Fim dos newsletters por e-mail?

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Noventa e nove de 100 pessoas não sabem o que significa o RSS (Really Simple Syndication – Distribuição de Conteúdo Realmente Simplificada). E enquanto alguns prevêem que as mensagens via RSS superarão o e-mail, até as estimativas mais generosas sugerem que não mais que cinco por cento dos usuários de computadores já experimentaram essa nova tecnologia. Apesar disso, muitos editores de newsletters por e-mail despendem muita energia para desenvolver o RSS. Por que todo esse barulho a respeito disso?

Os prós

O RSS existe já há algum tempo, mas recentemente deixou sua marca como uma alternativa aos newsletters por e-mail. Os usuários baixam um programa para buscar mensagens de empresas que, por sua vez, os alimentam de informações (daí o nome de information feed para as linhas de informações enviadas pelas empresas). Essa é a base para a tecnologia Web log, e deverá um dia tornar-se um competidor significativo para as plataformas de email.

Eis porquê: Os feeds não são intrusivos – os usuários se inscrevem apenas para as mensagens que querem receber. Eles ficam fora dos bloqueadores de emails e filtros que evitam que conteúdos importantes sejam recebidos. Além disso, poucas empresas de mídia que oferecem feeds RSS pedem aos assinantes para compartilhar informações sobre si próprios (isso deverá mudar: poucos Web sites também pediam que o cliente se cadastrasse nos primórdios da Internet).

Falando objetivamente, a verdade é que a tecnologia RSS tem o potencial de evitar a bagunça das nossas Caixas de Entrada de e-mail, e as empresas querem estar prontas caso ela consiga. "O spam está matando o e-mail como um canal de comunicação", diz Mark Fletcher, fundador e CEO da Trustic, a empresa mãe do concentrador de notícias Bloglines. "As pessoas estão sofrendo da sobrecarga de informações e estão começando a ter medo dos e-mails que chegam".

Os contras

A RSS também tem suas desvantagens. Aqueles que enviam os feeds RSS geralmente não podem utilizar imagens, sons ou outros itens avançados de mídia; apenas um cabeçalho simples suficiente para despertar o interesse, com um link apontando para mais conteúdo em um Web site. "Eles não podem controlar como o conteúdo será apresentado ou como ele se relaciona com outros conteúdos", aponta Peter Mesnik, co-fundador e chief technology officer da IMN, empresa de e-marketing e análise de dados. De forma similar, o RSS oferece pouco em termos de personalização. "Ele é uma solução 'tamanho único', feita para todo mundo", diz Dave Sousa, CEO da EmailLabs.

Há poucas evidências sugerindo que os feeds vão gerar vendas e melhorar a presença de marca com uma eficácia pelo menos próxima a que os newsletters por e-mail alcançam. E mesmo sendo rastreáveis, ainda não há indicadores-padrão no mercado para avaliar a penetração ou impacto dos feeds. Quando perguntado sobre quantas pessoas hoje são assinantes das linhas de informação de sua empresa, John Roberts, vice-presidente associado de desenvolvimento de produtos para notícias no Web site da CNET News.com, admite que não sabe. "Olhamos para as coisas em termos de quanto tráfego é gerado para nosso Web site [a partir dos feeds], e isso vem aumentando mês a mês", diz ele. "Você não acha que eu adoraria ter resultados que nossos parceiros pudessem aceitar ou compreender? Claro que eu adoraria. Mas ainda não chegamos lá".

Finalmente os aficionados lamentam a curva que aponta uma adoção pouco acentuada, culpando a falha de comunicação sobre a facilidade de uso para o cliente. O problema, dizem eles, não é o fato de que os usuários têm de baixar uma aplicação em separado para acessar os feeds e então aprender como usar. Considerando que a maioria está acostumada com o email, não é uma surpresa que eles tenham "torcido o nariz" para o RSS.

"Você vê muitos senões quando fala sobre o RSS", comenta o analista de tecnologias e operações de Web sites da Júpiter Research, Eric Peterson. "Há uma atitude de 'por que me dar ao trabalho?'". Para finalizar, muitos especialistas acreditam que o RSS não se consolidará como uma plataforma de envio de mensagens até que as Microsofts do mundo comecem a desenvolver capacidades RSS em aplicações como o Outlook.

Os especialistas têm previsões muito variadas sobre quando o RSS de fato se tornará uma ferramenta de comunicação significativa. Eles prevêem que a adoção acontecerá em algum momento entre o fim deste ano e 2007 e daí em diante, mas a maioria acredita que apenas eventualmente chegará até lá. "Se você considera a quantidade de lixo nos e-mails, o ponto de mais alta adoção chegará mais cedo que qualquer um pensa", argumenta Peterson. Mas Sousa, uma pessoa de interesse no assunto, já que sua empresa está focada em email marketing, alerta aos entusiastas do RSS que o e-mail não deveria ser descartado.

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