Como sobreviver às flechadas?

Aprenda a sobreviver às flechadas Na música Tiro ao Álvaro, de Adoniran Barbosa e Oswaldo Moles, os autores brincam com o poder e o efeito do olhar da amada e dizem:

?De tanto levar frechada do teu olhar
Meu peito até parece, sabe o quê?
Táubua de tiro ao álvaro, não tem mais onde furar?

Existem vendedores e profissionais em geral, que sentem-se dessa forma, com o peito e, principalmente, a alma como se fossem tábuas. Só que não levam ?frechada? da amada, mas dos chefes. Ora em forma de olhares críticos e desestimulantes, ora através de frases impublicáveis e de palavras desnecessárias que podem ferir, magoar, constranger e, por fim, minar o ânimo e o entusiasmo dos profissionais.

O grande alento é que eu disse, podem. Ou seja, existem profissionais que conseguem, apesar do ?fogo amigo?, sair, senão ilesos, ao menos vivos e até mais fortes para os próximos embates. Mas será que realmente é possível crescer, brilhar e até ser feliz em um ambiente hostil, repleto de críticas destrutivas e de quase total inexistência de incentivos e estímulos? Sim, é difícil, mas é possível.

Descubra a real causa das flechadas

Antes de apontar caminhos para construir em você as armaduras capazes de salvá-lo desses torpedos, não é necessário justificar que a solução mais viável para uma situação dessas seria eliminar a fonte do problema, o autor do massacre emocional, ou seja, o chefe.

Mas sabemos que nem sempre isso é possível: parente do dono; muitos anos na empresa; a despeito do sangue derramado, faz o resultado aparecer no fim do mês; essas são apenas algumas razões que ainda fazem perpetuar essa espécie na ?fauna corporativa?. Sendo assim, o que fazer se você tem de continuar, pois estão em jogo seus sonhos, sua vida, sua realização pessoal e profissional?

Eu sei que, muitas vezes, um dos seus olhos está mirando as oportunidades fora da empresa. O.k. ! Mas use o outro para enxergar e criar um caminho sustentável dentro da organização em que está. Em primeiríssimo lugar, pense que você não é o problema ? desde que esteja conseguindo resultados, é lógico. O problema é o ou a chefe. E isso é importante, pois, em primeira instância, está em jogo a sua auto-estima. Se você deixar que ela seja massacrada, pisoteada por esses ataques, dificilmente encontrará forças em si mesmo para superá-los, levantar e avançar. Portanto, se o ataque for realmente infundado, isole-o. E, para confirmar a improcedência dos ataques, converse com colegas confiáveis e questione-os se estão vendo defeitos em você que podem justificar as críticas ou a indiferença do chefe.

Mostre que deseja melhorar e melhore

Se confirmar que você não é o problema, procure um diálogo franco com o seu superior. Afirme de forma contundente que quer crescer, melhorar e se corrigir, mas que para isso gostaria de contar com sua ajuda.

Pergunte sobre as expectativas e quais os critérios utilizados para avaliá-lo. Questione se existe algo pessoal em você que não o agrada. Espere a reação dele e, se for positiva, sugiro que criem uma base para o início de uma nova relação. Se for negativa, pense seriamente em uma outra oportunidade de trabalho. Comece a construir, ainda na atual empresa, uma estrada paralela, enquanto você pode fazer, com tranqüilidade, novas escolhas profissionais.

No entanto, digamos que as críticas do chefe sejam procedentes. Nesse caso, é chegada a hora de você se permitir uma reflexão sobre as causas do erro, da ineficiência. Busque as causas, pois não adianta trabalhar apenas o comportamento. Você precisa ir mais fundo e, quase que invariavelmente, contar com a ajuda externa para descer aos porões da sua alma e da sua história, para descobrir a origem da formação de seus atributos de personalidade ou das suas lacunas de competência.

A partir da conscientização, trace um plano de mudança, dê o primeiro passo, e dê também, com disciplina e perseverança, tempo para que as mudanças de atitude, de comportamento ou de conhecimento e prática sejam processadas. Mas jamais espere que elas cheguem. Quem espera cansa. Quem se levanta e anda alcança.

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