Motiva eu!

Não dependa dos outros para alcançar seus resultados

Você é dependente de campanhas motivacionais? O dependente é aquela pessoa que só consegue vender mais, ficar entusiasmada e superar as dificuldades se tiver um estímulo ou recompensa. Mas o que há de errado nisso? Em uma primeira análise, nada. Afinal, na maioria das vezes, é exatamente assim que funciona: se o profissional alcança a meta, ganha uma viagem; se consegue novos clientes, recebe um eletrodoméstico e por aí vai.

 

O problema é que nem sempre a empresa acerta o prêmio que o vendedor gostaria de ganhar, deixando-o desmotivado, ou a recompensa até é boa, mas há certa dificuldade para fechar a meta, o que gera desânimo. E, se não houver gratificação, a situação fica ainda mais complicada ? ninguém vende. Entretanto, muitos profissionais de vendas esquecem que vivem de comissão e, se não venderem, ficarão sem salário. Mesmo que recebam pagamento fixo, não vender é um problema, pois quem não gera resultado logo se torna dispensável, o que pode levar ao desemprego e à total sensação de inutilidade.

 

Por isso, as pessoas não devem ser totalmente dependentes desses estímulos externos. É claro que podem ser incentivadas e, principalmente, recompensadas por bons resultados, mas a verdadeira motivação não tem de estar atrelada a essa dependência. Até porque, isso é impossível, pois nenhum indivíduo motiva o outro. ?Quando falamos de motivação, estamos nos referindo a um tipo de ação que vem das próprias pessoas ? qualitativamente diferente daquela determinada por prêmios ou punições oriundas do meio. Trata-se mais precisamente de uma fonte autônoma de energia, cuja origem se situa no interior de cada um e que não responde a qualquer tipo de controle do mundo exterior?, explica Cecília Bergamini no artigo Motivação: uma viagem ao centro do conceito.

 

Mas, então, por que se criou e disseminou a ideia de que as pessoas precisam ser motivadas? De acordo com Dante Ricardo Quadros, psicólogo organizacional, mestre em administração de empresas, palestrante e consultor em gestão e comportamento organizacional, isso começou a ser propagado no início da história administrativa, quando imperava o modelo hierárquico em que se acreditava que quem possuía poder tinha valor e quem não detinha precisava obedecer e ser estimulado: ?Assim, estabeleceu-se a cultura do ?faz ganha; se não faz, não ganha? e dos prêmios como únicas formas de os indivíduos atingirem resultados?.

 

Você é o responsável ? Dante é famoso no cenário educacional de Curitiba pela expressão ?Motiva eu!?, usada para explicar a verdadeira origem e conceito da motivação. Para o professor, o ser humano evoluiu, e não pode ter mais essa relação de dependência, pedindo para ser motivado, pois essa atitude não cabe mais nos dias de hoje. Primeiro, porque isso não é bom para os resultados nem para o próprio bem-estar. Segundo, porque o perfil profissional exigido pelas empresas também está mudando. ?Atualmente, o comportamento ideal está embasado em quem tem autoconhecimento, autocontrole e autorrealização. Os colaboradores precisam estar equilibrados e conscientes de como medir seus próprios sucessos para criar uma imagem referencial do que é bom para eles?, afirma Margareth Bianchini, professora da pós-graduação ofertada pela Faculdade Educacional da Lapa (FAEL) e Instituto Chiavenato viabilizada pelo Sistema Educacional Eadcon.

 

Então, o que fazer para despertar esse potencial motivacional que está dentro de cada um? Para Dante, a resposta está no comentário de Margareth: autoconhecimento e autodesenvolvimento. ?Essas duas palavras devem andar juntas a fim de que as pessoas saibam exatamente o que querem e possam se preparar para partir em busca de resultados. Essa é uma forma de elas pararem de repetir o famoso: ?Motiva eu!??, afirma Dante.

 

Autoconhecimento ? Todos os indivíduos precisam saber o que querem de verdade e aonde desejam chegar e entender quais são seus motivos para viver, trabalhar, vender, etc. Essas respostas só poderão ser obtidas através de um diálogo interno. Mas por que tantas pessoas não conseguem obtê-las? É simples: elas não conversam consigo mesmas, vivem com suas mentes ocupadas o tempo todo e não ouvem a própria voz interior nem se perguntam, ou não se permitem responder sinceramente, o que querem para suas vidas, o que gostam de fazer efetivamente e por que estão realizando suas atividades atualmente.

 

O autoconhecimento é fundamental para quem deseja despertar seu verdadeiro potencial motivacional. No entanto, poucos indivíduos dão importância a isso. Segundo uma pesquisa realizada pela BSP Career, somente 37% dos entrevistados que ganham até 5 mil reais conhecem seus pontos fortes e fracos, enquanto 66% dos que recebem mais de 10 mil reais afirmam conhecer esses pontos de sua personalidade. Esse estudo, feito com mais de 350 executivos, mostrou que os profissionais que ganham mais dão maior atenção ao autoconhecimento. Isso mostra que, se você quer se conhecer melhor, despertar seu verdadeiro potencial motivacional e ainda aumentar seus rendimentos, deve investir em autoconhecimento, pois uma coisa é consequência da outra. Além desses benefícios, diversos especialistas apontam que o autoconhecimento ajuda a crescer, ter melhores relacionamentos com os outros e, principalmente, confiar muito mais em si próprio. E quem faz isso acredita que pode, sim, conquistar o que deseja.

 

Autodesenvolvimento ? A partir do momento que você passar a se conhecer, saberá no que é bom e em que precisa melhorar para chegar aonde deseja. Então, se investiu um tempo em seu autodesenvolvimento e descobriu que quer ser o melhor vendedor da empresa ou um gerente de vendas, liste seus pontos fortes e fracos para atingir esse resultado. Afinal, não basta se conhecer, é preciso identificar o que deve ser melhorado. Portanto, faça uma autoavaliação para reconhecer seus recursos, capacidades e limitações e invista no aprimoramento deles. Não espere que seu gerente venha até você exigir melhorias em uma determinada área. Segundo Jim Collins, autor do livro Good to great, uma das principais características dos profissionais de alta performance é que eles não precisam ser liderados. ?Existe, é claro, a necessidade de que sejam orientados e geridos. Mas ninguém os pega pelas mãos e lhes diz exatamente o que têm de fazer?, revela Collins.

 

Então, surpreenda a si mesmo, busque seu desenvolvimento constante e faça um acompanhamento de sua evolução. Assim, você certamente irá perceber que, quanto mais se preparar, melhor será seu desempenho, sem ficar na dependência de alguém ou de alguma coisa. Já imaginou toda essa liberdade? Pois você a tem, basta usá-la!

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