A tecnologia não faz nada sozinha

Tecnologia não substitui talento; o valor humano é que separa algo que poderia ser uma peça carismática de um material insosso. Sempre que se fala em tecnologia, é criada uma certa dualidade. Em todos os ramos de atividade profissional, ela traz aspectos bons e ruins; e as produções audiovisuais não fogem à regra. Algumas pessoas mais saudosistas podem sugerir uma certa perda de glamour ou, ainda, que os processos artesanais trazem outro tipo de vínculo com a produção. Isso acontece sempre que é apresentada alguma nova técnica, como aconteceu com a pintura ? quando se passou da tinta óleo para a acrílica ? ou, mais recentemente, com a fotografia, da revelação à digitalização.

Não se pode pensar, aqui, apenas em valores; mas ainda assim, a dificuldade de ser criativo com limitações de verba é uma realidade para muitas agências. Portanto, nesse ponto, o mercado foi muito beneficiado pela tecnologia, uma vez que o número de empresas foi ampliado, tornando-o mais competitivo, para benefício do cliente. A facilidade tecnológica deu mais agilidade à produção audiovisual, pois quando se usava apenas película, o número de etapas era maior e o processo linear tomava muito mais tempo. Além do quesito tempo, o maquinário se tornou mais leve, menor e mais resistente, permitindo maior mobilidade.

É claro que nem tudo são flores: tamanha democratização acabou banalizando os trabalhosos processos envolvidos em uma produção. Qualquer pessoa está apta a fazer um vídeo de forma amadora, o que é bárbaro para uma reprodução em reuniões de família ou quando os amigos vêm a visita, mas não é aceitável quando se trata de uma peça para exibição pública comercial. Nesse caso, o amadorismo pode prejudicar muito aquilo que se quer elevar: a imagem do cliente.

Portanto, o diferencial entre o profissional e o amador vai além de boas máquinas: são grandes profissionais para operá-las. Talento e habilidade são fundamentais para o sucesso em qualquer atividade, mas nessa área é quase um pré-requisito. A partir do momento em que qualquer video maker tem, praticamente, as mesmas tecnologias ao seu alcance, acaba se tornando mais difícil se sobressair.

O valor humano é o que separa, em larga distância, algo que poderia ser uma peça carismática de um material insosso. Tenhamos sempre em mente que tecnologia não substitui talento, ou alguns dos filmes mais brilhantes de todos os tempos não teriam sido feitos com equipamentos que registrassem imagens em preto e branco e sem áudio.

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