ExperiĂȘncias MĂșltiplas

ExperiĂȘncias MĂșltiplas Atualmente, uma das maiores dificuldades das empresas estĂĄ na chamada retenção de talentos. ApĂłs investirem em recrutamento, seleção e treinamento de seus profissionais, elas assistem a muitos deles se desligarem, seduzidos ora por um salĂĄrio maior, ora por benefĂ­cios, ora pelo status conferido pelo nome da organização ou pelo tĂ­tulo do cargo oferecido.

Acrescente-se a esse aspecto a crença propalada, em especial ao longo das Ășltimas duas dĂ©cadas, de que uma carreira de sucesso se constrĂłi atravĂ©s de mĂșltiplas experiĂȘncias profissionais em diferentes companhias.

Pesquisa realizada entre julho de 2006 e julho de 2007 pela Korum Consultoria, especializada em transição de carreira, indicou que o tempo mĂ©dio de permanĂȘncia em uma mesma empresa Ă© de quatro anos para executivos de alta e mĂ©dia gerĂȘncia e 2,7 anos para supervisores e especialistas.

Rotatividade ? Lembro-me de um tempo em que o profissional confiĂĄvel e competente era aquele que nĂŁo passava por mais que uma ou duas empresas atĂ© sua aposentadoria. Hoje, isso Ă© visto como sintoma de acomodação, apontando para obsolescĂȘncia, aversĂŁo ao risco, falta de dinamismo e ambição.

Abomino rĂłtulos, generalizaçÔes, paradigmas e verdades absolutas, tidas como inquestionĂĄveis, que obscurecem o pensamento e turvam a razĂŁo. Onde estĂĄ escrito que essa rotatividade de empregos Ă© necessĂĄria ou mesmo saudĂĄvel? Por que nĂŁo podemos edificar uma carreira auspiciosa atuando numa mesma organização, onde conhecemos as pessoas e o ambiente, assimilamos e nos alinhamos Ă  sua cultura, alcançamos prestĂ­gio, alĂ©m de estabilidade e acĂșmulos salariais?

Estamos equivocadamente ensinando aos nossos jovens que uma carreira sólida demanda promiscuidade corporativa, quando o que entorpece e definha o profissional é sua estagnação, ou seja, parar no tempo, realizar as mesmas tarefas, deixar de estudar e de aprender. E isso pode acontecer mesmo pululando de uma empresa para outra.

Mobilidade horizontal ? Para alcançar o topo da hierarquia, o que vale a pena perseguir é a mobilidade horizontal, conhecendo a companhia integralmente, militando em diversas åreas, compreendendo a sinergia entre os departamentos. No caso de empresas de grande porte, hå ainda a possibilidade de migrar para filiais ou outras empresas do grupo, inclusive no exterior. O fato é que enquanto houver desafios e satisfação pessoal, não haverå motivos para se mudar de emprego.

Todavia, se a mudança for fruto de decisĂŁo madura, decorrente da falta de reconhecimento, clima organizacional desgastado, cabeça batendo no teto ou por força de proposta irrecusĂĄvel, assegure-se de que, quando o entusiasmo esfriar e a rotina se instalar, a nova empresa nĂŁo se mostrarĂĄ uma autĂȘntica ?amante argentina?, cerceando sua autonomia, eliminando privilĂ©gios e exigindo o comprometimento que um dia vocĂȘ nĂŁo pĂŽde ou nĂŁo soube honrar.

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