Identificação por rádio freqüência

Preço, complexidade e o Wal-Mart ditam a adoção da identificação por rádio freqüência Como crianças no Natal, muitos varejistas estão entusiasmados com o conceito da Identificação por Rádio Freqüência (RFID – Radio Frequency Identification), que está cada vez mais perto da realidade. Mas especialistas das principais empresas de tecnologia avisam que a oportunidade de criar a experiência da “loja do futuro” para o cliente ainda está muito longe de se concretizar.

O foco imediato da RFID é melhorar o início da cadeia de suprimentos. As empresas utilizam a RFID internamente para inserir as etiquetas para rastrear o estoque, manter atualizados os sistemas de gestão e estocar as prateleiras. Para o cliente na loja, entretanto, a história é diferente. As iniciativas de RFID para os clientes estão somente nos sonhos da maioria dos varejistas. Eles sabem que precisam disso, mas os benefícios ainda não são suficientes para justificar o investimento. O ponto positivo de efetuar compras com a tecnologia de RFID inclui melhor disponibilidade de estoque, menos tempo na fila do caixa e melhores maneiras de devolver as mercadorias não-desejadas. Os clientes podem registrar suas preferências de produtos e formas de pagamento, para que as empresas possam rastrear e desenvolver iniciativas com base em mais informações que nunca. As empresas podem aproveitar isso para levar a personalização para o próximo nível, gerando relações profundas e criteriosas com os clientes.

Entretanto, a falta de casos de sucesso juntamente com a tecnologia “pesada” e os custos de infra-estrutura, não permitem aos varejistas tornar estes conceitos realidade. Por exemplo, enquanto as etiquetas custam menos, os leitores de RFID podem custar, em média, US$ 2.000,00 cada, e o retorno sobre o investimento ainda não está garantido para justificar os custos.

Para que isto tenha um impacto no varejo, os preços do sistema precisam diminuir. Douglas Bourque, Diretor de Vendas de RFID da Texas Instruments insiste que o mercado direcionará os custos da tecnologia para baixo. As etiquetas de RFID que são vendidas por US$ 0,30 por produto, devem cair para em torno de US$ 0,10 até 2005, e eventualmente pode chegar até US$ 0,05. Preços menores abrirão a tecnologia para as massas. “Vai sair do nicho para o mercado”, diz ele. Para ajudar a empurrar a tecnologia há uma ordem do ultravarejista, o Wall-Mart. A iniciativa demanda que seus 100 maiores fornecedores equipem todos os produtos em suas cadeias de suprimentos com a RFID até janeiro de 2005.

O gerente dessa linha de produtos na Sun Microsystems, Vijay Sarathy, também observa que há uma grande confusão em como instalar e gerenciar RFID com base em cliente. Conhecimentos de tecnologia avançada e integração são necessários para canalizar com sucesso os milhões de bytes capturados de dados do cliente. “Há o gerenciamento dos dados, segurança, abastecimento de informações &#150 fazendo que o dado correto sincronize com o sistema interno – ninguém entende isso”, diz ele. “Os varejistas têm que perguntar a si próprios o que o Wal-Mart está fazendo que eu posso aproveitar, e o que o Wal-Mart não está fazendo que eu posso fazer?”.

Mas os otimistas prevêem que o varejo está somente a alguns passos de uma adoção generalizada. A Prada, a Gap e a varejista espanhola Zara estão entre as poucas empresas que já desenvolveram iniciativas de RFID. Elas mantêm o estoque reabastecido, estudam os hábitos de compra dos consumidores, oferecem meios de pagamento sem contato e oferecem opções impressionantes, como provadores que sugerem estilos.

John Thorn, Gerente Geral, do grupo de cadeia de suprimentos e soluções de marca no fornecedor de tecnologia RFID Checkpoint, concorda que o uso de RFID dentro das lojas está atrasado. Mas ele prevê que a iniciativa interna do Wal-Mart eventualmente conduzirá o RFID para frente da loja, o que pode aumentar as vendas na mesma loja em até cinco por cento ao ano. “O maior conhecimento, transformará a experiência de compra dos clientes, assim como melhorará o estoque, aumentará as opções de produto e criará finalizações de compras mais rápidas”, afirma ela.

A SAP e a Microsoft também prevêem os benefícios do consumidor de RFID. Ambas lançaram na última semana soluções piloto de RFID na exposição da Federação Nacional de Varejo Norte-americana. Ian Sands, Diretor do Grupo de Inovações para Indústria da Microsoft, disse que o programa “Smarter Retailing” da empresa é projetado para simplificar o processo para varejistas tradicionais que não utilizam dados em tempo real investindo em equipamentos móveis portáteis para disponibilizar os dados. “Eventualmente, todo mercado [de varejo] se voltará para RFID”, ele prevê.

Conteúdos Relacionados

Pin It on Pinterest

Rolar para cima