O que não fazer nas apresentações em público

A voz de cada pessoa tem a sua particularidade, e cuidar dela deve ser um fator comum entre todos. Melhore sua comunicação preocupando-se com sua voz. A voz é o espelho vocal da personalidade humana. É o símbolo que nos apresenta ao mundo por meio dos sons. É a nossa carteira de identidade vocal. Ela é única em suas vibrações, cor, tons, sabor, textura e musicalidade.

Por meio da voz traduzimos quem somos, o que sentimos e como enxergamos o mundo. Por meio dela é possível detectar as sombras e a luminosidade de cada um. A voz é uma arma poderosa e um dos instrumentos de influência mais eficaz nas comunicações humanas, junto aos gestos. É muito poder para ser desperdiçado. Qualquer deslize e as pessoas já percebem alguma característica negativa no apresentador. Uma das mais notadas é a falta de convicção quando o comunicador fala. Perceba que há uma diferença entre asserção e imposição: a primeira é positiva e traduz a certeza baseada no estudo, na reflexão e na comprovação; a segunda, apenas autoritarismo.

Conhecer a própria voz é conhecer um pouquinho da própria alma. A voz desnuda nossas angústias, sonhos, alegrias e intenções e imprime publicamente uma parte do território das características individuais. Quem busca o autoconhecimento tem na voz que o integra ao mundo uma ferramenta especial que mostra traços importantes de seu ser.

Quando utilizamos a voz como instrumento, construímos a nossa fala com todos os matizes que nos distinguem como personagens únicos da nossa história.

Não precisamos permanecer com as vozes que sempre tivemos. Às vezes, por imitação e hábitos nocivos, vamos incorporando formas errôneas de falar, pronúncias defeituosas, muletas verbais que servem de obstáculos às nossas comunicações interpessoais e, conseqüentemente, às nossas vidas.

Reconhecer a voz que temos, identificar seus pontos fortes e frágeis, aperfeiçoá-la em sua expressividade fazem parte da estruturação mais positiva da auto-imagem.

Se a voz que temos hoje não nos agrada por estar desvitalizada e insegura, isso não precisa ser eterno. Somos julgados e avaliados a cada instante da nossa vida, também, pelos sons que emitimos. Precisamos buscar uma voz que agrade nossos ouvidos e os ouvidos alheios.

O que falamos é importante, mas o que dá credibilidade à mensagem são a harmonia e a coerência entre o que se diz e a forma como a voz transmite a informação. Se houver algum deslize entre conteúdo e forma, o “como” dizemos ganhará mais espaço na avaliação do receptor.

A mudança começa, é claro, em nós mesmos, no trabalho voltado à auto-imagem e à auto-estima, e isso terá uma conexão direta com a voz. O homem muda, sua voz muda! Não temos uma voz, somos uma. A nossa imagem social é afetada de forma positiva ou negativa pelo som dela. Resgatar a voz verdadeira, com todo o potencial que ampliará as habilidades de comunicação, é realizar um inventário pessoal que pode nos fornecer trilhas altamente significativas para o encontro de uma imagem vencedora.

Guardadas as devidas proporções, a voz pode conter alguns dos elementos que caracterizam a boa música. Em primeiro lugar, é necessário que a pessoa saiba o que vai ser dito, pelo menos em ocasiões formais. É uma obra que precisa ser construída por partes, tal como a música. Além disso, essas partes não podem ser ditas de uma mesma maneira. Como os refrões, há trechos que merecem algum destaque e, em muitos casos, devem ser repetidos.

Em seus discursos, procure identificar quais são os momentos que pedem maior ou menor intensidade. Utilize-os para quebrar a monotonia e destacar os pontos que considera principais.

Procure interpretar o que você diz, do mesmo modo que ocorre com uma música, que nunca é igual quando executada por artistas diferentes. Sempre há um traço que os personaliza. Procure fazer o mesmo com sua voz em seus discursos. Ache um estilo próprio que o destaque no meio da multidão.

Faça uso do silêncio. Coloque ritmo no que você disser, distribuindo pausas em momentos estratégicos. Aproveite-as para não perder o domínio sobre a voz. O uso correto desse mecanismo possibilita o controle das ações e a reflexão constante sobre o que se diz.

E, por último, tente deixar sua voz a mais harmoniosa possível como na música, na qual a harmonia significa dispor de forma adequada as partes de um todo.

Muitas vezes, não temos consciência de como a voz é produzida e do que podemos fazer para melhorá-la. Cuidar da voz significa utilizá-la de forma adequada, servindo-se corretamente dos órgãos que produzem o som. Devemos conhecer melhor o processo de criação da voz para podermos corrigir possíveis deslizes.

Cuidar da voz é ir ao encontro do que a natureza quer, é respeitar e seguir ao máximo a respiração correta e a emissão dos sons para obter o melhor rendimento com o mínimo de esforço possível. Isso requer domínio progressivo das emoções, já que elas interferem diretamente na fabricação da voz.

Seu uso adequado permite que se chame a atenção naturalmente das pessoas ao nosso redor. É um dos elementos que contribuem para facilitar a interação e até mesmo a empatia. Juntamente com o conteúdo e a linguagem corporal, ela é importante para que a mensagem seja compreendida.

No ambiente profissional, a voz pode nos ajudar em inúmeras situações, pois em qualquer circunstância é possível transmitir confiança, liderança, credibilidade e assertividade. Não são raros os profissionais com inúmeras qualidades que não conseguem demonstrá-las por motivos vocais.

A capacidade de persuasão aumenta consideravelmente quando a voz é clara e bem definida e isso intensifica a compreensão da mensagem.

Vamos cuidar dela como quem afina um instrumento precioso, pois investindo no aprimoramento vocal teremos maiores condições de sucesso profissional!

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