A era digital e o consumidor 2.0

Qual é a importância e por que investir no marketing digital?

A história da comunicação prega algumas peças na humanidade. Quando o cinema surgiu, nas mãos dos irmãos Auguste e Louis Lumière, em Paris, no fim do século 18, muito se comentava a respeito do fim da fotografia. Afinal, com a nova tecnologia de imagens em movimento, para que serviria uma imagem estática? Mais tarde, por volta da década de 50, surgia a televisão, e muitos “profetas” anunciavam o fim do rádio, baseados em teorias semelhantes à do fim da fotografia. Hoje, muito se discute sobre o fim da mídia impressa devido ao crescimento das mídias digitais.

 

Se isso acontecerá ou não, o tempo irá dizer. No entanto, não se pode negar o crescimento exponencial da internet nos últimos anos, tampouco suas perspectivas positivas e o aumento da presença do público nas mídias sociais como Orkut e Twitter. “As empresas não entenderam o tamanho da escala da mudança que as confronta”. A frase é de Simon Clift, Chief Marketing Officer (CMO) global da Unilever. Ele foi o responsável por fazer a Unilever ser escolhida, em 2008, como a empresa que melhor trabalhou o marketing digital no ano, desbancando até mesmo gigantes da web como Google, Facebook e Yahoo.

 

Como uma empresa que produz sabonetes, desodorantes e outros bens de consumo básicos conseguiu superar os “reis” do universo digital? Rompendo o preconceito (e, por que não, o medo), virando a mesa e entendendo a importância dos canais digitais.

 

Em um mundo cada vez mais 2.0, novas fronteiras estão se abrindo para o universo do marketing à medida que outras se fecham. Em 2008, por exemplo, foram vendidos mais computadores do que televisores no Brasil. Algo inédito até então, mas que pode ser visto como uma tendência daqui por diante. Nos Estados Unidos, os reflexos dessa tendência se mostram nos números da receita publicitária – que cresce na internet à medida que diminui na televisão. No Reino Unido, as campanhas na internet já superaram as cifras das tradicionais.

 

O mercado brasileiro

O estudo Brazil Online, da consultoria norte-americana eMarketer, divulgado no último trimestre de 2009 mapeou a internet brasileira e apontou as tendências do mercado nacional de internet. A banda larga, hoje presente em 23% dos lares, deverá chegar a 36% dos domicílios até 2013. No mesmo período, o número de pessoas que acessam a internet pelo menos uma vez por mês saltará de 22% para 31% da população – fato que possibilita cada vez mais pessoas estarem conectadas em alta velocidade ao mundo virtual, sendo potenciais compradores ou, no mínimo, usuários de redes sociais que, mais tarde, podem ser potenciais compradores.

 

Número de usuários de internet no Brasil (em milhões): (transformar em gráfico)

2008: 38,8

2009: 44,2

2010*: 50

2011*: 55

2012*: 61,1

2013*: 64,6

 

Fonte: eMarketer

*Projeções

 

Uma pesquisa da consultoria comScore apontou, em julho de 2009, que os brasileiros são os segundos no mundo quando se fala em horas investidas em redes sociais (com 6,3 horas semanais), ficando apenas atrás dos russos (6,6 horas). A média mundial é de 3,7 horas.

 

Tais dados revelam um mercado em aberto e ainda pouco explorado (principalmente pelas pequenas empresas). Segundo Clift, isso acontece porque “muita gente não conhece a nova realidade digital”. Para ele, falar hoje em veicular uma campanha de marketing da internet é a mesma coisa que pedir para alguém anunciar na televisão nos anos 60. As incertezas são comuns quando se trata de mudar algo que já está impregnado na cultura de uma empresa. “No entanto, é preciso incorporar o mundo digital para não ficar para trás. Muitas empresas serão varridas do mercado se não mudarem sua forma de fazer negócios”, aconselha.

 

A era digital se mostra, para Clift, como um período excelente para se fazer marketing “pois, agora, são os consumidores que ditam as regras e dizem o que querem”. Se há alguns anos um cliente aborrecido ligava para o SAC da empresa para reclamar, hoje ele publica sua queixa em seu blog ou Twitter para milhares de pessoas verem. “Essa grande mudança para as mãos do consumidor é radical. Eles estão dizendo o que querem e se preocupam cada vez mais em falar o que pensam”, assegura.

 

Tal cenário exige de empresários e empreendedores um posicionamento cada vez mais ativo na internet e uma busca incessante por fortalecer o relacionamento e fazer um trabalho de marca. “A marca é o ponto de encontro entre o consumidor e a empresa. A proposta da marca precisa considerar as preocupações dos consumidores”, afirma o CMO.

 

As mídias digitais criaram uma nova democracia, na qual o consumidor é um cidadão ativo, crítico e ciente de seus direitos. Portanto, preste atenção em seu “eleitor” e garanta bons votos – e vendas – para sua empresa.

 

Acesse a seção VM Plus do site VendaMais e confira uma matéria sobre como utilizar as ferramentas Twitter e Orkut para aumentar as vendas.

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