Amélia que era um site de verdade… Será?!

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer o grande número de mensagens elogiosas recebidas pelo editorial passado. Aliás, acho que um fenômeno interessante aconteceu: aquila que era para ser uma e-zine de atualização foi tão apreciada que passou a ser tratada como oficial. E, dessa forma, alguns leitores fizeram cobranças em relação ao formato. Por isso, informo que em breve estaremos implementando uma solução para aqueles que não têm acesso à internet e que apenas recebem informações por e-mail.

Outro fato importante: recebi algumas críticas tão pertinentes que achei por bem deixar o canal de Webmarketing em aberto para aqueles leitores que desejarem publicar artigos na área. O que já rendeu bons frutos, pois o Rogério França, responsável por vários projetos virtuais, agora figura entre os nossos consultores da semana (vale a pena conferir suas dicas sobre webdesign). E o convite continua de pé ? envie-me um artigo (ou ao menos o relato de suas experiências online) para apreciação e eventual publicação no site VendaMais.

Pois é, agora falando sobre o assunto do momento: o triste fim (e certamente o recomeço) do Amélia.com. No período de março e abril de 2000, o que mais se via eram manchetes estrondosas como ?Amélia é a aposta do Pão de Açúcar no e-commerce?. E eu até acho que a empolgação era geral. O grupo Pão de Açúcar achava a idéia tão boa (embora para mim o nome ainda gerasse algumas dúvidas), que chegou a anunciar que seu novo website seria voltado para consumidores finais, em especial os ?administradores do lar?, indo ao ar a um custo de US$ 5 milhões. Uma verdadeira loja virtual, cujo operacional seria totalmente independente do Pão de Açúcar.

Motivos para a euforia não faltavam. O dinheiro, provavelmente, não vinha de empréstimos. E as expectativas eram de que todas as operações online do grupo Pão de Açúcar, vindas do Pão de Açúcar Delivery e do Eletro on line, iriam naturalmente convergir para o amelia.com.br. Mais um aspecto positivo, pois as vendas do Pão de Açúcar Delivery haviam atingido R$ 24 milhões em 1999. Deste total, 40% originados na Web. E mais: naquela época, o grupo contava com 120 mil clientes cadastrados em seus websites de e-commerce e acreditava-se que o número iria dobrar em um ano.

Por várias razões, apesar da popularidade e da relativa aceitação por parte de público consumidor, a realidade encontrada um ano depois e noticiada pelos meios de comunicação era muito diferente. O Amélia já havia acumulado R$ 19,5 milhões em prejuízos até que finalmente em 22 de novembro divulgou-se o que já era esperado: o fim do Amélia ponto-com. Fim não, porque assim como ?homens de orientação sexual diversa? não morrem, ?viram purpurina?, a empresa preferiu soltar uma versão oficial anunciando ?a conclusão do processo de integração da sua unidade de comércio eletrônico (site Amelia) às unidades de negócio Pão de Açúcar e Extra, com o lançamento do novo site extra.com.br, e com a migração do amelia.com.br para pão de açúcar.com.br.?

Bem, a verdade é que apesar de toda a estrutura de marketing do grupo, a estratégia pecou num princípio básico: ter uma loja com uma marca nova, tentando abraçar um público enorme, não agregou valor à já conhecida marca do Pão de Açúcar/Extra, gerando a necessidade de altíssimos investimentos online, que acabariam sendo inapropriados, na medida em que vive-se no mundo real uma verdadeira ?briga de Titãs? entre o grupo de Abílio Diniz e multinacionais como o Carrefour e o Sonae. Ok, não é tão simples assim, mas serve de conselho para você que pretende jogar fora anos de investimentos em marketing no mercado real em troca de um nome bonito e um ?começo do zero? na internet. Quer dizer, essa é a minha opinião. E você, o que acha?

Para finalizar, gostaria de comentar um caso particular acontecido esses dias. Um primo de Porto Alegre, cujo pai tem uma empresa que trabalha com ar-condicionado, me perguntou se eu achava interessante enviar webcards de sites conhecidos para os clientes ou se deveria continuar com o processo tradicional de impressão em gráfica. Eis a minha opinião, que também poderá ser útil para o seu site neste final de ano:

?Acho que esse negócio de cartão é bem legal. Eu continuo usando o b(….).com, mas acho que é infantil demais para uma empresa. Você deveria fazer uma busca no C(…)? por cartões postais e ver o que acha de bom. Aliás, o certo mesmo era abrir um pouco a mão e encomendar para um webdesigner a confecção de um cartão exclusivo para vocês. Isso agrega valor à marca. A idéia do mesmo poderia até ser um pouco batida, sei lá. Mas o resultado seria muito superior. Falei com dois webdesigners aqui da nossa equipe de internet e eles me disseram que existem três níveis de criação, valorados pelo grau de tecnologia envolvida: a) um webcard simples (com imagem, logo e mensagem – estático); b) um webcard médio (com imagem animada – gif – mais todo o resto); c) um webcard avançado (com animação em Flash, ?um filme?).

Na minha opinião, vale a pena se vocês optarem por trocar toda a produção de cartões postais impressos (com altos custos de impressão e correio) por webcards. Fazer as duas coisas é mais complicado. Acredito também que as duas primeiras tecnologias são ideais para quase todo mundo. Já a terceira tem o problema de que nem todos têm o programa Flash para rodar o arquivo, embora o resultado seja mil vezes melhor. E por fim, um lembrete: nem tentem fazer uma campanha completa de e-mail marketing se vocês não tiverem cadastros completos de e-mail dos clientes (e atualizados).?

Tá bem, esse editorial já está grande demais. Então, vou ficando por aqui. That?s all, folks!

Até a próxima.

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