A persistência nos negócios

Há razões pessoais presentes no contato comercial. Desprezar tal fato é diminuir a fé nas possibilidades de compra e, tristemente, lutar contra si enquanto profissional de vendas. Na vida profissional, um dos obstáculos mais importantes a ser superado é a desistência aliada à descrença. Para que os negócios prosperem, a persistência é crucial. Sem ela, a motivação sai de cena, e as forças rendem-se ao desinteresse. Via de regra, é pequena a chance de êxito. Dessa forma, se não avançamos na direção imaginada anteriormente, cremos na necessidade de mudar a trajetória. Há ocasiões em que isso é real, entretanto, depois de muito ter persistido sem obter resultados, no mínimo, satisfatórios. É preciso resistir, como em uma batalha na qual esforço e perseverança fazem a diferença.

Como dizia o educador Montaigne: ?A perseverança consiste em suportar com resignação os incômodos para os quais não temos remédio?. Primeiramente, devemos pensar se não há solução para alguns obstáculos que surgem em nosso caminho. Ou seja, quando dependemos de alguém para que se efetive um negócio, a nossa atuação deve estar focada em estimulá-lo, até o ponto em que a sua decisão torne-se solitária.

Outro aspecto a ser ponderado é a paciência para tolerar espera. Exigimos rapidez nas respostas relacionadas aos negócios e nos envolvemos em uma atmosfera de impaciência. Plantamos muitas sementes no terreno comercial e queremos colher os frutos o quanto antes, além de esperar fartura. A experiência nos mostra que muito trabalhamos para pouco receber em troca. É mais suor do que glória. No entanto, a lei não falha: planta-se e colhe-se. Caso não estejamos dispostos a aceitar esse processo, nos frustramos. Perdemos a fé, desistimos. Abandonamos tudo o que já foi plantado. Qualquer possibilidade de colheita, por menor que seja, é deixada para trás.

Parte de nós a desistência dos negócios. Santo Agostinho descreve sobre esperança e fé: ?Por que estás triste, ó minha alma! E por que me perturbas??. E ainda: ?Espera no Senhor, a sua palavra é lâmpada para os teus passos. Espera e persevera, até que passe a noite?. Ponderemos sobre a noite, que simboliza o tempo de espera mediante o que já se trabalhou. Sem esquecer que, depois de ter plantado, é preciso cuidar. Abandonar por completo é desistir. Por outro lado, com equilíbrio, há que se desligar do trabalho já empreendido e cultivar ainda mais terrenos no campo dos negócios. Assim, cultivamos e permitimos o cultivo. O exagero abafa e dificulta.

Alguns vendedores planejam o seu roteiro diário, agendam as visitas e apresentam-se bem com relação ao que oferecem. Entretanto, falta persistência. Como o fruto demora a se desenvolver e às vezes não vinga, a desistência vence. Nem sempre é possível vender. E nem todos querem ou podem comprar. Mas, por sorte, as pessoas oscilam. E quem um dia não adquiriu o que lhe foi apresentado, no outro cumpre com a sua realização.

Tudo se processa em nossa cabeça e nela guardamos os nossos desejos, na expectativa de que em algum momento os realizemos. Tanto para quem quer vender quanto para quem anseia comprar, vale a pena persistir. Se desistir, perde-se a chance de satisfazer ambos os lados desse relacionamento. Reduzimos as chances estatísticas de fechar mais negócios. Porém, é certo que alguém, em determinado momento, vai vender ou comprar. Assim procedemos.

Quando olhamos para o cliente com descrédito, causamos um efeito. Mesmo sem perceber, ambas as partes, consumidor e vendedor, se influenciam pelo negativismo da descrença. Ao contrário, ajuda muito se persistirmos. Estaremos mais confiantes e isso é percebido pelo consumidor, que também é motivado a participar dessa convivência contagiante. Portanto, o que deve estar presente nesse importante relacionamento são as influências originadas na crença de que a qualquer instante será concretizado o negócio em vista. O valor e a força da persistência, nos negócios, estão mais presentes e atuantes do que se imagina. Lembremo-nos de que todos somos consumidores e, como as outras pessoas, desejamos comprar e satisfazer os próprios desejos.

Quando alguém nos procura para consultar preço, prazo de pagamento e de entrega, especificações técnicas algo o motiva a isso. Ou ainda, quando visitamos potenciais clientes e abrimos o horizonte das possibilidades, criamos nele a vontade. Há razões pessoais presentes no contato comercial. Desprezar tal fato é diminuir a fé nas possibilidades de compra e, tristemente, lutar contra si enquanto profissional de vendas. A persistência nos negócios e na crença das pessoas constrói a ponte entre cliente e vendedor.

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