Garimpo urbano

A prática está se generalizando. No início, excepcionalmente, ao percorrer um corredor de um supermercado, cruzava-se com alguma empresa promovendo a apresentação ou degustação de produto. A prática está se generalizando. No início, excepcionalmente, ao percorrer um corredor de um supermercado, cruzava-se com alguma empresa promovendo a apresentação ou degustação de produto. Depois, acentuando o que sempre aconteceu nas feiras livres, vendedores elevando a voz e multiplicando-se em ?experimenta, freguesa?. Mais adiante, selecionadores visuais, postados em locais estratégicos e de grande fluxo de pessoas, oferecendo dinheiro no chamado crédito pessoal.

Hoje, quase todos os que vendem alguma coisa contratam seus garimpeiros, canários e pardais. Ou seja, não é mais suficiente, em um mundo absurdamente competitivo como o nosso, identificar expectativas de clientes e se posicionar através dos vários ?Ps? para corresponder aos seus desejos e aspirações, tem de fazer mais, é indispensável agarrá-lo pelo colarinho com mimos e oferecimentos, esteja ele onde estiver e trazê-lo até o local da prestação de serviços.

Experiências comprovadas

Nas grandes metrópoles brasileiras, nas ruas e nos shopping centers, garimpeiros, canários e pardais se multiplicam. Na cidade de São Paulo, meninos com um colete identificador e um celular a tiracolo vasculham na multidão possíveis passageiros para táxis. E, ao identificar, perguntam: ?Quer táxi, doutor??. Se sim, rapidamente fazem um sinal com a mão e um táxi se aproxima ou acionam o celular e cinco minutos depois já tem um chegando. Já nos shopping centers, multiplicam-se os canários e pardais. Em recente matéria realizada pela Folha Negócios, alguns dos restaurantes das praças de alimentação chegaram a creditar a ação de seus pardais a até 40% de seus movimentos.

Dentre as experiências com os canários, uma das mais interessantes é a da rede MR. Pretzels. Que oferece pedacinhos de seus pretzels a todas as pessoas que passam próximas a suas lojas. De cada cinco pessoas que provam, uma compra imediatamente, metade compra mais tarde e torna-se cliente. Quando, por qualquer razão, uma loja pára de fazer degustação, durante aquele período a queda nas vendas é superior a 15%.

Empresas de todos os setores de atividade deveriam refletir intensamente sobre a prática dos garimpeiros, canários e pardais. E, de alguma forma, encontrar uma maneira ? pertinente, educada e relevante ? de adotá-la e replicá-la. Questão de competitividade e sobrevivência. Quem teimar em permanecer na margem pescando, voltará pra casa com o embornal vazio. É preciso ir até o meio do rio, sempre.

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