Empresas tradicionais do ramo de promoção, como a Bullet, têm se movimentado para oferecer aos clientes opções de ações casadas – online e offline -, ou até exclusivamente online. As estimativas do mercado dão conta de que a promoção deve movimentar algo em torno de R$ 5 milhões no Brasil este ano. No mesmo período, e a exemplo do que ocorre com a propaganda, estão crescendo as ações de promoção dentro da Internet, que tem sido considerada uma ferramenta especialmente poderosa para essa disciplina.
Ela não só possibilita a interação com o internauta, como viabiliza o acompanhamento imediato dos resultados, além de permitir a realização de pesquisas instantâneas com os usuários. Assim, empresas tradicionais do ramo de promoção, como a Bullet, têm se movimentado no sentido de oferecer aos clientes opções de ações casadas – online e offline -, ou até exclusivamente online.
“Se o cliente tem uma verba restrita, a promoção online é uma alternativa”, diz Mentor Muniz Neto, diretor de criação da Bullet. “Ela chega a ser 10% do valor total de uma promoção offline”.
Tradicional fornecedora de serviços para a indústria, há alguns meses a Bullet decidiu apostar na Internet e investiu em torno de R$300 mil para criar o www.net promo.com.br, um verdadeiro portal de promoção.
Em paralelo, apostou também na Internet sem fio, através do sistema WAP, e criou wappromo.com.br, um site de promoção, preparado e acessado exclusivamente por telefones celulares. Com isso, a empresa passou a oferecer aos clientes, por um lado, o planejamento e a idealização das ações, e por outro, o próprio meio de veiculação das campanhas, assim como o público que acessa o site. Para isso, criou o braço interativo da agência, a e-Bullet.
Funciona assim: o cliente chega na agência, explica seu problema e os profissionais da Bullet preparam a estratégia das ações. Elas podem se limitar ao universo tradicional, mas também envolver o trabalho online. Normalmente são casadas, já que por enquanto se considera cedo para a realização de promoções exclusivamente pela Internet. “Na maioria das vezes, a promoção online ainda não oferece os mesmos resultados”, atesta Muniz Neto, explicando que a base de quase dez milhões de usuários da rede ainda é tida como pequena para ações desse tipo. De qualquer forma, como ela tem um custo muito inferior, tem acontecido do cliente investir apenas na promoção online quando sua verba é pequena, insuficiente para propaganda ou promoção tradicional. “A rede é especialmente indicada quando não se trata de uma promoção de vendas, mas sim voltada para a comunidade”, diz Neto.
Assim, depois de concluída a estratégia de planejamento da promoção pela Bullet, a equipe especializada da e-Bullet assume o desenvolvimento dos projetos online, criando e colocando em campo peças como hot sites ou mesmo disponibilizando o chamado e-mailing, no caso de ações de fidelização. O netpromo.com oferece aos clientes um banco de dados com mais de 50 mil usuários cadastrados. O cliente pode simplesmente usar o banco de dados da empresa, montar o seu com exclusividade ou mesclar as duas opções. Quando ele faz isso, a e-Bullet oferece uma senha através da qual, pela Internet, o cliente pode acessar o banco de dados, filtrando as informações, até chegar a uma listagem de usuários que tenham exatamente o perfil procurado. O próprio cliente pode fazer a remessa de e-mails, já que o site cuidou de obter a permissão para isso dos usuários cadastrados.
Todos os clientes da Bullet têm direito a veicular sua promoção online no site netpromo. Ou seja, independentemente da veiculação de peças no próprio site da empresa, há outro espaço oferecido pela agência. Só nos primeiros três meses de vida, o netpromo atingiu a marca dos 102 mil acessos mês, resultado de campanhas online feitas pela e-Bullet em sites como a Usina do Som e do retorno das próprias campanhas veiculadas para clientes como o Bis, da Lacta, por exemplo.
Nesse caso, a promoção objetiva ampliar a venda do produto. Com uma embalagem de Bis, o usuário ganha uma senha de acesso ao site, concorrendo a prêmios pela raspadinha” com o mouse. No caminho do acesso, responde uma pesquisa rápida, que possibilita ao anunciante compreender melhor os resultados de sua ação. Assim, já tem conhecimento que 0,22% dos usuários tomaram conhecimento da promoção pela televisão, 22% pelo ponto de vendas e 52% pela embalagem. “TV é pouco eficiente para esse tipo de ação”, conclui Muniz Neto. Uma mídia cara e, no caso, praticamente desnecessária.
Segundo o diretor de criação, o custo da abordagem na promoção offline, de R$ 1,45 centavos cai para R$ 1,15 centavos na ação online e, no caso do Bis, por exemplo, o incremento de vendas foi de 17%. “Todos os clientes estão ampliando as ações online”, diz Neto, acrescentando que o ideal mesmo é a própria complementação das ações tradicionais pelas feitas pela Internet, em função do baixo custo online e dos resultados excelentes que a rede propicia, além da possibilidade da empresa conhecer e se relacionar melhor com o consumidor. E é em função disso que a Bullet, com um faturamento de R$ 26 milhões em 99, previa uma contribuição de apenas 4% da e-Bullet no desempenho da agência neste ano. Em três meses de existência, a participação do braço interativo no fatura- total já chegou aos 12%.
