Um mundo em transformação e o olhar para tendências como parte do planejamento

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Por João Guilherme Brotto

“Para acelerar é preciso, antes, desacelerar.”
Ben Sauer

O pensamento de Ben Sauer, que se identifica como um detetive de oportunidades que trabalha para fazer com que produtos digitais atendam a necessidades humanas, ilustra o que é necessário fazer quando o assunto é planejamento. Se o dia a dia exige rapidez na tomada de decisões, é no momento do planejamento que aspectos que costumam ser ignorados – porque “não há tempo para pensar no que pode ser deixado para depois” – precisam ser analisados

Neste sentido, na busca por inspiração, referências e novas ideias para planejar o futuro de sua empresa e carreira, um bom caminho é investigar universos paralelos. Mas, calma, não se trata de estudar galáxias distantes, e sim de ligar o radar e observar realidades diferentes da sua para entender as transformações na forma como as pessoas vivem, consomem, se relacionam e criam expectativas para, então, descobrir e entender os impactos disso nos negócios.

A conversa que procuramos ter nesta reportagem tem tudo a ver com a ideia de planejamento e de diminuir a velocidade para poder acelerar com mais clareza.

A seguir, você vai ler a seguir um trecho adaptado de uma reportagem publicada na VendaMais de janeiro de 2020. Acesse bit.ly/tendências-planejamento, faça seu login na Área do Assinante Premium VendaMais e leia a matéria na íntegra.

Alerta: as expectativas dos consumidores estão sendo criadas longe da sua empresa!

Você já parou para pensar sobre como a forma como nos relacionamos com marcas mudou nos últimos anos?

Compras a um clique, experiências omnichannel, atendimentos conduzidos por robôs, compras feitas por voz, pagamentos realizados sem dinheiro, entregas de praticamente tudo na porta de casa são coisas cada dia mais comuns, e que há pouco tempo não existiam nem em sonho.

Pelo lado da área comercial, apps estão substituindo o trabalho de distribuidores e representantes, posições de vendas e atendimento estão sendo absorvidas por tecnologia e automação, novas ferramentas e mercados estão surgindo e, provavelmente, afetando a sua empresa. Ou seja, mais do que nunca, é preciso se reinventar.

As pessoas estão se acostumando com novas formas de consumo, e as mudanças só vão se intensificar. Vivemos em um mundo cada vez mais imediatista, e o cliente tem um poder que há alguns anos não tinha. Isso faz com que a expectativa do seu cliente ao ser atendido e ao se relacionar com você e com sua empresa passe a ser baseada em experiências que ele vive em outros lugares – seja com apps de mobilidade e de delivery ou a partir de tantas outras comodidades e inovações que os últimos anos trouxeram. 

Diante de um cenário cada vez mais complexo de ser compreendido, mais do que nunca é necessário estudar continuamente para entender as mudanças que estão criando novos hábitos e comportamentos. Para isso, é essencial investigar outros mercados, novas tecnologias e as gerações mais jovens.

Para pensar:

Seu cliente está mimado e você precisa saber lidar com isso!

  • Será que o fato de hoje conseguirmos chamar um motorista em dois minutos, assistir a qualquer coisa em qualquer lugar ou receber cerveja gelada em casa em menos de 30 minutos com apenas dois cliques não faz com que nos tornemos mais interessados, por exemplo, em empresas ágeis e que resolvem problemas rapidamente?

  • Já parou para pensar que seu concorrente pode não ser quem você pensa que é? Novos mercados surgem dia após dia. Soluções que hoje sequer existem, amanhã podem engolir o seu mercado. Se você já deixou de sair para jantar ou fazer qualquer outra coisa para ficar em casa assistindo algo na Netflix, já participou desse movimento de criar concorrentes inusitados.

Falar em tendências é falar sobre as novas gerações

Os millennials, que estão começando a assumir a gestão de empresas e, enquanto consumidores, aumentando seu poder de compra, se importam muito com sustentabilidade”, destacou Brian Whipple, CEO da Accenture Interactive, maior agência digital do mundo, em uma palestra na NEXT Conference, evento que acontece anualmente em Hamburgo (Alemanha), e que a VendaMais acompanha há cinco anos.

Mas não é “só” isso. Cada vez mais as pessoas, em especial os mais jovens, preocupam-se em saber a história por trás das empresas de que compram:

  • Qual é a origem dos produtos?

  • Quem são os fornecedores?

  • A empresa apoia causas ambientais e sociais?

  • Ela remunera seus funcionários de forma justa?

  • Como ela ameniza o impacto ambiental que sua atuação causa?

São questões que há poucos anos não eram debatidas no planejamento das organizações, mas que terão um impacto cada vez maior nas vendas e na longevidade empresarial.

Do ponto de vista do RH, Whipple, que trabalha com as principais empresas do mundo, falou que “a retenção de talentos aumenta em 300% quando a empresa tem uma gestão baseada em valores e em um propósito real”.

Por fim, ele deixou um alerta aos gestores que são reticentes à mudança: “O problema é o cérebro do executivo que tem medo de quebrar a barreira da permissão. Não gosta do incerto, é avesso ao risco e preocupa-se com a autopreservação. Isso faz com que nada mude”, analisou.

Se você se identifica com essas características, ligue o alerta. Em tempos em que a mudança é a única certeza, ignorar o que é novo e diferente é dar um tiro no pé. As bandeiras levantadas pelas novas gerações e pelas mudanças desencadeadas por novos hábitos e comportamentos de consumo trazem questões que não podem mais ser desprezadas.

A geração Y (ou millennial) é formada por pessoas que nasceram entre 1980 e 1994.

A África sem o preconceito e visões estereotipadas

Qual é a primeira imagem que lhe vem à mente quando você pensa no continente africano? Animais selvagens? Safáris? Pobreza?

Acredite, enquanto estereótipos e preconceitos insistem em existir, por lá, o futuro está sendo construído. “Conhecemos a África pobre, dos animais e dos safáris. Conhecemos a África que precisa da nossa ajuda, mas, enquanto isso – e ao contrário do que muitos pensam –, o futuro está sendo construído lá. A população é jovem e o crescimento é rápido. Das 30 cidades que mais crescem no mundo, 21 estão no continente africano”, contou Marcello Schermer, empreendedor austríaco que mora em Joanesburgo (África do Sul) e trabalha ajudando pequenos empreendedores em diferentes países africanos a desenvolverem suas startups.

Em sua palestra, Schermer falou sobre startups que estão se destacando por criarem serviços e produtos 100% alinhados às necessidades locais. A Zipline, por exemplo, usa drones para enviar medicamentos de um hospital para outro. Surgiu porque a infraestrutura das estradas é precária e muitos locais são de difícil acesso.

Já a SafeBoda é uma empresa de mototáxi que funciona como o Uber, com o diferencial de ter um cuidado especial com os taxistas. Eles são tirados da informalidade, ganham acesso a sistema bancário, seguro saúde, auxílio para compra de combustível e outros benefícios essenciais, mas ainda distantes da maioria da população de países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Schermer reforçou que os africanos não estão esperando por alguém que os salvem. “Essas empresas estão se destacando por resolverem problemas que o mundo desenvolvido sequer sabe que existem”, provocou.

Que problemas existem em sua região/comunidade, são ignorados pelo poder público e você poderia ajudar a resolver (seja através de novos produtos/serviços ou, por que não, de ações sociais)? Por que não contemplar isso em seu planejamento?

Diversidade, inclusão e promoção do bem-estar: as tendências mais fortes em Recursos Humanos

De acordo com a consultoria Accenture, nos últimos anos, marcas que valorizam a contratação de profissionais com deficiências tiveram margens de lucro 30% maiores do que marcas que não se preocupam com isso.

Na mesma esteira, a escola de negócios da New York University Stern School of Business publicou um estudo em julho de 2019 revelando que 77% dos consumidores millennials nos EUA e 44% na França, na Alemanha e na Itália têm mais chances de comprar de marcas que ajudam refugiados. 

Trazendo esses dados para a área comercial, abre-se espaço para debater questões relacionadas ao processo de recrutamento e seleção. Afinal, quem você contrata diz mais sobre a cultura da sua empresa do que a sua habilidade de executar o trabalho.

Sua empresa está atenta a esse movimento e fazendo a sua parte?

O aumento expressivo dos casos de transtornos mentais como ansiedade, depressão, síndrome do pânico e burnout ajuda a explicar a tendência de novos produtos e serviços surgirem na área do bem-estar organizacional e, além disso, ajuda a justificar a necessidade de as empresas levarem o cuidado com a saúde mental como uma política permanente de RH. 

Neste sentido, uma pesquisa de 2018 da MetLife, gigante global do mercado de seguros, apontou que 76% dos trabalhadores acreditam que empregadores são responsáveis pelo seu bem-estar e pela sua saúde – contra 68% em 2015.

O que você tem feito para o bem-estar e pela saúde mental de seus funcionários? Se essa pauta ainda não consta em seu planejamento, a hora é agora.

Sua empresa e o mundo

Na ânsia de atender a demandas cada vez mais urgentes, superestimamos o que pode ser feito em um ano e subestimamos o que pode ser feito em dez. O resultado muitas vezes é uma agenda voltada a crises recorrentes. Porém, as tendências apresentadas aqui mostram que vivemos um momento de mudanças globais, com impactos na vida de pessoas e organizações. Adaptar-se a esse mundo novo passa por repensar o papel da sua empresa.

De olho em ser um agente de transformação, em 2005 nasceu o B Lab, instituição norte-americana sem fins lucrativos que existe para certificar empresas interessadas em fazerem a sua parte para um mundo melhor. “Precisamos construir uma economia que funcione para todos, no longo prazo. Na economia B, as empresas competem não para serem a melhor do mundo, mas para serem a melhor para o mundo, para as pessoas e para o meio ambiente do qual nossas vidas dependem”, explica Jay Coen Gilbert, fundador do B Lab.

O processo de certificação é denso. Além de cumprir uma série de exigências práticas ligadas a promover o bem para a sua comunidade e para o planeta, a candidata a Empresa B precisa firmar um compromisso legal em seu contrato social.

Ser uma empresa B certificada significa atender os mais elevados padrões de desempenho sustentável, de inclusão e de bem-estar coletivo – da rede de fornecedores aos materiais usados em sua estrutura; de ações sociais e ambientais a benefícios oferecidos aos funcionários. Até o fechamento desta edição (outubro/2021), mais de 4 mil empresas, de 153 indústrias em 77 países – sendo 213 no Brasil – já tinham o selo “Empresa B”, que aqui é concedido pelo Sistema B, representante do B Lab na América do Sul.

Em seu site, o Sistema B disponibiliza uma ferramenta gratuita para você fazer um teste e entender em que grau sua empresa se encontra atualmente em relação aos pré-requisitos para obter a certificação e descobrir quais são os caminhos necessários torná-la uma empresa B – ou, simplesmente, para se adequar às tendências que estão moldando o mundo.

Faça o teste e entenda como sua empresa pode se adaptar às novas demandas: bimpactassessment.net

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