Carlos Alberto Carvalho Filho

Ven-vencedor é aquele que transforma seus so-sonhos em realidade, seus de-defeitos em vi-virtudes, suas li-limitações em o-o-oportunidades?. Robert Wong, o autor dessa frase, não é gago. Gago é o homem que inspirou esse jogo de palavras bem-humorado.

A Azeitona da Empada “Ven-vencedor é aquele que transforma seus so-sonhos em realidade, seus de-defeitos em vi-virtudes, suas li-limitações em o-o-oportunidades”. Robert Wong, o autor dessa frase, não é gago. Gago é o homem que inspirou esse jogo de palavras bem-humorado. Carlos Alberto Carvalho Filho, o Beto Carvalho, gagueja desde os cinco anos, quando foi “acidentalmente” raptado por um ladrão de carros em Porto Alegre, RS. “Meu pai desceu do carro para abrir o portão de casa, quando entrou um cara dentro do Fusca e me levou com ele”, explica. O cara percebeu que Beto estava no carro e o largou na rua. “Eu fiquei extremamente gago, não conseguia falar direito. Imagina um menino gago de oito, dez anos na escola, apelidaram-me de freio de mão, batedeira”, conta. Foi na década de 80, já formado e atuando como engenheiro civil, que a ficha do Beto caiu. “Eu não tinha vocação alguma para ser engenheiro. Depois de alguns meses de formado, resolvi largar minha atividade para ser vendedor”, diz ele, que mesmo sabendo das suas limitações, candidatou-se para a vaga no departamento de vendas da Xerox. Adivinhar qual foi a maior dificuldade encontrada por ele no início da carreira é fácil, já que a fala é fundamental para qualquer profissional de vendas. Por isso, o ex-engenheiro fez do novo emprego um laboratório.

Todos os dias, antes de vender máquinas copiadoras para empresas e escolas de Porto Alegre, Beto as vendia nos açougues da cidade: “Eu sabia que eles não comprariam nada. Eu não ia lá para vender, e sim para treinar. No início, eu chegava lá e trancava, gaguejava até criar um processo de fala muito legal com ênfase nos gestos, olhar e tom da voz”. Durante essa fase de aprendizado, enquanto aprimorava suas técnicas de venda, Beto enfrentou outro grande desafio. Ele precisava superar a vergonha – um obstáculo na sua vida e carreira profissional. “A partir do momento que comecei a ver que não era ruim ser gago e que podia ser feliz, passei a vencer a gagueira”, esclarece. Hoje, além de diretor da universidade corporativa do banco Madoni, no Rio Grande do Sul, Beto também é consultor de empresas e palestrante nacional na área de vendas.

Ele acredita que transformar uma dificuldade em vantagem competitiva foi o que fez dele um profissional de sucesso: “Eu fiz do meu problema um mote para me comunicar de uma forma mais intensa e vibrante”.

Sua dica para as pessoas que querem aprimorar suas técnicas de venda é: “Escutar com os ouvidos da mente e falar com a voz da alma, ou seja, escute com a razão, mas quando for falar, trabalhe muito o fator emoção”. O fator é, inclusive, tema do seu livro A Azeitona da Empada. A publicação ficou em primeiro lugar na lista dos livros mais vendidos sobre economia e negócios do jornal Valor Econômico. Essa história de superação chamou atenção de Robert Wong. Considerado pela revista britânica The Economist um dos 200 melhores headhunters do mundo, Wong reconheceu na história do ex-engenheiro uma lição de vida e vendas, tanto que escreveu para Beto estas palavras: “Beto Carvalho superou sua gagueira aguda para se transformar em um palestrante reconhecido e num vendedor campeão. Como? Comunicando-se com excelência, não apenas pelo som das suas cordas vocais, mas essencialmente através da sabedoria e harmonia da sua eloqüente alma”.

Visite o site: www.blogdocarvalho.com Colaborou nesta matéria: Mateus Redivo

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