O poder do marketing

Veja como é possível agregar valor até mesmo nas coisas mais simples, fazendo o que muitos chamam de marketing. O que você acharia de uma empresa que dá aos seus clientes uma pedra de aquário como brinde? Não é um saco de pedras, é uma só. Você andaria com uma pedra de aquário pendurada no pescoço ou guardada na carteira? Calma, pode até parecer coisa de gente maluca, como muitos devem estar pensando. Mas acredite se quiser, conheço pelo menos meia dúzia de pessoas usam uma pedra de aquário como amuleto.

Antes de iniciar, gostaria de lembrar que esse não é um exemplo a ser seguido. Cito esta história apenas para mostrar como é possível agregar valor, até mesmo nas coisas mais simples, fazendo o que muitos chamam de Marketing.

Uma empresa, que não convém mencionar o nome nem o ramo de atuação, estava com um problema. Havia prometido um brinde especial aos seus clientes, em troca de informações para o cadastro (o famoso mailling). Como o número de pessoas cadastradas superou as expectativas, surgiu o impasse: sairia muito caro dar o presente pensado inicialmente.

Então, o departamento de Marketing tinha de fazer o milagre da multiplicação. Com a mesma verba (prevista no início), ?criar? um brinde para todos os clientes cadastrados. Isso dava algo como vinte centavos por pessoa. Depois de pensarem nas soluções mais bizarras, alguém teve a idéia de comprar alguns sacos com pedras para fundo de aquário e distribuí-las. Ainda sobraria dinheiro.

Mas quem gostaria de ganhar uma pedrinha de fundo de aquário? Você deve estar se perguntando. Resolvido o primeiro problema (o que dar) eles ainda precisavam resolver o segundo: como agregar valor a uma pedra?

Primeiro, embrulhando-a para presente. Com o dinheiro que sobrou, compraram cetim amarelo (psicologia das cores: amarelo lembra ouro) e mandaram uma costureira fazer saquinhos, destes que são amarrados na parte de cima, como nas embalagens de jóias. Mas ao abrir o tal saquinho, o cliente ainda encontraria uma simples pedra de aquário, não?

A solução foi pegar carona no misticismo. Alguém criou uma história de que a pedra foi trazida de um lugar distante, onde viveram civilizações antigas e onde o povo a usava como talismã, pois acreditava que ela protegia o seu detentor contra a inveja. O texto foi impresso em um cartãozinho e enviado junto com o saquinho. Tudo com o logotipo e endereço da empresa.

Analise a reação de quem recebeu. Primeiro viu a embalagem, depois ficou curioso em abri-la, leu o cartãozinho (preso à fita amarrada ao saquinho), quando finalmente viu o ?brinde?, o não enxergou uma pedra de aquário. Aquilo já tinha o valor de um amuleto ou para os menos supersticiosos de uma pedra trazida de uma cultura antiga. Enfim, ainda hoje encontro pessoas que mandaram pendurar a pedra em uma corrente, usam-na no fundo da bolsa ou na carteira.

Se pararmos para pensar, veremos que são muitas as ?pedras de aquário? que consumimos. Por que tomamos um xarope de cola que destrói os ossos? Por que algumas madames gastam verdadeiras fortunas para comprar um pedaço de pano na Daslu? Por que jantamos no restaurante A? Por que queremos ter o carro da marca X? Por que contratamos fulano e não sicrano? Como entender que, embora muitos dos similares desses serviços e produtos sejam mais baratos, e em alguns casos até melhores, as pessoas continuem desejando-os? A resposta é simples: eles possuem valor agregado à sua imagem.

Para os céticos que ainda duvidam das estratégias desenvolvidas pelos profissionais de Comunicação e Marketing, fica aqui esse exemplo. É melhor acreditar neles e na capacidade de agregarem valor ao seu produto que ficar como muitas pessoas que conheço: agarradas em um ?talismã? contra a inveja e acreditando no ?poder? da pedra de aquário.

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