Como aumentar a lucratividade com inovação
Oito meses. Esse foi o tempo que a Apple levou para lançar o iPod, desde a concepção até a venda do produto. A pergunta é: você consegue perceber o valor econômico que foi criado para esse produto em função da velocidade de seu lançamento?
Hoje, a competitividade do mercado é tão grande que mal conseguimos imitar as inovações dos concorrentes, quem dirá criar coisas novas para nossa própria empresa. Mas sabe por que isso acontece? Porque temos aquela velha mania de querermos fazer tudo sozinhos.
Larry Huston, que já foi vice-presidente de inovação da Procter & Gamble, defendeu em sua palestra sobre inovação aberta e lucratividade, realizada no Fórum Mundial de Lucratividade promovido pela revista HSM Management, que a inovação vai muito além de produtos ou serviços de bom desempenho.
Para ele, a essência da inovação está na soma do que é necessário (consumidor, cliente e concorrente) com o que é possível (tecnologia). Mas talvez você se pergunte: por onde começar? A princípio, pode oferecer para seu cliente:
- Soluções – Produtos e serviços de apoio.
- Ótimas experiências – Experiência de compra e de uso, interação total.
- Parceria de confiança – Proporcionar relacionamento significativo e mutuamente benéfico.
Você pode oferecer tudo isso, mesmo que não tenha muitos modelos inteligentes dentro de sua empresa. Como? Terceirizando pessoas que pensem na inovação de sua companhia com foco voltado somente em pesquisa e desenvolvimento. Em 90% dos casos, esses agentes conseguem ter mais velocidade que o pessoal que está na organização. Na Toyota, por exemplo, existe um dia especial em que os fornecedores expõem suas ideias para a gerência.
Considere que hoje 35% das ideias do mundo se originam em pequenas empresas. Nos Estados Unidos, uma organização de 30 pessoas desenvolveu uma espaçonave tripulada que foi para o espaço e retornou duas vezes – uma pequena empresa, porém com grandes competências.
Larry Huston desafiou a plateia perguntando às pessoas quantas maneiras de retirar água de um copo conseguiriam conceber. Caso conseguisse ver apenas 12 formas, por exemplo, o indivíduo estaria muito limitado, já que existem 44 abordagens diferentes para a solução desse problema. Ele defende ainda que já existem soluções prontas para as principais necessidades das empresas e dos consumidores. A questão é que, muitas vezes, quem vê de fora enxerga mais rápido.
Não dá para inventar tudo sozinho
Na posição de vice-presidente de inovação da Procter & Gamble, Larry Huston teve como desafio implementar um modelo de negócios que trouxesse a inovação como linha condutora e que gerasse US$5 bilhões a mais por ano em novas linhas de produtos. Para dar conta do recado, ele criou e implantou o conceito de inovação aberta.
E como ele fez isso? De uma forma muito simples: organizou a empresa em rede, com acesso a mais de 1,8 milhão de pesquisadores de alto nível disponíveis fora da organização.
A Procter & Gamble já tinha 9 mil pessoas trabalhando com pesquisa e desenvolvimento, mas lá fora havia 1,8 milhão de especialistas. Por que não ter todo esse número a serviço da companhia? O resultado é que agora metade das inovações da empresa vem de fora.