Confira o que dizem os gurus sobre futuro digital, como vender, conhecimento, era das pessoas e unindo conhecimento e pessoas
Futuro digital Kenichi Ohmae: ?Quer saber como seus clientes pagarĂŁo suas compras daqui a alguns anos? Eu apostaria no Edy, sistema de pagamento eletrĂ´nico, desenvolvido pela Sony. A idĂ©ia Ă© que vocĂŞ possa usar o Edy em qualquer canto do planeta. O nome já explicita a intenção: sĂŁo as iniciais de euro, dĂłlar e yene.? Thomas Stewart: ?Outra tendĂŞncia que vale a pena ser mencionada Ă© o aumento da velocidade dos computadores. Isso causa o aumento da velocidade de tudo que está relacionado a eles. Pode chamar de Lei da Aceleração dos NegĂłcios. Processos tornam-se procedimentos rápidos. É sĂł comparar o e-mail com os memorandos de antes: aqueles que alguĂ©m escrevia, mandava para o departamento responsável que distribuĂa a correspondĂŞncia para os destinatários ? um processo que demorava 24 horas, mesmo que o remetente e o destinatário fossem vizinhos de sala. Hoje, gasto mais tempo para engraxar meus sapatos do que para financiar um imĂłvel. |
Como vender Ram Charan: ?Seja brutalmente honesto e obcecado com a idĂ©ia de fechamento. NĂŁo apenas fechamento de vendas, mas fechamento de qualquer ação, idĂ©ia e projeto. É a definição de ?quem?, ?o que? e ?quando?. Muitos nĂŁo gostam da idĂ©ia de fechamento, mas ele Ă© vital. É preciso sincronizar as pessoas, seus desejos, seus tesões?. Thomas Stewart: ?Para vender nessa era do conhecimento? Ora, vocĂŞ deve vender conhecimento. Em algum nĂvel seu produto ou serviço possui um certo conhecimento embutido. Ou ele Ă© um produto ou serviço inteligente, que realiza tarefas e facilita a vida do consumidor; ou ele Ă© conhecimento em si, como no caos de vendedores de livros, cursos, palestras; ou Ă© um serviço de conhecimento, como notĂcias para celular, provedores de Internet, entre outros. O papel do vendedor, entĂŁo, Ă© identificar esse conhecimento original e Ăşnico embutido no que ele vende e passar essa idĂ©ia ao consumidor.? Roger Merrill: ?Uma boa forma de vender ? e agir em qualquer outra área de sua vida ? pode ser definida em uma frase: agir de maneira a despertar o que há de melhor em mim e naqueles que sĂŁo importantes para mim, especialmente quando for mais do que justificável agir de outra forma.? Tom Peters: ?É importante que o vendedor conheça seu papel na organização, que Ă© o mais importante de todos. Deixe eu contar uma histĂłria: em maio de 2002, a rede de varejo Sears comprou o varejista e fabricante de roupas Land?s End por mais de um bilhĂŁo de dĂłlares, pagos Ă vista. Pois bem, recentemente eu precisei comprar um casaco novo, o inverno Ă© rigoroso em Chicago, onde moro. Fui atĂ© uma loja da Sears. Fiquei agradavelmente surpreso com a quantidade e variedade de casacos disponĂveis e com os preços baixos. Fui ver os da marca Land?s End. Gostei de alguns, mas queria ter certeza de levar o modelo que fosse mais leve possĂvel e ainda bloqueasse o frio. Perguntei a um balconista, que me respondeu que eles nĂŁo recebiam nenhum treinamento a respeito daquela linha de roupas. Felizmente encontrei na jaqueta um nĂşmero de 0800. Liguei para a empresa. A atendente foi muito simpática e prestativa, mas a ligação do meu celular estava horrĂvel, mal dava para entender. Pedi ao balconista para usar o telefone da loja. Ele: ?Bom, se for ligação gratuita…? AbĂlio Diniz: ?NĂŁo se esqueça de que vocĂŞ tem uma vida pessoal, e que tambĂ©m merece cuidados. SĂł nĂŁo faça como eu: de tĂŁo obcecado por esportes, boto os coitados dos meus seguranças para correr comigo, Ă s cinco e meia da manhĂŁ.? |
Conhecimento Thomas Stewart: ?Lembro de ter visto um anĂşncio de banco numa revista que sintetiza muito bem o conceito. O anĂşncio dizia: ?IdĂ©ias sĂŁo capital. Todo o resto Ă© apenas dinheiro.? No final das contas, tudo o que compramos e vendemos Ă© conhecimento. O resto Ă© apenas acessĂłrio.? Tom Peters: ?Exato. Vivemos em um mundo no qual o valor ? todo e qualquer valor ? se baseia em intangĂveis, nĂŁo em objetos pesados, mas em fantasias, sem nenhum peso, da imaginação econĂ´mica. Richard Teerlink, ex-presidente da Harley-Davidson, passou anos em discussões verbais com experts em mercado sobre a definição da empresa. Teerlink defendia que a Harley era uma empresa de estilo de vida, e nĂŁo uma fabricante de veĂculos. Sua opiniĂŁo venceu e a Harley ganhou rios de dinheiro, tanto no lado do consumidor como no lado dos investidores e acionistas.? Kenichi Ohmae: ?É preciso, entretanto, tomar cuidado para nĂŁo confundir esse conhecimento com informação pura e simples. Hoje, o cliente vĂŞ mais valor em determinadas caracterĂsticas, exige que as empresas vendam a ele algo que o ajude a economizar tempo; ter uma boa experiĂŞncia emocional na compra; e que a solução já chegue nele pronta. Seu cliente nĂŁo quer pensar. Ele já Ă© bombardeado com informação demais, propaganda demais, estĂmulo demais. NĂŁo seja mais algo para ele colocar na cabeça?. |
Era das pessoas Ran Charan: ?NĂŁo se trata de idĂ©ias fantásticas. Isso se consegue com tenacidade, com trabalho duro. VocĂŞ tem de fazer com que sua empresa aja como uma verdadeira equipe. É complicado? É, mas existem companhias que tem ainda mais dificuldade e nem por isso desistem. Conheço uma empresa que fez isso construindo um sistema misturando ingleses, indianos e japoneses. É claro que todos reclamavam uns com os outros, pois nĂŁo conseguiam se entender. A empresa nĂŁo desistiu. Disse que, demore o tempo que demorar, mas as lĂnguas e maneiras diferentes de trabalhar nĂŁo deveriam ser uma barreira. Esse comportamento correto Ă© tĂŁo ou mais importante do que o conhecimento, pois Ă© atravĂ©s dele que se consegue o conhecimento.? Roger Merill: ?Mas se as prĂłprias empresas nĂŁo mudarem, nĂŁo vĂŁo conseguir esse talento. Vale a pena citar uma pesquisa feita pela consultoria FranklinCovey: nos Estados unidos, somente 49% do tempo Ă© usado em atividades diretamente ligadas a prioridades da organização; 32% Ă© gasto em atividades urgentes, mas que tĂŞm pouco impacto no final e ? aĂ Ă© que está o perigo ? 19% do tempo Ă© perdido em politicagem e burocracia.? |
Unindo conhecimento e pessoas Ben Zander: ?É interessante essa uniĂŁo do conhecimento com as pessoas. É algo que eu procuro passar para meus mĂşsicos. Eles nĂŁo estĂŁo ali para ver um risquinho no papel, saber que aquilo Ă© um fá e tocar um fá no instrumento. É tocar um fá no instrumento, mas lembrando que a pessoa que está assistindo ganha pouco, brigou com a mulher, levou uma bronca do patrĂŁo. E que a função da mĂşsica, naquele momento, Ă© fazĂŞ-lo se lembrar que a vida Ă© uma coisa maravilhosa. Assim, vocĂŞ eleva a possibilidade da mĂşsica, do seu trabalho e cria uma experiĂŞncia inesquecĂvel para o cliente. E, muitas vezes, para si mesmo. Há dias que, quando toco algo no piano, vou ver e estou todo inclinado, com apenas meia bunda no banco. NĂŁo faço isso de propĂłsito, Ă© a mĂşsica, o trabalho bem-feito que se integra a vocĂŞ, expandindo as possibilidades?. |