O que realmente aprendi em uma conferĂȘncia

Eu vou a conferĂȘncias profissionais por trĂȘs motivos. O primeiro Ă© para aprender e ficar a par dos desenvolvimentos em minha profissĂŁo. O segundo motivo Ă© conhecer pessoas e fazer contatos importantes de negĂłcios. Eu vou a conferĂȘncias profissionais por trĂȘs motivos. O primeiro Ă© para aprender e ficar a par dos desenvolvimentos em minha profissĂŁo. O segundo motivo Ă© conhecer pessoas e fazer contatos importantes de negĂłcios. E o terceiro motivo Ă© para buscar inspiração. Nossa vida e, especialmente, os nossos problemas, podem, Ă s vezes, parecer insuperĂĄveis. :

Recentemente, participei de uma conferĂȘncia de investimentos que tinha convidados como David Rockefeller Jr. e outros da mesma posição social. Nessa conferĂȘncia, eu ouvi o maior dos oradores que jĂĄ tinha encontrado em minha vida. Seu nome era Charles Plumb, um major e ex-piloto da Marinha americana, que se formou na escola de Fuzileiros Navais Top Gun e serviu no VietnĂŁ durante a guerra. Faltando menos de um mĂȘs para a sua baixa, ele foi atingido e capturado pelos norte-vietnamitas. Na prisĂŁo, ele se reuniu a duzentos outros pilotos, que, como ele, estavam encarcerados em celas de 2,5 metros quadrados. Para ilustrar melhor o quanto sua cela era pequena, o major Plumb demarcou com luz a ĂĄrea em que ele ficou. Ele ficou sob essa luz durante toda a sua apresentação. O major passou mais de seis anos no campo de prisioneiros, a maior parte do tempo naquela pequena cela. :

Entre os outros pilotos na prisĂŁo, havia um jovem marinheiro que acabara de se alistar na Marinha. O jovem tinha sido resgatado da ĂĄgua pelos norte-vietnamitas quando caiu do navio, que estava apartado no mar da China meridional. Diferentemente dos outros homens do campo de prisioneiros, esse marinheiro tinha uma visĂŁo muito singular do seu aprisionamento. Como ele prĂłprio gostava de dizer, nĂŁo havia sido capturado, havia sido resgatado. O major Plumb deu uma boa risada quando mostrou ao pĂșblico como as pessoas podem ter opiniĂ”es diferentes sobre as mesmas circunstĂąncias. :

Quando o major foi atingido, ele se ejetou da cabina do jato e flutuou com segurança até o solo, graças ao fato de seu påra-quedas ter aberto adequadamente. Ele tinha sido treinado para contar as folhas do påra-quedas de modo a garantir que todas estivessem abertas, temendo que uma falha fizesse com que ele fosse lançado para a morte. Todas as folhas abriram enquanto ele caía e ele agradeceu silenciosamente ao jovem soldado que havia dobrado o seu påra-quedas, alguém que ele não conhecia. :

Quando chegou ao solo, foi capturado, encarcerado e torturado num campo de prisioneiros norte-vietnamita. Uma das coisas que ele fez para manter-se vivo foi pensar nas refeiçÔes que ele e a esposa fariam quando ele voltasse para casa. Plumb casou-se antes de partir para o Vietnã. Todo dia ele pensava nos cafés da manhã, almoços e jantares que pediria quando voltasse para os Estados Unidos. :

O jovem marinheiro que foi capturado com Plumb foi solto muito antes dos pilotos, ele não era tão valioso quanto os fuzileiros. Mas, enquanto o jovem estava na prisão, ele guardou na memória os nomes, telefones e endereços de todos os prisioneiros daquele campo, inclusive o do major Plumb. Quando foi libertado, o jovem cruzou os Estados Unidos e visitou todas as famílias relacionadas àqueles duzentos prisioneiros. Ele contou a cada família quais eram as condiçÔes de seus entes queridos e garantiu que eles estavam vivos, bem e que seriam soltos. Aquele marinheiro foi considerado de pouca importùncia ? afinal de contas, ele tinha o posto mais baixo ? entretanto, seu ato nobre fez dele o homem mais importante daquele campo. Enquanto o major nos contava sua história, seria possível ouvir uma agulha caindo no carpete do salão daquele hotel. :

Finalmente, o major Plumb foi libertado. Ele foi para casa e descobriu que sua esposa o havia abandonado e se casado com outro homem. Ela o esperou por cinco anos, mas acabou desistindo, encontrou alguém e se casou. O major disse que compreendeu aquilo e prosseguiu com sua vida. :

A coragem resoluta do major Plumb, o sofrimento e a resistĂȘncia enobrecem a todos que o ouvem porque ele Ă© uma testemunha viva da resistĂȘncia do espĂ­rito humano e do potencial herĂłico que existe em todos os homens. Ele tambĂ©m fez que eu revisse os problemas que tinha em minha vida. Depois de ouvir o major Plumb, eu me senti extremamente grato pela minha vida e por tudo o que hĂĄ nela. :

Quando o major parou de falar, fui até ele e agradeci todo o coração por sua inspiração, seu sacrifício e por ele ser o homem que era, apesar de todos os desafios que certamente teriam destruído um homem menos nobre do que ele. :

Peter Morgan Kash Ă© co-fundador da Paramount Capital Inc. e autor do livro TĂĄticas de sucesso que vocĂȘ nĂŁo aprende nas Escolas de Administração (Editora Cultrix). ?Virtudes nĂŁo sĂŁo acidentes da natureza. Virtudes sĂŁo algo que se constrĂłi? ? Toni Morrison

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