Comprometa-se e seja o diferencial

A palavra de ordem hoje é comprometimento, pois através dele que busca-se a energia necessária para a motivação e o aumento do nível de competência. O que mais se ouve das pessoas de um modo geral é que a qualidade do atendimento nas empresas vem caindo assustadoramente, causando grandes aborrecimentos na hora de comprar um determinado produto ou serviço. O que era para ser um prazer, pois todos gostamos de comprar, passa a ser uma irritação, quando não um momento de constrangimento. Mas por que isso acontece, a ponto de as próprias empresas reconhecerem? O reconhecimento é tão evidente, que muitos empresários e líderes estão se preocupando em investir cada vez mais na capacitação dos seus funcionários. Onde é que muitas empresas estão falhando?

Na visão de muita gente o erro está no aumento da terceirização de profissionais, os quais não se empenham como se fossem funcionários das empresas. Particularmente, não concordo com essa opinião. Sem medo de errar, digo que o grande problema está na falta de comprometimento das pessoas. Sabe por quê? Porque comprometimento é pessoal, independentemente do que se faça. Cada indivíduo, antes de tudo, tem por obrigação de ser comprometido consigo, para poder assumir compromissos com os outros. É aí onde está o grande problema, pois a palavra comprometimento está deixando de fazer parte do vocabulário e das ações de grande parte das pessoas. É lamentável, mas é a pura verdade!

Converso com alguns empresários que dizem ser conscientes do problema, alegando também que têm dificuldades de resolver, já que está difícil de se encontrar profissionais qualificados no mercado. Até concordo que gente qualificada não está muito fácil, mas já que foi escolhida para trabalhar ou prestar serviço para a empresa, sem a devida competência, deve-se investir bastante na capacitação dessas pessoas e acompanhar o desempenho de cada profissional, não só com o objetivo de corrigir falhas, mas também ver o grau de motivação e satisfação. Será que isso é feito na maioria das empresas ou apenas em algumas? Para início de conversa, como é que está o diálogo entre líderes e liderados? A comunicação flui bem em todos os sentidos? Será que não está sendo somente na forma de ordens? Como são tratadas as necessidades dos colaboradores? São vistas com os mesmos olhos das necessidades das empresas?

Com relação ao profissional ser terceirizado ou autônomo ou ser registrado pela empresa, sou convicto de que se não houver comprometimento não haverá diferença no desempenho em qualquer das situações. No caso do vendedor autônomo, por exemplo, se as despesas de viagens, telefones, investimento em capacitação e outras forem por sua conta, irão reduzi-las ao máximo, a ponto de muitas vezes comprometer o bom atendimento e a venda. Se forem por conta da empresa, em muitos casos serão em excesso, afetando a lucratividade.

Portanto, a questão do desempenho é diretamente proporcional ao grau de comprometimento das pessoas. E o profissional comprometido não fica esperando que a sua motivação e capacitação partam de ações de outras pessoas. É consciente de que o seu desenvolvimento pessoal e profissional depende única e exclusivamente dele. Mas isso é coisa para profissional de verdade e de sucesso.

Há poucos dias tinha um problema a ser resolvido na Caixa Econômica Federal em Recife, o qual parecia ser maior do que as pessoas demonstravam. Entre telefonemas (o tal do 0800) e visitas pessoais eram somente dificuldades, até que fui atendido por uma moça que demonstrou o máximo de presteza, simpatia e boa vontade. A solução foi imediata e bem simples. Admirado, perguntei há quantos anos ela trabalhava na Caixa. A resposta foi que não era funcionária, mas sim terceirizada. Em retribuição autografei um exemplar do meu livro e dei de presente a ela. Sei que a obrigação dela, como dos demais, é prestar um bom atendimento, mas como isso é artigo de luxo hoje em dia, causa surpresa nas pessoas. Em contrapartida, numa outra empresa, enquanto aguardava ser atendido, perguntei à recepcionista onde ficava a sede da empresa. Ela disse que não sabia, pois trabalhava ali como terceirizada somente há um ano! Como se vê, são comportamentos totalmente diferentes. Sabe por quê? A resposta é comprometimento.

Por outro lado, o que mais se houve de muitos profissionais é que para haver comprometimento é fundamental que haja motivação. Não há dúvida de que a pessoa desmotivada não chega a lugar nenhum, pois não tem nem coragem para agir. De nada adianta um profissional competente e desmotivado. Pior ainda é quando se têm pessoas incompetentes e desmotivadas, que me parece estar proliferando com muita rapidez. Mas o que leva à falta de motivação? É só o salário? Tenho certeza de que não é. Embora muita gente usa como justificativa que ganha pouco e trabalha muito. Ganhar pouco é uma coisa e merecer receber mais é outra totalmente diferente. Ora, se o profissional é competente e motivado e acha que está recebendo menos do que merece, alguma coisa está errada. É bom que faça uma melhor auto-avaliação para ver onde está errando, a fim de se vender melhor, pois com certeza não está sabendo agregar valor ao produto “eu”.

A questão de ganhar pouco e achar que merece mais está em qualquer segmento, ocorrendo tanto com empregados como também com profissionais liberais e outros, até mesmo com consultores. Quantos destes não estão se desvalorizando no mercado? Será que não estão sabendo agregar valor ao seu trabalho ou realmente estão desvalorizados? É uma questão a ser estudada com muito carinho, pois muitos trabalham por pouco e depois ficam se lamentando, colocando a culpa na crise.

Certa vez, fui contatado por um jovem funcionário de uma empresa que queria um workshop sobre vendas, a fim de fazer com que a equipe de vendas agregasse valor aos produtos comercializados e não trabalhasse somente em cima de preços. Diante da necessidade, elaborei um programa e proposta para a execução do trabalho. Feito isso, esse funcionário fez uma contraproposta em torno de 30% do valor ?orçado?. Então, falei a ele que faria um negócio melhor. Realizaria o workshop como cortesia. Pois assim mostraria como agregar valor aos produtos dele sem desagregar o meu. Pelo menos, não estaria fazendo parte do grupo de pessoas que dizem “faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço”. O cidadão ficou encabulado e, logicamente, não aceitou. Mas achou quem fizesse o trabalho, o qual, segundo me informaram depois, deixou muito a desejar.

A palavra de ordem hoje é comprometimento, pois é através dele que se busca a energia necessária para a motivação e aumento do nível de competência, agregando valor ao produto “eu”, deixando-se de ser “mais um profissional” para ser “o profissional” que o mercado necessita e paga o valor que merece. Com certeza os clientes agradecerão, pois o atendimento passará a ser personalizado e no mais alto nível.

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