Depois de Drucker: Porter e Collins

Quais são os grandes influenciadores da gestão atualmente?

No mundo da gestão, o grande nome do século passado foi, sem dúvida alguma, Peter Drucker. Foi ele quem transformou a administração de empresas de arte em ciência. Felizmente, para os estudantes da gestão, sua morte não ficou no vácuo.

 

Hoje, podemos citar vários pensadores da área que, inegavelmente, também influenciaram, direta ou indiretamente, nossa forma de trabalhar nas empresas, como: Ram Charan, Tom Peters, Peter Senge, Gary Hamel, Alvin Toffler, Daniel Goleman, entre outros.

 

Mas os únicos dois que realmente podem disputar o páreo de “substitutos” de Drucker, na minha opinião, são Michael Porter e Jim Collins. Numa pesquisa realizada por um professor meu em Babson, Tom Davenport, Porter foi escolhido por mais de cem autores de gestão como tendo a maior influência sobre a corporação moderna (Drucker ficou em quarto). Seu referencial teórico – as cinco forças de Porter: estratégias e diferenciais competitivos, cadeia de valor, posicionamento e grupos estratégicos – é usado em qualquer planejamento sério.

 

Por outro lado, Jim Collins criou algo que pessoalmente considero até bem mais relevante: o conceito Good to Great. Qualquer empresário que leia o livro Good to great (aqui no Brasil, Feitas para vencer) vai, invariavelmente, terminar cheio de ideias e anotações sobre o que fazer.

 

Na sua mais recente obra, que também considero leitura obrigatória, How the mighty fall (ainda sem tradução no Brasil até o fechamento desta edição), Collins analisa o efeito inverso da excelência: por que as empresas falham? Por que se tornam irrelevantes? Para facilitar o entendimento desse assunto tão complexo, Collins divide a morte de uma empresa em cinco etapas:

 

  1. 1.   Etapa da arrogância – A empresa começa a ter sucesso, a crescer e a ganhar dinheiro. Tudo parece estar dando certo. As pessoas se tornam presunçosas e acham que são superiores e infalíveis. Críticas não são aceitas nem ouvidas.
  2. 2.   Etapa do “passo maior que as pernas” – Por se achar infalível, a liderança da empresa começa a tomar decisões cada vez mais arrojadas, muitas vezes até perdendo o foco. Novos produtos e serviços são lançados, concorrentes são comprados e novos mercados são abertos. E tudo ao mesmo tempo agora. E sem foco.
  3. 3.   Etapa da surdez e cegueira – Os problemas começam a surgir, mas ninguém quer enfrentá-los. Más notícias são racionalizadas e descartadas. Se alguém insiste em mostrar falhas, geralmente é afastado. A equipe aprende a ficar quieta e a fazer o que é mandada fazer.
  4. 4.   Etapa do plano mágico – Finalmente, os problemas são grandes demais para serem ignorados. Busca-se um salvador: um novo líder com um plano mágico. Ou apostam-se todas as fichas em um novo lançamento que vai salvar a empresa.
  5. 5.   Etapa da morte – O novo líder não se mostra tão competente. O novo lançamento não é aquele sucesso esperado – e a empresa morre.

 

Sabendo do ciclo, os estudos de Collins permitem que uma empresa se reorganize e, de maneira proativa, busque tanto evitar essas situações quanto, já estando nelas, saiba o que fazer para sair. É indispensável para qualquer um que queira dizer que realmente entende de gestão de empresas – e que queira aproveitar da melhor forma o grande momento econômico pelo qual o Brasil certamente vai passar em 2010.

 

Um grande abraço, feliz Natal e um 2010 excelente para você em vendas e na vida!

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