Dinheiro motiva?

Encantar os funcionários, para que sintam prazer e orgulho em trabalhar para a empresa, é muito mais complicado do que conquistar os clientes. Recebemos, via internet, a frase: ?Quando jovem achamos que dinheiro é tudo, quando velho temos certeza?. Ela serviu de gancho para reflexão de um dos mais complexos e polêmicos temas sobre comportamento humano: motivação financeira. As opiniões circulam velozmente entre os que acham que dinheiro não é tudo e os que estão convencidos que a parte mais sensível do corpo humano é, sem dúvida alguma, o bolso. O questionamento sobre motivação é de essencial importância, pois atinge todas atividades humanas, cenário de transações bilionárias e de campanhas humanitárias.

Entre os estudiosos sobre motivação, destacamos o psicólogo Abraham Maslow, que fez história com sua célebre teoria da pirâmide das necessidades humanas. Na base estão as necessidades fisiológicas. Depois as de segurança, as sociais e, após essas, as de status e estima. No ápice, a auto-realização. De acordo com Maslow, ?as necessidades fisiológicas constituem a sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo. As necessidades de segurança constituem a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga e o perigo. As sociais incluem as necessidades de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, a troca de amizade, de afeto e amor. As necessidades de estima envolvem a auto-apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração, além do desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo, independência e de autonomia. As necessidades de auto-realização são as mais elevadas, de cada pessoa realizar o seu potencial e de auto-desenvolver-se continuadamente??.

Um mergulho nessa teoria nos permite visualizar a diversidade de estímulos motivacionais, inclusive financeiros, pois se o dinheiro não é o maior motivador para determinadas pessoas, a sua falta, ou a sua raridade, é uma das causas da exclusão social, chaga viva da humanidade. Serviços de educação e de saúde, alicerces da qualidade de vida, têm preços proibitivos para as pessoas de baixa renda, o que as impede de acompanhar a era do conhecimento, única fonte de riqueza das nações. Se sucesso é conseguir o que se almeja, felicidade é ficar satisfeito com o que se conquistou. Em todas as profissões encontramos registros de carreiras promissoras que foram interrompidas precocemente, não por falta de talento, mas por inabilidade entre o adequado uso dos ganhos, a administração do poder e o convívio com a fama. O equilíbrio entre essas variáveis, fatores da mesma equação, constitui o grande desafio a ser superado.

Encantar os funcionários, para que sintam prazer e orgulho em trabalhar para a empresa, é muito mais complicado do que conquistar os clientes, pois o número de variáveis emocionais envolvidas é muito maior. O planejamento estratégico de recursos humanos pode transformar a motivação no ponto de convergência entre o interesse dos acionistas (o lucro), o sonho dos funcionários (realização profissional) e a satisfação total dos clientes e consumidores. O sistema de estímulos motivacionais de uma organização deve privilegiar oportunidades para uma carreira bem-sucedida, reconhecimento e valorização de múltiplas formas, inclusive em dinheiro, prática de competência técnica e de conduta ética dos dirigentes, gerenciamento de líder, não de chefe, transparência administrativa através de processo de comunicação interativa, cultura empreendedora e cidadã, conceito de liberdade focado no questionamento de idéias, não de pessoas e clima organizacional prazeroso.

Além das excelentes condições de trabalho que a empresa possa oferecer, estamos convencidos de que a motivação é uma porta (com a chave pelo lado de dentro), cabendo a cada um de nós a iniciativa de abri-la.

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