontrei sobre simplicidade é de John Maeda: “simplicidade é eliminar o óbvio e adicionar o que tem significado”.

Olhe à sua volta e comece a prestar atenção em todas as oportunidades que você tem de simplificar – seja na vida pessoal ou profissional.

Lembre que para complicar algo não precisamos ser muito inteligentes. Inteligência mesmo é reconhecer que estamos complicando e tornando algo complexo, dar um passo atrás e pensar “como podemos simplificar isto?”.

Pessoas e empresas que fizerem isso de maneira consistente e consciente terão não apenas resultados muito melhores e um posicionamento forte e completamente diferente da concorrência, mas, principalmente, uma forma elegante, sofisticada, inteligente e produtiva de lidar com o mundo VICA.

Se deixarmos, vamos empilhando coisas na nossa vida como resposta automática à complexidade.

Estou sugerindo e recomendando não só parar de empilhar, mas, principalmente, tirar tudo que não é essencial. (Recomendação ótima de leitura sobre isso: Essencialismo, Greg McKweon).

E você: onde acha que pode simplificar sua vida e seu trabalho? Onde tirar, e não colocar mais, pode acelerar, melhorar, ajudar? Onde subtrair adiciona? Onde menos é mais?

Faça um pôster e coloque na parede de reuniões da sua empresa.

Coloque um post-it na sua mesa como lembrança.

Estamos complicando ou simplificando?

Escolha simplificar. Menos é mais. Tire tudo que não é Davi.

Simplifique,
Não complique e
Feliz fique.

Abraços de um cara simples, boa semana e boa$ venda$,

Raul Candeloro
Diretor

P.S. Quer ajuda para simplificar seus processos de venda e melhorar seus resultados, sejam vendas simples, recorrentes, ou complexas e de alto valor agregado? Entre em contato: [email protected]

P.S. Alguns dos maiores prazeres da vida são quando fazemos e aproveitamos as coisas mais simples:

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