O paraĆ­so da Alta Performance em Vendas

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Se produtividade Ć© um problema para os profissionais de vendas de baixo desempenho, por outro lado, os nĆ­veis desse indicador entre os profissionais de alta performance costumam ser elevadĆ­ssimos.

Uma pesquisa feita recentemente pela revista norte-americana Personnel Psychology revelou que os profissionais de alto desempenho normalmente entregam 400% a mais do que os que tĆŖm mĆ©dia e baixa performance. Isso porque, nas empresas pesquisadas, os profissionais do grupo dos 5% melhores foram responsĆ”veis por 26% do total do lucro (contra 5% entregues pelos profissionais de baixa performance ā€“ que sĆ£o maioria dentro das equipes).

Como analisaram os pesquisadores, isso significa que o retorno sobre o investimento (ROI) dos “top performers” Ć© altĆ­ssimo, porque apesar de apresentarem resultados quatro vezes melhores do que os que os outros profissionais, eles geralmente custam apenas 20% a mais que a mĆ©dia dos colaboradores que desempenham o mesmo papel. Ɖ a Lei de Pareto mais uma vez em aĆ§Ć£o: cerca de 20% dos colaboradores sĆ£o responsĆ”veis por 80% do resultado.

E se a alta performance dos profissionais Ć© positiva para as organizaƧƵes que eles representam, para suas prĆ³prias carreiras ela Ć© ainda melhor. Afinal, como vocĆŖ deve imaginar, os benefĆ­cios que o desempenho de alto nĆ­vel traz estĆ£o na ponta contrĆ”ria dos prejuĆ­zos causados pela baixa performance. Ou seja, profissionais de alta performance podem esperar:

  • Maior qualidade na venda.
  • Ciclo de venda mais rĆ”pido.
  • Melhores resultados (e comissĆ£o mais alta).
  • Metas sendo atingidas com maior frequĆŖncia (e consistĆŖncia e previsibilidade).
  • Crescimento da carteira de clientes.
  • Reconhecimento ā€“ dos clientes, dos lĆ­deres, dos parceiros.
  • SatisfaĆ§Ć£o de trabalhar.

O resultado disso Ć© simples: um ciclo virtuoso para o sucesso.

Entendendo os profissionais de alta performance

Como muitas vezes sĆ£o atitudes ruins que geram a baixa performance em vendas, o contrĆ”rio tambĆ©m Ć© verdadeiro. Profissionais de alta performance costumam ter atitudes de alta performance. Nesse sentido, sete grandes motivadores/paixƵes sĆ£o facilmente identificĆ”veis nesses profissionais:

  1. PaixĆ£o por desafios
  2. PaixĆ£o por pessoas
  3. AmbiĆ§Ć£o
  4. PaixĆ£o por poder
  5. PaixĆ£o por liberdade
  6. PaixĆ£o por melhora contĆ­nua (kaizen)
  7. PaixĆ£o por ajudar pessoas

Segundo Candeloro, a ausĆŖncia de uma dessas paixƵes dificulta a conquista da alta performance. Ou seja, “se vocĆŖ estĆ” parado na mĆ©dia ou na baixa performance, talvez precise desenvolver uma (ou mais) dessas paixƵes”, analisa o diretor do Instituto VendaMais. Para isso, porĆ©m, nĆ£o existe receita pronta. Ɖ preciso simplesmente se apaixonar!

Outra caracterĆ­stica marcante dos profissionais de alta performance, segundo a pesquisa da revista Personnel Psychology, Ć© que eles tĆŖm muito interesse em ouvir a opiniĆ£o de seus lĆ­deres sobre o trabalho que desempenham, pois isso ajuda no seu desenvolvimento e garante que a alta performance seja sempre mantida. No entanto, esses mesmos profissionais reclamam que o tempo que os lĆ­deres dedicam a dar feedback Ć© muito pequeno.

*VocĆŖ Ć© lĆ­der? Quanto tempo por dia, por semana, por mĆŖs vocĆŖ tem dedicado a ouvir seus vendedores? Reflita sobre isso se vocĆŖ quer formar uma equipe de alta performance.

Por falar em interesse dos profissionais de alta performance, outra pesquisa apresentou dados interessantes sobre o que pensam os top performers. Segundo a SAP, estes sĆ£o os principais interesses desse grupo de colaboradores:

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A partir dessas informaƧƵes, vocĆŖ jĆ” Ć© capaz de saber se Ć© ou nĆ£o um profissional de alta performance e, claro, jĆ” deve ter entendido que vale a pena trabalhar para ser um. Assim, estĆ” pronto para saber o que precisa fazer para chegar lĆ”!

A histĆ³ria e as liƧƵes de alta performance de um ultramaratonista

“Perseguir o sucesso com base na dedicaĆ§Ć£o ao trabalho e aos treinamentos, a partir de um foco muito claro, muito bem definido, tendo a humildade necessĆ”ria para reconhecer erros, aprender com as dificuldades e melhorar sempre. O simples ‘eu quero, eu posso e eu vou!'”
Essa Ć© a definiĆ§Ć£o de alta performance para FĆ”bio Rodrigo Machado, atleta que, aos 35 anos, jĆ” participou de 17 maratonas (42,195 km de corrida) e 18 ultramaratonas ā€“ sendo a Ćŗltima completada em setembro de 2014, quando percorreu impressionantes 246 km em pouco menos de 28 horas para ir de Atenas a Esparta (ambas na GrĆ©cia), e conquistou a segunda melhor marca brasileira em 33 ediƧƵes da prova (ficou na 11ĀŖ colocaĆ§Ć£o geral). A histĆ³ria de Machado, apesar de nĆ£o ser de Alta Performance em Vendas, tem muito a lhe ensinar e inspirar. Acompanhe o relato.

Apesar de ter sido uma crianƧa obesa, sempre gostei de todo tipo de esporte e, claro, como bom brasileiro, sempre joguei futebol. Mas foi por volta dos 14 anos de idade que passei a me dedicar a um esporte especĆ­fico ā€“ o voleibol. Nessa Ć©poca, comecei a conviver com o mundo do “esporte competitivo”, de alta performance. Integrei a seleĆ§Ć£o de voleibol de Pomerode (SC) e conheci o que considero essencial para vencer no esporte e na vida ā€“ disciplina, responsabilidade, foco e muito treino/trabalho. Foi, inclusive, com o voleibol que paguei meus estudos no Ensino MĆ©dio.

Quanto Ć  corrida, ela surgiu em minha vida apenas em 2009, aos 29 anos de idade, quase que por acaso: como bancĆ”rio do Banco do Brasil, vim transferido para BrasĆ­lia (DF), para trabalhar na Diretoria de Governo, que tinha uma equipe de corrida. Nessa Ć©poca, eu estava totalmente parado com os esportes. Mas em um sĆ”bado Ć  tarde, tomando um chope com um colega corredor dessa equipe, ele se virou para mim e disse: “Duvido que vocĆŖ dĆŖ a volta no Parque da Cidade. Mas atenĆ§Ć£o: correndo!” O espĆ­rito competitivo falou mais alto e, mesmo sem saber o que significava correr 10 km, cumpri o desafio em uma hora e 15. Tomei gosto e nunca mais parei!

A partir de entĆ£o, aflorou uma caracterĆ­stica minha: nĆ£o consigo fazer nada “pela metade”. Se queria continuar a correr (iniciar, na verdade), precisava conhecer esse mundo e estudar de que forma poderia melhorar minha performance, seja em relaĆ§Ć£o a treinamentos, equipamentos, nutriĆ§Ć£o, tudo. E foi o que fiz. Passei a montar meus prĆ³prios treinos e a aumentar as distĆ¢ncias. Quanto mais corria, mais queria correr. Nove meses apĆ³s meus primeiros 10 km no parque, eu corri a Maratona de Curitiba. Apenas a primeira das 17 maratonas e 18 ultramaratonas que jĆ” completei atĆ© hoje.

Apesar de jĆ” ter completado 18 ultramaratonas, entre elas provas de 100 km, 12 horas e atĆ© 24 horas, nenhuma delas se compara Ć  Spartathlon. Ela Ć© uma prova Ćŗnica, incomparĆ”vel.

Nesse mundo das ultras, a Spartathlon Ć© considera a “ultra das ultras”, por todo seu contexto histĆ³rico, sua mĆ­stica e as dificuldades, que vĆ£o desde o processo de inscriĆ§Ć£o (em que sĆ£o avaliados os currĆ­culos de atletas do mundo inteiro) atĆ© o cumprimento do trajeto de 246 km. Um percurso com grandes variaƧƵes altimĆ©tricas (subidas que chegam a 9 km, alĆ©m do temido Morro das Cabras, com 2 km e 15% de inclinaĆ§Ć£o, responsĆ”vel por quase metade dos abandonos) e tĆ©rmica (temperaturas que, neste ano, oscilaram entre 3 e 35 graus Celsius). AlĆ©m disso, como ingrediente especial, os 75 pontos de corte por tempo, que obrigam o atleta a completar a prova em atĆ© 36 horas.

Todo esse contexto, aliado ao fato de que, em 32 ediƧƵes da prova, apenas seis brasileiros haviam chegado aos pƩs do Rei LeƓnidas (ponto de chegada, na cidade de Esparta), me motivaram, e muito, a querer ser o sƩtimo.

A partir de minha decisĆ£o de participar da Spartathlon, tudo mudou. Obviamente, um desafio desse porte merecia uma revisĆ£o completa de meus treinos e a consequente inclusĆ£o de outras atividades complementares. AlĆ©m de manter os treinos diĆ”rios de corrida (Ć  noite, durante a semana, e pela manhĆ£, aos finais de semana), passei a malhar quatro vezes por semana, nadar outras trĆŖs vezes e complementei, ainda, com duas sessƵes semanais de pilates. AlĆ©m disso, tive apoio terapĆŖutico de uma psicĆ³loga esportiva e relaxamento com uma sessĆ£o semanal de massoterapia. Foi o que consegui encaixar em minha agenda ā€“ cerca de 25 horas semanais dedicadas Ć  corrida. O resultado foi tĆ£o bom que o que era para ser provisĆ³rio (atĆ© a Spartathlon) foi incorporado. E hoje mantenho essa mesma rotina, jĆ” visando o Mundial de 24 horas, que acontecerĆ” em abril, na ItĆ”lia.

As liƧƵes do ultramaratonista para os profissionais de vendas de alta performance

Como em qualquer Ć”rea da vida, na ultramaratona ninguĆ©m consegue atingir o sucesso sozinho! Sem uma boa equipe, um atleta nĆ£o cresce, nĆ£o prospera, nĆ£o vence. Sem bons amigos e uma boa famĆ­lia como alicerce, um profissional tambĆ©m nĆ£o cresce, nĆ£o prospera, nĆ£o vence. Eu acredito nisso!

Na ultramaratona, o emocional, o psicolĆ³gico tem uma parcela fundamental no sucesso ou no fracasso do atleta. Digo isso porque por melhor que seja a preparaĆ§Ć£o fĆ­sica do ultramaratonista, em uma prova como a Spartathlon, seu fĆ­sico Ć© levado ao limite extremo. Em determinado momento, acontece o que chamamos de “quebra”, que Ć© quando o atleta chega ao esgotamento fĆ­sico. Nessa hora, o psicolĆ³gico/emocional passa a falar mais alto e se torna o principal responsĆ”vel pela continuaĆ§Ć£o na prova.
Uso muito a seguinte frase: “Quebrar, todos quebram… O diferencial Ć© saber como reagir quanto isso acontece!”

Em momento algum pensei em desistir. Treinei muito meu corpo e tambĆ©m minha mente, jĆ” prevendo as piores situaƧƵes possĆ­veis. O fato de ter estudado muito a prova e ter respeitado suas dificuldades me possibilitou essa condiĆ§Ć£o. Tinha para mim que apenas uma lesĆ£o poderia me tirar da prova.

PrĆ³ximos desafios

  • Abril/2015 – Mundial de 24 horas: Vou compor a equipe brasileira que, pela primeira vez, representarĆ” o Brasil em um Mundial de 24 horas. A prova serĆ” realizada em Turim, na ItĆ”lia.
  • Setembro/2015 – Spartathlon: Dificilmente repito provas, mas a Spartathlon, como jĆ” mencionei, Ć© diferenciada, Ć© Ćŗnica e me darei essa “segunda chance”.
  • Janeiro/2016 – Brazil 135+ Ultramarathon: Maior ultramaratona brasileira, com 280 km, realizada na Serra da Mantiqueira, entre as cidades de SĆ£o JoĆ£o da Boa Vista e Campos do JordĆ£o (SP), pelo chamado “Caminho do FĆ©”.
  • Julho/2016 – Badwater: Uma das mais temidas provas do mundo, com 217 km percorridos pelo Vale da Morte, nos Estados Unidos, com temperaturas que ultrapassam os 50 graus Celsius.

Para encarar esses desafios, serĆ” preciso treino, muito treino e mais treino. Como sĆ£o provas muito duras, estou privilegiando a qualidade em detrimento Ć  quantidade. Procurei planejar meu calendĆ”rio com bastante antecedĆŖncia para poder fazer treinos especĆ­ficos para as dificuldades que encontrarei em cada uma delas.

*FĆ”bio contou em detalhes como foi participar da Spartathlon 2014. O relato na Ć­ntegra vocĆŖ encontra na seĆ§Ć£o “VM Plus” do nosso site. Acesse, leia e inspire-se a lutar por seus maiores e mais difĆ­ceis objetivos!

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