Fulano interliga interesse dos internautas aos produtos dos anunciantes

Muito tem sido feito na Internet, nos últimos dois anos principalmente. Estima-se que estejam surgindo em torno de cem mil novos sites por ano no Brasil e a que a maioria deles seja de empresas tradicionais, desenvolvendo seu braço virtual.

Além disso, também as empresas exclusivamente ponto com não páram de surgir. Elas trazem consigo novos modelos de negócio, baseados nas receitas do comércio eletrônico; algumas vezes nas assinaturas, quando os internautas pagam para acessar algum site ou informações que ele contenha, ou simplesmente na publicidade. Aliás, grande parte das empresas virtuais obtém todo seu faturamento dessa fonte.

O estilo já é bastante conhecido: monta-se um site, atrai-se público para ele e vende-se espaços publicitários como banners, pop ups ou patrocínios. Mas um dos grandes temas que se discute entre os anunciantes, profissionais de mídia e os veículos (os próprios sites) é o percentual de clickthroughs (clicks nos anúncios na Internet).

Muitos anunciantes acham que devem pagar a veiculação sobre o percentual de clickthrough, que em média, atinge os 3% ou 4% do total de usuários do site. Já os veículos alegam que o fato do banner estar sendo exibido, mesmo sem ser clicado, já gera efeitos de reforço sobre a de imagem de marca do anunciante e com isso cobra a veiculação com base nos pageviews ou total de páginas vistas pelos usuários. Uma polêmica que promete esquentar nos próximos meses, com a sofisticação dos formatos de anúncios para a web.

Enquanto isso, porém , um site com cerca de dez meses de existência, ao invés de discutir se o que vale é o clickthrough do usuário ou a simples exposição da marca, tratou de criar modalidades que agradam a todos os gostos, atingindo até 50% de clicks nos banners.

Trata-se do Fulano, www.fulano.com.br, um projeto que já no seu primeiro mês de comercialização, fevereiro último, faturou nada menos que R$ 250 mil , chegando aos R$ 300 mil em março com a meta de fechar o ano na casa do R$1 milhão.

O projeto começou no então Zaz, no final de 98, quando Patrícia e Rogério Siberberg começaram a desenvolver a idéia. Em seguida, ambos saíram do provedor e juntamente com Roberto Grosman montaram a Fulano. Hoje são sete sócios, incluindo a Venture Capital Sul, que possui 20% do total, e a MLSP, de Marcelo Lacerda e Sérgio Preto, ambos diretores do Terra.

A idéia é entreter o internauta com jogos e brincadeiras que remetem diretamente ao produto ou ao conhecimento sobre a empresa do anunciante.

“Montamos nossa base em quatro pontos”, explica Grosman, sócio e diretor de estratégia da empresa. “Interatividade e relacionamento, personalização, recompensa e cara de Internet”, diz.

Para ele, este último é o principal diferencial , porque envolve navegação fácil, design clean, linguagem descontraída e relacionamento fantástico. Grosman esclarece que o objetivo do projeto é levar conteúdo interativo e descontraído para o internauta, utilizando seu interesse para desenvolver um sofisticado banco de dados, capaz de viabilizar um forte database marketing.

Assim, tudo o que o usuário faz dentro do site fica registrado no banco de dados do Fulano. São levantados os principais interesses dos internautas, os jogos que preferem, como navegam e assim por diante, de tal forma que o anunciante encontra à sua disposição um público muito bem conhecido.

“Quando o internauta entra no Fulano, ele já começa ganhando pontos por responder dados sobre seu perfil”, conta Grosman. O site em si oferece vários tipos de jogos e brincadeiras e cada uma delas é patrocinada por um ou mais anunciantes. Há mais de 230 mil pessoas cadastradas no Fulano, gerando uma expressiva audiência de oitocentos mil pageviews por dia ou 24 milhões por mês. E só agora o Fulano está investindo R$3 milhões em propaganda na mídia tradicional. Até então, o site foi sendo conhecido pelo público por seu alto grau de interesse.

Sem se basear em nenhum modelo específico norte-americano, como normalmente acontece com as empresas ponto com no Brasil, o Fulano interliga o foco de interesse dos patrocínios, banners, promoções e projetos especiais ao entretenimento do usuário no site.

“Desenvolvemos produtos específicos, de acordo com os interesses do anunciante”, diz Grosman. Assim, a seção Acerte, por exemplo, está sendo patrocinada pela Patagon. Para participar do jogo, o usuário precisa responder à perguntas sobre negócios. E no caso, elas envolvem a Patagon. “O produto deles sempre nos permite estar ensinando sobre o mercado financeiro”, diz Jacques Steinberg, diretor de alianças e parcerias da Patagon. Para ele, é super importante que as pessoas entendam desse mercado, já que a Patagon atua nesse nicho. “Além disso, podemos estar segmentando com promoções”, acrescenta.

As promoções também são feitas com os próprios produtos de interesse do anunciante. Uma das perguntas de uma das promoções feitas pelo site era sobre o livro que o Submarino estaria vendendo por um preço muito inferior. Além de entrar no site do Submarino para conhecer a resposta, o usuário ainda ficava informado sobre a oferta e ganhava pontos no jogo todo.

“Com isso, o percentual de clicks no banner fica muito mais alto”, diz Max Petrucci, diretor de marketing do Webmotors, outro grande anunciante do Fulano. Para ele, o mais interessante é que o Fulano tem uma base de usuários fiéis, que gostam mesmo de interagir.

Segundo Grasman, em dois dias, uma pergunta no site é respondida por cerca de10 mil pessoas . “Essa é a melhor forma de trabalhar a marca”, ressalta Petrucci. “Não vendemos o produto, mas a solução”, insiste Grosman. Nos últimos meses, a empresa desenvolveu o banner personalizado. Ou seja, de acordo com o perfil do usuário, que é cadastrado pelo banco de dados, é exibido um banner pertinente ao seu perfil.

E esse desempenho não passa batido pelos investidores internacionais de empresas ponto com. Segundo Grosman, durante o fechamento desta edição, os sócios do Fulano já estavam em adiantadas conversações com investidores internacionais para novo aporte de capital da empresa. A verba levantada será aplicada em tecnologia e, principalmente em marketing. Além de investir na sua comunicação , a empresa deve começar a atuar forte com database marketing.

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