O auto-engano de ser “esperto” e se afastar do trabalho

Pense bem antes de pedir demissão apenas por causa dos “benefícios” que ela trará. Pode ser que depois você perceba que os malefícios são bem maiores que os benefícios.

Muitas pessoas se acham inteligentes ao obterem sua demissão no trabalho para receber alguns benefícios, basicamente pelo fato de ganhar dinheiro sem ter de trabalhar. Enquanto alguns sofrem para conseguir uma vaga (e lutam ferrenhamente por ela), outros planejam maneiras de se encostar e levar uma “boa vida”. Para ilustrar a situação, destaco uma conversa ocorrida entre dois funcionários de um supermercado: “Fulana foi demitida”, perguntou um deles. Ao que lhe respondeu o outro: “Ah é” Que inveja dela!?

Alguns torcem pela admissão, outros pela demissão. Uns querem entrar, outros, contudo… É um direito da pessoa não permanecer em um trabalho caso não se sinta bem. Mas o fato é que ela não tem coragem de romper o contrato e se justifica ao alegar necessidade acerca dos rendimentos. Entretanto, sequer vai atrás de outra ocupação que lhe traga prazer. Não obstante, para ser demitida, ela é capaz de faltar ou fazer corpo mole e diminuir a sua produção diária, criar caso e gerar ambientes conturbados, provocar as pessoas com fofocas de toda ordem, etc. Entretanto, desconhece as perdas (e são consideráveis!) e, conseqüentemente, o atraso a que se presta em relação ao seu próprio desenvolvimento pessoal e profissional.

Logo, é prudente avaliar a situação, considerando-se alguns fatores nocivos:

  1. Ficar para trás – Quanto mais tempo nos mantemos distanciados do mercado de trabalho menos aprendemos pela rica experiência que só é obtida no convívio laboral. Na velocidade das mudanças atuais e na permanente alteração das idéias, processos e tecnologia dos equipamentos, cada dia perdido aumenta o nível de falta de informação e incompetência que se estabelece.
  2. Reduzir a boa auto-estima – Embora a sensação de ser esperto por receber o benefício sem ter de trabalhar esteja presente temporariamente na pessoa, instala-se nela o sentimento de fracasso, especialmente pelo fato de ela observar o crescimento profissional em algumas pessoas de sua convivência. O auto-engano promove a falsa impressão de que vale a pena enganar, mas com o passar do tempo vê-se claramente o atraso, que pode desencadear uma forte autocobrança por ter ficado para trás, além de sentir-se com baixa auto-estima ao enxergar a dificuldade de se atualizar e se recolocar no mercado de trabalho. Tudo tem o seu preço.
  3. Ficar marcado negativamente – Como se costuma dizer popularmente: “Queimar o filme não é bom negócio.” Cuidado com a sua imagem, pois ela pode estar sendo pintada de maneira inadequada. As empresas procuram observar a vida profissional e pessoal dos candidatos que se lançam a uma oportunidade de emprego e, portanto, são avaliados requisitos variados, inclusive o vai-e-vem da relação emprego-desemprego sofrido pela pessoa. Não se justifica aquilo que é evidente, não há como remendar o rombo feito por anos de “esperteza”. Ganhar sem receber é um erro que não compensa. Faça as contas na ponta do lápis e confirme essa afirmação.

Em suma, há outros aspectos que podem ser verificados e que demonstram também a insensatez e o auto-engano de ser “esperto” e se afastar do trabalho indevidamente. Vale muito mais lutar por algo de que se goste profundamente (ainda que o mercado contra-indique e os conhecidos apontem o dedo contrariando essa decisão), do que permanecer no jogo do atraso e da escravidão a que o funcionário se auto-imputa quando não enxerga e não muda de postura. As pessoas devem lutar a seu favor por vias do desenvolvimento a que (é bom lembrar) todos têm direito.

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