Aumente sua presença no bolso de seu cliente

Garanta maior rentabilidade investindo em eficiĂªncia e qualidade no relacionamento com os clientes

Descubra por que investir no poder de compra de cada consumidor pode ser mais vantajoso que prospectar

Melhorar a eficiĂªncia e a qualidade do relacionamento com os clientes jĂ¡ existentes pode garantir maior rentabilidade do que investir na captaĂ§Ă£o de novos. O share of pocket, como Ă© chamada a prĂ¡tica de abocanhar mais fatias no bolso do comprador, aproveita de maneira mais assertiva todas as possibilidades de venda para os consumidores. Isso pode ocorrer atravĂ©s da venda adicional (a tentativa de mostrar ao cliente que ele pode comprar mais do que pretendia), do up selling (a venda de um produto de categoria e preço superiores ao solicitado) ou ainda com o cross selling (quando a empresa individualmente ou em parceria com outra vende produtos complementares ao principal).

Oferecendo mais e melhores opções de produtos ou vendendo soluções em vez de itens separados, a empresa passa a ser importante para o cliente, tendo maior influĂªncia sobre suas decisões de compra e conquistando a fidelidade. Mas concentrando os esforços no share of pocket, a responsabilidade sobre o consumidor aumenta, pois ele tende a ter maiores expectativas. Marcelo Pontes, doutor em Marketing pela USP e diretor da Brand Leader, destaca a importĂ¢ncia de tomar o cuidado de nĂ£o decepcionar o cliente. ?Se isso acontecer o prejuĂ­zo serĂ¡ grande, visto que o consumidor deixarĂ¡ de comprar nĂ£o apenas um, mas todos os produtos da empresa?. Para nĂ£o correr o risco de desagradar e conseguir estar presente no maior nĂºmero possĂ­vel de experiĂªncias de compra dos clientes, sĂ£o necessĂ¡rias vĂ¡rias medidas por parte dos profissionais de venda.

Don Peppers, autor do best-seller Marketing Um a Um, afirmou recentemente que as vendas incrementais estĂ£o ganhando mais impulso, citando o caso da empresa americana de comĂ©rcio online Office Depot. ?O vice-presidente de atendimento ao cliente explicou como os atendentes do contact center devem gerar 34 milhões de dĂ³lares em receitas adicionais, que sĂ£o resultados dos investimentos em treinamento e tecnologia que lhes permitem vender de maneira mais efetiva?. Nos Ăºltimos quatro anos, a empresa investiu na integraĂ§Ă£o da tecnologia do call center com seu sistema comercial, facilitando aos atendentes a realizaĂ§Ă£o de ofertas personalizadas.

Relacionamento garante vendas

O primeiro passo para vender mais aos seus clientes Ă© identificar o perfil e conhecer suas necessidades. De acordo com AbaetĂª de Azevedo, autor do livro Marketing de Resultados e presidente do Grupo Rapp Collins Worldwide/Brasil, o marketing de relacionamento tem se mostrado muito eficiente. ?Enquanto a comunicaĂ§Ă£o de massa se encarrega de construir o share of mind, que Ă© a imagem da marca na cabeça do consumidor, o marketing de relacionamento trata de concretizar a venda atravĂ©s de um relacionamento pontual com os grupos de consumidores mais valiosos para a marca?. Ou seja, a empresa deve elaborar um eficiente banco de dados, selecionar os clientes por potencial e passar a ofertar produtos ou soluções que sejam desejadas ou necessĂ¡rias a esses consumidores.

Para estabelecer diĂ¡logos que resultem em compra tambĂ©m Ă© importante criar canais de comunicaĂ§Ă£o para interagir com os consumidores. Pode ser atravĂ©s da internet, telefone ou fax, por exemplo, mas o fundamental Ă© que os contatos dos clientes sejam processados, solucionados e retornados. Conhecendo os consumidores, tambĂ©m serĂ¡ mais fĂ¡cil para a empresa adequar o mix de produtos e oferecer atrativos para que o cliente aumente suas experiĂªncias de compra.

A TVA Ă© uma das empresas que trabalha focada no relacionamento com seus clientes. Para tal, utiliza-se de diversas ferramentas de comunicaĂ§Ă£o, como site, revista, os canais e atĂ© mesmo o boleto bancĂ¡rio. Facilitar a vida do assinante, estando sempre atento Ă s suas necessidades, Ă© uma forma de fidelizĂ¡-lo, de acordo com Vito Chiarella Neto, diretor comercial e de relacionamento. ?Acreditamos que fidelizar Ă©, acima de tudo, oferecer os melhores produtos e serviços. Isso passa pela maneira como nos comunicamos com o cliente, a qualidade da programaĂ§Ă£o e variedade dos pacotes que oferecemos. Ao fidelizar, alavancamos a venda de serviços e o aumento da receita?.

Treinar para vender mais

Depois de preparar a estrutura da empresa para estar mais presente no bolso do cliente, Ă© fundamental tomar muito cuidado com a preparaĂ§Ă£o das pessoas responsĂ¡veis pelo contato direto com o consumidor. De acordo com Marcelo Pontes, a falta de treinamento dos vendedores Ă© o principal empecilho para uma maior participaĂ§Ă£o nos gastos do comprador. ?É importante treinar, atualizar e instrumentalizar os vendedores com novas ferramentas, tĂ©cnicas e atitudes de venda. A empresa deve disponibilizar para a força de vendas o histĂ³rico de compras dos clientes, mostrando as sinergias entre novos produtos?.

Os vendedores tambĂ©m devem estar aptos para identificar o perfil do cliente no ato da venda por meio de perguntas abertas. ?SĂ£o as perguntas inteligentes que estimulam o cliente a falar de suas necessidades. A partir dessas informações, o vendedor formula a oferta?, explica JoĂ£o Batista Vilhena, vice-presidente do Instituto MVC. Ele ressalta que a tradiĂ§Ă£o brasileira forma vendedores ?bons de papo?, quando, na verdade, deveriam ser bons de ouvido. ?Ouvindo o cliente, o vendedor Ă© capaz de vender alĂ©m do que o comprador originalmente achava que precisa adquirir?, comenta.

Entender e procurar saber tudo sobre o cliente Ă© a maneira que a empresa de viagens CVC encontrou para vender mais. Guilherme Paulus, presidente da companhia, afirma que a polĂ­tica da diretoria de vendas oferece treinamento permanente, transferindo cada vez mais para a equipe que Ă© preciso pesquisar o poder aquisitivo e desvendar o sonho dos clientes. ?Oferecemos aos funcionĂ¡rios informações sobre tĂ©cnicas de venda e, principalmente, o conhecimento e a vivĂªncia de cada um de nossos serviços, alĂ©m de um plano motivacional para toda a equipe?. Os resultados vĂªm se refletindo no desempenho dos vendedores, que estĂ£o prontos para oferecer ao consumidor o roteiro completo de uma viagem, por exemplo. ?A venda sugestiva tem levado ao aumento do ticket mĂ©dio e conquista 100% de satisfaĂ§Ă£o, pois o cliente sai com toda a viagem resolvida?, ressalta Paulus.

?Ih, isso nĂ£o vende! Nem adianta oferecer…?

Essa frase Ă© muito comum no lançamento de produtos ou quando os gerentes tentam investigar o motivo da pouca saĂ­da de alguns itens. Para JoĂ£o Carlos Rego, conferencista e idealizador do Dia do Cliente, a falta de treinamento e o pouco comprometimento fazem com que alguns vendedores nĂ£o ofereçam determinados produtos. ?Muitas vezes o vendedor tem implicĂ¢ncia mesmo, mas isso Ă© errado, porque ele nĂ£o pode escolher, deve vender o que for melhor para o cliente?. O consultor nas Ă¡reas de vendas e marketing, Francisco Alvarez, explica que para evitar esse ?bloqueio mental?, Ă© necessĂ¡rio vender o produto ou serviço em primeiro lugar para a equipe de vendas, mostrando todos os seus reais benefĂ­cios. ?Mas uma vez detectado que o problema nĂ£o estĂ¡ nos vendedores, a empresa deve investir em metas especĂ­ficas e ações motivacionais para a venda dos produtos?.

Quebrar o ?bloqueio mental? e oferecer uma soluĂ§Ă£o mais completa ao cliente Ă© muito mais vantajoso para a empresa e para a equipe de vendas. Na Editora Quantum, por exemplo, a vendedora que mais faz vendas adicionais fatura, por mĂªs, o triplo da profissional que menos realiza esse tipo de aĂ§Ă£o. DĂ¡ para imaginar a diferença entre os salĂ¡rios e o quanto empresas e vendedores deixam de ganhar por nĂ£o colocarem em prĂ¡tica o conceito do share of pocket. NĂ£o perca tempo e dinheiro, estimule seu cliente a perceber que ele pode comprar mais do que pretendia. Segundo uma pesquisa realizada em 2002, nos EUA, por J. Jeffrey Inman e Russell S. Winner, citada no site: www.varejista.com.br 59,1%, em mĂ©dia, das compras nĂ£o sĂ£o planejadas e apenas 29,9% foram previamente listadas.

Cheklist

Confira abaixo se vocĂª e sua empresa estĂ£o tomando algumas medidas para vender mais aos seus clientes:

Cheklist do vendedor

– Eu conheço o perfil dos clientes que compram comigo?

– Tenho conhecimento das caracterĂ­sticas, vantagens e benefĂ­cios de todo o mix de produtos da empresa?

– Quando inicio o contato com o cliente, faço perguntas que auxiliam na elaboraĂ§Ă£o da proposta?

– Ao negociar a venda, ofereço ao cliente opções de outros produtos melhores ou mais adequados Ă s necessidades dele?

– Ao concluir a venda, abro possibilidades para novos contatos?

– Desde o Ăºltimo contato que tive com o cliente ele desenvolveu uma necessidade ou problema novo?

Cheklist do gerente de vendas

– A empresa conhece o perfil de seus clientes?

– O mix de produtos estĂ¡ adequado Ă s caracterĂ­sticas e necessidades dos clientes?

– Existem canais de comunicaĂ§Ă£o que interagem com o cliente para saber o que ele deseja? (internet, fale conosco, 0800 ou a tradicional caixinha de sugestões)

– A empresa tem o controle das interações, compras ou contatos mais recentes dos consumidores?

– O pessoal responsĂ¡vel pelo contato direto com o cliente, vendedores, atendentes ou operadores de telemarketing, recebem treinamento para fazer vendas adicionais, cruzadas ou o up selling?

– Esse mesmo pessoal conhece as caracterĂ­sticas, vantagens e benefĂ­cios de todo o mix de produtos da empresa?

Agora preste atenĂ§Ă£o nas definições e saiba como aplicar cada um dos conceitos no seu dia-a-dia: SHARE OF POCKET (corredor de supermercado com os mais diversos produtos)

O que Ă©: o aumento da participaĂ§Ă£o da empresa no bolso do cliente. Esse conceito Ă© normalmente utilizado por organizações que possuem vĂ¡rios produtos para oferecer ao consumidor.

Como fazer: foi-se a Ă©poca em que o supermercado oferecia apenas produtos essenciais para o dia-a-dia de qualquer famĂ­lia. Hoje, o conceito de hipermercado traz ao cliente, alĂ©m dos tradicionais produtos de limpeza e alimentaĂ§Ă£o, itens como eletrodomĂ©sticos e roupas. É uma forma de vender mais para quem jĂ¡ Ă© cliente.

VENDAS ADICIONAIS (homenzinho com calĂ§Ă£o, camiseta, tĂªnis, bonĂ© e a bola embaixo do braço. Todos os itens devem ter a mesma logomarca)

O que Ă©: a tentativa de fazer com que o cliente perceba que aquilo que ele estĂ¡ comprando Ă© menos do que ele poderia comprar. O vendedor o estimula a comprar mais, convencendo-o a adquirir produtos que ele antes nĂ£o pretendia consumir.

Como fazer: numa loja de material esportivo, nĂ£o custa nada oferecer um tĂªnis para quem foi atrĂ¡s do short e da camiseta. Acrescentando novos produtos, o vendedor estarĂ¡ oferecendo uma soluĂ§Ă£o completa para o cliente.

VENDAS CASADAS (bolo de casamento, com uma vela prestes a explodir como uma bomba) O que Ă©: Ă© quando a venda de um produto Ă© condicionada Ă  compra de outro item, que normalmente nĂ£o despertou o interesse do comprador. Foi muito usada no passado, quando a oferta era menor que a procura. Hoje, alĂ©m de antiĂ©tica, Ă© ilegal. Algumas pessoas confundem vendas casadas com as vendas adicionais, mas, como explicamos, elas sĂ£o completamente diferentes.

Como fazer: a venda casada pode ser feita de forma criativa e nĂ£o impositiva, demonstrando ao cliente os benefĂ­cios adicionais que a aquisiĂ§Ă£o de todos os itens trarĂ¡ para ele. Mas tome cuidado! A decisĂ£o do que comprar Ă© do cliente. NĂ£o hĂ¡ nada, dentro dos limites legais e Ă©ticos, que possa obrigĂ¡-lo a adquirir o que nĂ£o deseja. CROSS SELLING (um carro cheio de acessĂ³rios)

O que Ă©: vender para o mesmo cliente produtos complementares Ă quele que ele pretende comprar, com base na combinaĂ§Ă£o de informações do comprador durante ou apĂ³s o processo de venda.

Como fazer: Para quem vai comprar um carro novo, uma boa alternativa Ă© oferecer um CD player, rodas e outros acessĂ³rios para incrementar o veĂ­culo.

UP SELLING (suĂ­te de hotel de luxo)

O que é: venda de um produto de categoria e preço superiores. É oferecer ao cliente algo de uma categoria acima do que aquilo que ele estava disposto a adquirir.

Como fazer: um hĂ³spede chega a um hotel solicitando um apartamento standard. Ele pode muito bem ser convencido a ficar com uma suĂ­te, pelo conforto e vantagens que o cĂ´modo poderĂ¡ lhe oferecer.

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