Margareth Ă© assistente do vice-presidente de uma grande multinacional de software, onde trabalha há 23 anos. Ela gosta muito do que faz e de trabalhar com seu chefe, mas tambĂ©m já pensa em se aposentar daqui a alguns anos. Um belo dia seu chefe conta que está deixando a empresa para montar seu prĂłprio negĂłcio. Margareth fica surpresa. Margareth Ă© assistente do vice-presidente de uma grande multinacional de software, onde trabalha há 23 anos. Ela gosta muito do que faz e de trabalhar com seu chefe, mas tambĂ©m já pensa em se aposentar daqui a alguns anos. Um belo dia seu chefe conta que está deixando a empresa para montar seu prĂłprio negĂłcio. Margareth fica surpresa. Mais ainda quando ele a convida para ajudá-lo em seu novo escritĂłrio. Seu salário nĂŁo seria tĂŁo alto quanto o de hoje, e ela perderia alguns benefĂcios e abonos que receberia por ocasiĂŁo de sua aposentadoria. Mas em compensação, seu chefe promete ações e Ăłtima participação nos lucros se a nova empresa for bem. A oferta Ă© tentadora, mas Margareth nĂŁo tem certeza de que seria uma boa mudança, especialmente se o empreendimento nĂŁo tiver sucesso. Depois de conversar com seu marido (que disse ?Diga que nĂŁo aceita!?) e com suas amigas mais chegadas (que disseram ?Vá em frente!?), Margareth nĂŁo consegue tomar uma decisĂŁo.
VocĂŞ já esteve diante de escolhas que poderiam levar tanto ao sucesso quanto ao total desastre? Todos os dias enfrentamos questões relativas ao equilĂbrio de nossas vidas ? tanto as significativas, como a de Margareth, quanto as menos importantes. Temos de decidir a todo momento.
O equilĂbrio que precisamos em nossas vidas Ă© um todo dinâmico no qual o trabalho, a famĂlia, o tempo e o dinheiro sĂŁo, todos eles, elementos essenciais. O problema Ă© quando nĂŁo há alinhamento com os princĂpios que prezamos e com aquilo que nossa orientação diz ser ?sensato?.
Existem perĂodos nos quais esses ?desequilĂbrios? passageiros sĂŁo absolutamente vitais para o equilĂbrio da vida como um todo. Há Ă©pocas em que a melhor decisĂŁo para uma situação nĂŁo Ă© adequada para outra. Portanto, como saber o que Ă© certo? O que nos permite estabelecer esse equilĂbrio dinâmico todos os dias?
Na opinião de A. Roger Merrill e Rebecca R. Merrill, no livro Questões Fundamentais da Vida (Editora Sextante), a resposta é o bom senso.
Bom senso. O que é isso? Roger e Rebecca definem bom senso como ?inteligência orientadora?. É a habilidade de fazer escolhas que produzam resultados positivos. Ninguém (pelo menos em sã consciência) queima dinheiro. Ou come algo estragado. Nem sai de casaco em um dia de verão escaldante. Procuramos evitar fazer coisas que produzem resultados negativos. Isso é bom senso.
Por outro lado, o que aconteceria se vocĂŞ decidisse ir Ă faculdade ao invĂ©s de flanar pela vida afora? Ou depositasse 10% de sua renda na poupança todos os meses? Ou se investisse tempo em sua famĂlia? VocĂŞ estaria tomando decisões que produzem resultados positivos. Isso tambĂ©m Ă© bom senso. E como podemos desenvolver ainda mais nossa ?inteligĂŞncia orientadora?, ou seja, nosso bom senso? Roger e Rebecca Merrill sugerem trĂŞs passos: valorizar os princĂpios, avaliar a experiĂŞncia e atrair inspiração. Vamos conhecĂŞ-los em detalhes:
Valorize os princĂpios Quando passamos a valorizar os princĂpios reais que governam a vida, encontramos discernimento. Dessa maneira, definimos as prioridades que estejam alinhadas com esses princĂpios de efeitos positivos. Quais sĂŁo seus princĂpios de vida? Roger Merrill sugere a quem ainda nĂŁo tem isso bem definido que: – Escreva uma ?declaração de missĂŁo pessoal?.
– Leia livros que tratam exclusivamente sobre a arte de viver ? vocĂŞ escolhe as obras que tĂŞm mais a ver com seu estilo de vida.
Avalie as experiências Não é muito raro sentirmos que estamos passando pela vida cometendo os mesmos erros bobos. Por que isso acontece? Provavelmente porque não separamos um horário para a auto-avaliação. Geralmente vemos nossas falhas como fracassos e não conseguimos transformar essas experiências em alavancas ou ferramentas para corrigir estratégias. Conselhos:
– Um diário Ă© um excelente mĂ©todo de avaliar experiĂŞncias.
– Observe e aprenda atravĂ©s da experiĂŞncia dos outros.
Atraia inspiração Existe uma tranqĂĽila mas poderosa inspiração que nos orienta e realça as áreas que precisamos trabalhar ou reagir rapidamente em determinado momento. Mas sĂł conseguimos obter o benefĂcio dessa intuição quando nos abrimos para ela.
Se você já viveu uma fase de recolhimento, se passou pelo processo de escrever uma declaração pessoal de objetivos ou se reservou um momento para refletir antes de estabelecer uma meta, provavelmente sentiu esse tipo de intuição. Caso tenha aprendido a prestar atenção nela com regularidade, possivelmente se viu fazendo coisas que lhe dão imensa satisfação.
Partindo para a prática Agora que vocĂŞ já aprendeu a se preparar para decidir melhor sobre sua vida, atravĂ©s do desenvolvimento de seu bom senso, que tal alguns passo práticos que lhe ajudem nas tomadas de decisões? Charles Foster, em se livro What Do I Do Now? (Simon & Shuster) diz que o segredo Ă© nĂŁo complicar. Sua pesquisa mostrou que bons decisores contam com um surpreendentemente simples conjunto de princĂpios de bom senso. Quando estiver no que o Dr. Foster chama de ?portĂŁo da decisĂŁo?, tente estas estratĂ©gias:
– Distancie-se da situação e pergunte-se qual Ă© realmente o ponto mais importante de tudo. Bons decisores fazem suas escolhas baseados no que Ă© mais importante para eles e nĂŁo se deixam influenciar por necessidades ou valores dos outros. Margareth, o caso que foi exposto no começo da matĂ©ria, Ă© um bom exemplo disso. Ela precisa determinar o que Ă© mais importante para ela: a segurança de uma boa aposentadoria ou o desafio de um novo emprego. Nem seu marido, nem suas amigas podem fazer isso por ela.
– Pense a longo prazo nas conseqĂĽĂŞncias da decisĂŁo. Projete o mais longe que puder. É claro que vocĂŞ nĂŁo pode prever com certeza o que acontecerá, mas pode identificar os possĂveis resultados. No caso de Margareth, ela sabe o que obterá permanecendo em seu emprego. Mas tambĂ©m pode projetar o que aconteceria se trocasse de trabalho, e a nova empresa fosse um sucesso, ou se tivesse uma performance modesta, ou mesmo se fosse um fracasso.
– NĂŁo minimize as questões Ăłbvias. VocĂŞ já viu alguĂ©m tomar uma decisĂŁo que, aos olhos dos que estavam ao redor, era um pĂ©ssima escolha? NĂŁo deixe que um otimismo exacerbado ou um desejo incontrolável ceguem seu bom senso. Foque em fatos, nĂŁo em suposições. Olhando honestamente para os fatos vocĂŞ terá uma idĂ©ia clara dos riscos que corre, entĂŁo se decidir ir adiante, sabe o que estará lhe esperando.
– Equilibre prudĂŞncia com ousadia. Dr. Foster diz que tomadores de decisões que falham geralmente vĂŁo de um extremo ao outro: ou eles evitam qualquer tipo de risco, ou dĂŁo um salto no escuro sem considerar o que pode acontecer. Esforce-se por um equilĂbrio entre esses dois extremos, colhendo todas as informações relevantes disponĂveis.
– Procure uma maneira de testar os resultados. Enquanto nĂŁo se sentir seguro em seu julgamento da melhor decisĂŁo, que tal um test-drive? Por exemplo, Margareth pode pedir licença ou tirar fĂ©rias de seu emprego por um mĂŞs para ajudar seu chefe em sua nova companhia, e voltar para o antigo emprego se sentir que a nova ocupação nĂŁo era o que ela realmente queria.
Se vocĂŞ deixar que esses princĂpios o guiem em sua decisĂŁo, provavelmente conseguirá a resposta para suas dĂşvidas e anseios. As respostas virĂŁo com maior clareza e, com certeza, vocĂŞ tomará melhores decisões com uma grande autoconfiança. Isso Ă© sucesso!
Para Saber Mais: Questões Fundamentais da Vida ? Criando um EquilĂbrio Dinâmico Entre Trabalho, FamĂlia, Tempo e Dinheiro, de A. Roger Merrill e Rebecca R. Merrill (Editora Sextante). Frases ?Se vocĂŞ nĂŁo sabe para que porto está navegando, nenhum vento lhe será favorável? SĂŞneca ?O mais difĂcil na vida Ă© saber que ponte cruzar e qual queimar? David Russell
?Seja criterioso em ouvir conselhos dos outros na hora de decidir. Sua famĂlia e amigos nem sempre compartilham das mesmas necessidades, valores ou tolerância a riscos que vocĂŞ? Dr. Charles Foster
Teste suas decisões Cheque o seu ?radar? para decidir respondendo as seguintes perguntas:
· Baseado nos fatos, o que você decidiu fazer lhe parece lógico e sensato?
· Se outra pessoa decidiu o mesmo que você, você ainda vê a decisão como certa?
· Como você acha que os outros enxergam sua decisão?
· O que a pessoa que você mais admira faria em sua situação?
· Você ainda acharia que decidiu certo daqui a dez anos?
· Como se sentiria e o que sua famĂlia e amigos pensariam, se sua decisĂŁo fosse mostrada no telejornal local?
Fonte: Communication Briefings ?O mundo abre caminho para o homem que sabe para onde está indo? Anônimo