Em 2005, ao mesmo tempo em que seremos exigidos em ousadia e velocidade para encarar a concorrência, precisaremos manter a qualidade dos nossos serviços e produtos. Em 2005, ao mesmo tempo em que seremos exigidos em ousadia e velocidade para encarar a concorrência, precisaremos manter a qualidade dos nossos serviços e produtos, seguros de que a construção da marca é uma das tarefas mais importantes para o sucesso de pequenas e grandes empresas.
A perspectiva é de que o país cresça mais do que podemos suportar neste ano. Em conseqüência da alta demanda, corremos o risco de responder às pressões com produção e entrega de mercadorias de baixa qualidade. É preciso estar ciente de que abrir mão de valores e ética só gera maus negócios. Os vitinicultores, por exemplo, reconhecidos pelo rigor na seleção da uva, são tentados a utilizar material inferior para a produção do vinho se o cliente chega com o discurso: ?Ah, mas não dá para quebrar o galho?!?. Há quem quebre o galho e o negócio!
Hoje, se você for ao Iraque, verá enfermeiras sem condições de serem enfermeiras em procedimentos de médicos, porque há demanda. De pessoas a produtos, todos são pressionados até que os negócios arrebentem. Por exemplo, o fabricante de água sanitária vende para o governo e este paga com atraso. O empresário gastou para vender, não recebe conforme o previsto e acaba marchando com juros bancários. Outro exemplo disso é uma construtora que, mesmo com oportunidade de vender muitas unidades, vai manter a qualidade porque quer que o seu nome seja eternizado.
Em períodos de alta demanda, muitas vezes, tratar bem um cliente passa a ser secundário. Quebra-se o princípio de que o consumidor merece atendimento de excelência. Mas esteja certo, se esse é seu caso, um dia você vai se arrepender. Quando o Tylenol foi envenenado nos Estados Unidos, mandou-se recolher todos os exemplares do mercado e reembolsar quem tivesse o produto. Naquele momento, a ação trouxe prejuízo. Mas em relação à eternização da marca, foi uma grande estratégia.
Para não tomar decisões que você possa se arrepender depois, é preciso estar atento para o fluxo de caixa ? responsável pela bancarrota de muitas empresas justamente em fase de crescimento. Quando se está em uma economia recessiva, é possível deixar o barco menor, cortando custos. Encolhido, passa pela tempestade.
Quando uma empresa está com a demanda nas alturas, ela passa a contar com a entrada, mas não tem dinheiro para financiar o produto. Uma indústria que fabrica mil computadores, passa a importar peças para produzir três mil unidades. Do período de entrega do produto até receber o pagamento referente a ele, o empreendimento estraga, definha porque estará trabalhando no prejuízo. O passo seguinte é buscar dinheiro no banco. E daí para a frente, começa a ser menos cautelosa com a inadimplência dos clientes. É um temível círculo vicioso.
A gestão do crescimento é uma situação estranha ao Brasil moderno. Estamos acostumados com a gestão de corte de custo. O brasileiro sabe cortar. Neste momento, ele precisa saber investir e, para tanto, dominar o seu negócio, o mercado, a concorrência interna e externa e as premissas sobre as quais quer ser reconhecido.