O filho do dono

É considerada normal a presença do filho do dono, na gestão das empresas familiares. Mas a presença do herdeiro na posição de administrador pode ser prejudicial para a organização. É considerada normal a presença do filho do dono, na gestão das empresas familiares. Porém, a presença do herdeiro na posição de administrador pode, algumas vezes, ser prejudicial para a organização. Nessa circunstância, com a intenção de perpetuar seu nome e possibilitar aos filhos uma oportunidade de formação e capacitação, o pai acaba colocando em risco o futuro de seu patrimônio, pois esquece que competência empresarial não é transmitida via DNA. Ser o filho do dono nem sempre significa ter a mesma capacidade do pai – o empreendedor e condutor da empresa.

Para o herdeiro, a situação também é complicada. Ele quer mostrar ao pai que tem capacidade e quer, honestamente, ajudar a gerar os melhores resultados. É comum o sucessor não conhecer todas as características da empresa, nem toda sua história. Muitas vezes, alguns fatos que o pai preferiu nunca comentar ou, involuntariamente, deixou de transmitir podem ter influência nos rumos tomados pelo negócio. Todavia, a maioria dos pais, bem-intencionados, tende a sonegar, da prole, informações, a fim de protegê-la de problemas e preocupações. Além disso, muitos deles optam, ainda, por resolver os distúrbios causados pelos próprios descendentes.

Mais grave é quando o pai acredita que o filho está preparado para assumir certas responsabilidades quando na verdade não está. Pior: o herdeiro pensa que já sabe tudo e pode resolver os problemas a seu próprio juízo. Assim, o ditado ?pai rico, filho nobre, neto pobre? se repete diversas vezes, sobretudo porque o filho recebe do pai um negócio promissor, sem nunca ter vivenciado os momentos difíceis da empresa. Em outros casos, a situação se agrava por falta de comunicação e entrosamento entre pai e filho. Então, inconscientemente, o filho passa a acreditar que os problemas se resolverão por si só e que tudo seguirá os moldes estabelecidos pelo seu progenitor.

Assim, talvez seja o caso de cada pai avaliar bem a conveniência de introduzir o filho na administração de seus negócios. É preciso ter a certeza de que os herdeiros estão preparados, teoricamente e tecnicamente. E, para contribuir para a formação dos filhos, a própria empresa pode não ser a melhor escola. Talvez o herdeiro deva viver alguns anos em outras organizações, sem nenhum privilégio, tendo que ganhar o seu próprio sustento (mesmo que o pai possa lhe dar tudo). Essa alternativa visa prepará-lo para assumir o destino do patrimônio conseguido pelo pai ao longo dos anos. Afinal, há que se destacar: são raras e honrosas as exceções no tocante a sucessão das empresas familiares.

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