Como alguém pode fazer carreira no meio editorial aumentando as vendas?

Dizem que o cão é o melhor amigo do homem. Pois o livro, certamente, é seu melhor mestre. Mesmo diante de uma verdade tão absoluta, o mercado consumidor de livros em nosso País ainda tem muito a crescer. Só para se ter uma ideia, há no Brasil 77 milhões de não leitores, dos quais 21 milhões são analfabetos. E, se essa confirmação dada pelo Instituto Pró-livro parece alarmante, a situação se agrava ao se destacar o perfil dos leitores (cerca de 90 milhões de pessoas) que, de acordo com o levantamento, leem em média 1,3 livro por ano, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, a população lê, em média, 11 livros por ano.

 

Mesmo com um cenário tão pouco amistoso, Milton Assumpção, profissional de marketing e editor, escolheu o mercado editorial para fazer carreira. Milton é ganhador de oito prêmios Jabuti, sendo dois deles como Melhor Livro de Não Ficção, e acaba de lançar como autor seu primeiro livro de marketing, O vendedor de livros, no qual ele conta sua história profissional e desvenda, por meio de vários cases práticos e reais, os segredos de seu sucesso como “vendedor de livros”.

 

A verdade é que, mesmo reconhecendo a obra como um produto com características singulares (até porque não se está vendendo papel, mas ideias e conhecimento), Milton se destacou ao aplicar no negócio editorial todas as ferramentas disponíveis utilizadas no marketing de produtos de consumo regular, além de inovar e antecipar tendências. Certa ocasião, ao ser entrevistado por uma revista de marketing, veio a pergunta: “Você não se preocupa com o fato de seus concorrentes lerem os livros que publica?”. Milton respondeu: “Não! Porque eu os leio primeiro e transformo suas informações em ações produtivas para mim antes deles”.

 

A primeira parte da obra relata a trajetória profissional do autor: o início como executivo internacional da McGraw-Hill no Brasil e em Portugal, a criação de sua própria editora – a Makron Books, reconhecida como uma das mais importantes editoras brasileiras nas áreas técnica, científica e de negócios – e a sua venda para a Pearson, onde permaneceu por dois anos como presidente, bem como o reinício, criando uma nova editora, a M.Books. Sua história é contada por meio de lançamentos de livros, das séries e linhas editoriais, enfatizando as ações estratégicas de marketing utilizadas com um único objetivo: vendas.

 

A segunda parte é composta de cases de marketing – experiências vividas na prática em sua carreira editorial. Nesses cases, o leitor conhece as ferramentas de marketing utilizadas, as estratégias, os objetivos e, principalmente, os resultados reais conquistados.

 

Da teoria à prática

Um desses cases relata a forma como Milton conseguiu sensibilizar o mercado para uma importante obra do escritor americano Jeremy Rifkin. Em síntese, o livro mostrava que, com a evolução tecnológica, o advento dos computadores e a crescente utilização de máquinas e robôs, os empregos formais, principalmente no chão de fábrica, iriam se reduzir drasticamente.

 

Segundo o editor Milton, o livro apontava alguns caminhos para minimizar o problema, e era isso que ele desejava que todos soubessem: “Como homem de negócios, sempre fui preocupado com questões relativas ao emprego. Quando li o livro de Rifkin, tive a clara convicção de que deveria publicá-lo em português no Brasil e, principalmente, tentar fazer com que sua mensagem fosse assimilada por líderes empresariais e pelo poder público”.

 

Enfim, o livro O fim dos empregos era atraente, polêmico e até assustador, porque trazia afirmações que derrubavam paradigmas tanto na iniciativa privada quanto na política trabalhista e sindical. Além disso, tratava-se de um ótimo produto para trabalhar o marketing editorial, pois tinha ingredientes perfeitos para promoções e ações estratégicas de divulgação. A estratégia foi baseada em sete ações:

 

1. 1.     Envio de exemplares para revistas, jornais, rádios e televisões, acompanhados de um release agressivo anunciando o fim dos empregos. O objetivo era obter um grande número de mídia espontânea.
2. 2.     Envio de exemplares do livro para diversas personalidades políticas das esferas federal, estadual e municipal, atuantes em áreas ligadas às políticas trabalhistas – desde o então presidente da República até governadores, ministros e prefeitos. O objetivo era levar-lhes a mensagem de que as vagas de emprego formal na iniciativa privada diminuíram e alguma coisa tinha de ser feita.
3. 3.     Envio de livros para líderes sindicais com o mesmo objetivo da ação anterior.
4. 4.     Distribuição da obra nas principais livrarias de todo o País, em lugares de destaque, após negociações para conseguir o espaço.
5. 5.     Divulgação do livro com grande destaque no jornal Makron Books Informa, enviado mensalmente para cerca de 150 mil pessoas.
6. 6.     Por meio de uma equipe de promotores, o livro foi oferecido como cortesia a professores em faculdades de todo o Brasil, visando à adoção da obra ou sua indicação para alunos dos cursos de administração, economia, direito, sociologia, entre outros.
7. 7.     Seis meses após o lançamento, quando o livro já gerava discussões e polêmicas, o editor trouxe Rifkin ao Brasil para uma palestra a convidados especiais, além de outras em faculdades renomadas.

 

Como a maioria dos veículos de comunicação já tinha publicado resenhas ou artigos sobre o livro, foi fechada com facilidade uma entrevista exclusiva de Rifkin para a revista Exame. Num mercado tão competitivo, as estratégias de Milton conseguiram obter resultados em todos os sentidos: as vendas do livro foram acima da média e o lançamento provocou importantes debates e discussões no meio empresarial e sindical que renderiam até mesmo mudanças no setor trabalhista brasileiro.        

E esse é apenas um dos exemplos de como você pode aproveitar os cases da obra de Milton para divulgar e aumentar as vendas de produtos, serviços ou eventos.

 

Livro: O vendedor de livros

Autor: Milton Assumpção

Editora: M.Books

Preço: R$ 49,00

 

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