Ações preventivas

Como reverter o quadro que mostra que cerca de 65% das micro e pequenas empresas não completam sequer um ano de vida. A mortalidade das micro e pequenas empresas no Brasil é assustadora, principalmente nas de cunho familiar. As estatísticas mostram que 60% a 70% das empresas não completam um ano de vida. Um fator determinante nesse número são, as empresas que nascem da vontade de ?empreendedores desempregados?, que não querem mais depender de empregos e montam seus próprios negócios num ato suicida, somente com vontade e pouco conhecimento técnico. Esses novos empreendedores esquecem que para ser um gestor empresarial, é preciso ter conhecimentos gerais, saber comprar, vender, cuidar dos clientes, lidar com pessoas, etc.

Trata-se de uma série de ações que não se aprendem na escola ou na leitura de livros especializados. Felizes os empreendedores que podem contar com a colaboração de especialistas em diversas áreas, por exemplo, para cuidar somente da produção. Sim, a maioria aprende a produzir, mas não sabe controlar o estoque e medir produtividade. Não é culpa do empreendedor, é culpa dos poderes públicos, das entidades de classe e universidades, que deveriam estar atentos à essa realidade e criar planos de ações preventivas.

Outro dia, em uma palestra, falei da importância dos parques industriais incentivados pelos municípios da nossa região, que estão ficando muito bonitos e gerando bom marketing. No entanto, quando uma empresa lá instalada fecha suas portas, qual é a explicação? Na maioria das vezes, não há acompanhamento técnico das prefeituras, que só ficam sabendo quando alguém diz: ?tal empresa fechou?.

Outro fator alarmante, é a ilusão de empreendedores que desejam abrir uma empresa em uma cidade saturada de outras do mesmo segmento e algumas com dificuldades. Espelham-se somente naquelas que estão dando resultado e vão à luta. Alguns exemplos: cidades com cinco mil habitantes e três funerárias, outras com 40 mil habitantes e 12 farmácias, ou ainda, algumas com 90 mil habitantes e 180 salões de beleza.

Uma iniciativa interessante acontece em Laguna, Santa Catarina. A Associação Comercial e Industrial (ACIL) encaminha à Câmara de Vereadores da cidade um pré-projeto, que visa combater essas incursões aventureiras. Em uma parceria e responsabilidade bem definidas, a ACIL e a prefeitura examinarão todos os pedidos de alvará para novas empresas, fazendo uma análise técnica, dando orientações de mercado e outras, dependendo de cada caso. Dessa forma, o empreendimento poderá ter correções antes do seu nascimento. Essas ações são preventivas. Não se pode impedir alguém de montar seu próprio negócio. Devemos, sim, mostrar como proceder e que impacto isso causará na economia da cidade. A entidade se encarregará de orientar tecnicamente, capacitar o empresário e acompanhar seu empreendimento.

São ações como essa que irão garantir a sobrevivência de novas empresas. É uma iniciativa ousada, oficial e para alguns até antipática, mas importantes para o desenvolvimento da economia local.

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