Malucos pelo Cliente – Marketing já era!

Se você é um cara do “departamento de marketing”, pense nessa afirmação: você não tem mais emprego. O departamento de marketing já era!

Se você é um "cara" do departamento de marketing, pense nessa afirmação: você não tem mais emprego. O departamento de marketing já era! Se você não é de marketing, já percebeu isso faz tempo, mas obviamente não conse-guiu convencer o pessoal "do" marketing da idéia. Nossa conversa de hoje fala de como as coisas têm mudado nessa área e de como podemos nos ajudar para reconstruir o conceito de marketing na nossa empresa. Todo mundo junto!

O mundo mudou e marketing não percebeu
Todo mundo sabe: antes as empresas fabricavam e o pessoal comprava. Havia mais Clientes que empresas fornecedoras. Um pouco mais tarde, com o aumento das em-presas produtoras, até tinha que ser feito um esforço de vendas, mas logo isto deixou de ser suficiente. Quando a competição aumentou um pouco, marketing apareceu nas empresas para ajudá-las a não somente vender tirando pedidos, mas a entender me-lhor o mercado e a comunicar melhor os produtos e Serviços da empresa. Deveria ser para ajudar o pessoal de vendas a vender melhor. Deveria…

Histórias de um passado que não volta mais
Vivi uma época áurea deste modelo quando a Johnson & Johnson era líder de vendas na grande maioria dos produtos que vendia, no início da década de 80. A estrutura da Johnson & Johnson e da maioria das empresas organizadas desta época era repleta de gente. Gente de tecnologia da informação, na época CPD – Centro de Processa-mento de Dados, que bolava aqueles sistemas que ninguém conseguia entender, com-prava computadores que ninguém conseguia pagar e gerava relatórios que ninguém conseguia usar. Gente de recursos humanos, que se achava melhor do que qualquer um em processos de liderança e ficava dando palpite em como todo mundo deveria li-derar seu pessoal enquanto o próprio pessoal de recursos humanos ficava muito des-motivado com a liderança que recebia. E apareceu a moçada de marketing, "novos talentos" que viriam estruturar o sucesso e crescimento da marca. Com "atitude" de marketing… Um misto de "donice" da verdade, "varice" de condão de quem tem a solução de todos os problemas e uma pitada de arrogância travestida por um terno muito caro. Fábrica e vendas deixaram de ser maioria. Ao longo do tempo, recursos humanos e tecnologia da informação aprenderam a duras penas que não seriam eles que conse-guiriam atingir sozinhos a missão que os fez surgir. E a função de liderar e administrar informação migrou para quem realmente deve fazê-lo: os líderes e as equipes de cada área.

Marketing hoje
Marketing até hoje em muitas companhias continua achando que pode fazer tudo sozi-nho e que tudo o que faz funciona. Como outras ondas que já passaram pela adminis-tração, marketing deveria ter deixado de ser papo de departamento. O novo pensa-mento de marketing requer uma atitude muito mais profunda. Ao invés de marketing, Cliente. Em todos os sentidos. Pontos de contato do mundo com a empresa. E pontos de contato internos à empresa. A área de vendas vive reclamando que marketing faz as coisas sem sequer saber se o que vai ser feito é bom na opinião de vendas. E, pasme, o pessoal paga muito por pesquisas de mercado sem antes perguntar a vendas que é quem todos os dias pensa, vive e convive com os Clientes que vivem com os consumidores. Marketing deveria mudar! Ao invés de influenciar, gerar demanda, criar necessidades, basta uma só coisa: conseguir se colocar no lugar do Cliente. Entender o que ele pensa do produto e Serviço que você oferece em comparação com os que os outros oferecem, entender tudo o que ele odeia no que você faz e deixar de fazer, e criar novidades sempre para que ele não se enjoe da sua marca.

Afinal marketing deveria existir para isso. Ser o maestro da orquestra que toca a músi-ca da marca dentro da empresa. Este afinal é o novo conceito de construção de marca: todos na empresa trabalhando na mesma direção para fazer tudo o que seja necessá-rio para atrair e manter Clientes para sempre. Uma cadeia de prestação de serviços movida à energia da causa da marca. No ritmo e no tom que a direção da empresa de-cidir.

Confesso, já fui Diretor de Marketing. Um sonho da minha vida. Na Nacional Seguros, hoje Unibanco Seguros. Lá construímos um caso que ficou marcado na vida de quem trabalhava lá. Todo mundo, mas todo mundo mesmo, construindo a nova reputação da seguradora. O caso virou caso do Livro Marketing de Serviços – Editora Atlas. Quem viveu o momento pode testemunhar- desde o presidente até o servente, todo mundo arrepiado pela causa. Sem arrogância, com muita humildade.

OFF – Ouvir, Fazer e Falar
Então vamos mudar de vida… Campo!!! Fora do cubículo. Vamos sair de trás da mesa, tirar o traseiro da cadeira e conviver com quem constrói nossa marca de verdade… Cli-ente e quem tem contato com ele. Chega de MBAs e MBCs (este vale explicar – Marketing B… na Cadeira ). Vamos exercer o direito de conversar. Aprender nossas histó-rias e sair a campo com o espírito de CPTA. Como posso te ajudar??? Nada de ficar falando… Só ouvir. Depois fazer, depois falar. Se você é gerente de marketing de um shopping, que tal falar com os lojistas, os funcionários do shopping, os gerentes de loja? Os donos das lojas? Se é de uma empresa de telecomunicações saia por aí para entender se quem está vendendo o seu produto sabe o que ele é. Quanto melhor se explica a maneira de usar, mais fácil o Cliente percebe o valor da marca. Se é de uma empresa que produz bens de consumo, vá à origem do seu produto entender como ele é usado, passe pelos canais de distribuição. Não se esqueça de entender como ele é fabricado e como ele é transportado. Depois vá a quem o vende. E se é dono de uma empresa pequena de varejo, desça a escada, converse com o seu pessoal. E seja aberto. Faça perguntas de quem quer aprender: Como podemos melhorar? No que você acha que podemos melhorar? Depois da saída a campo você vai ter trabalho para mil dias de inovação, melhorias e vai ter demonstrado que a empresa em que trabalha tem vontade de servir. Quer mais?

Saia de novo daqui a um mês.

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