Ombudsman: A voz do cliente dentro da empresa

Ética na relação cliente/fornecedor é assunto da ordem do dia e assegurar a satisfação dos consumidores é fator de sobrevivência. Ouvir os clientes e dar respostas adequadas às suas críticas e sugestões, é o caminho para conseguir isso. Garantir que essa valiosa oportunidade será aproveitada é a missão do Ombudsman. Marcada pelo advento do Código de Defesa do Consumidor, a década de noventa foi um divisor de águas, assinalando o início de uma nova era na relação cliente/fornecedor. O consumidor brasileiro está cada vez mais consciente do seu poder e dos seus direitos. Por outro lado, num mercado cada vez mais concorrido, onde todos têm acesso à tecnologia e aprimoram seus processos, torna-se cada vez mais difícil obter um diferencial competitivo. Nesse contexto, ética na relação cliente/fornecedor é assunto da ordem do dia e assegurar a satisfação dos consumidores é fator de sobrevivência. Ouvir os clientes e dar respostas adequadas às suas críticas e sugestões, é o caminho para conseguir isso. Garantir que essa valiosa oportunidade será aproveitada é a missão do Ombudsman – ou Ouvidor, para quem prefere falar o brasileiro claro.

Objetivos de uma Ouvidoria

Ao estabelecer uma Ouvidoria, uma organização fabril, comercial ou de serviços tem por objetivo:

– Atender melhor seus clientes
– Preservar e melhorar a imagem pública da organização
– Reduzir a exposição a litígio com consumidores e usuários
– Assimilar críticas e sugestões, de modo a:
      – aprimorar processos, produtos e serviços;
      – melhorar sua comunicação;
      – manter o foco;
      – ajustar seu posicionamento no mercado.

“Em primeiro lugar, precisamos descobrir o que o cliente quer. Saber por que ele está preferindo outro fornecedor. Depois, verificar onde nós estamos errando e fazer as mudanças necessárias para conseguir duas coisas: reduzir o número de falhas internas e oferecer produtos e serviços mais de acordo com o que o cliente necessita. Do ponto de vista do cliente, isso é qualidade”. (Porto, personagem da minha peça “Acertar é Humano”).

Importância do atendimento para a imagem da organização
A imagem de uma instituição, uma empresa ou um profissional, é construída através do tempo, pelo somatório de todas as opiniões emitidas a seu respeito, seja por pessoas ou órgãos de imprensa. Toda vez que um cliente elogia um serviço que recebeu, toda vez que um jornal publica uma reportagem ou uma carta de cliente elogiando uma prestação de serviços, está contribuindo para a construção de uma reputação favorável, uma imagem pública positiva.

Em compensação, toda vez que alguém fala mal (seja verdade ou mentira, pouco importa), está demolindo uma imagem construída a duras penas.

Mais do que ter uma imagem positiva, o objetivo supremo de uma instituição prestadora de serviços é ser amada. E ser amada é conquistar um lugar no coração das pessoas. Para isso, é preciso encantar os clientes com um atendimento que supere as expectativas.

O atendimento como um valor da organização
Atender bem não pode ser apenas o objeto de uma campanha temporária. Não pode ser motivado apenas por interesse ou por medo. Não pode visar apenas resultados perante o público externo. Atender bem precisa estar entranhado na cultura organizacional, até que se torne um valor essencial da organização – que se confunda com a sua razão de existir.

Toda e qualquer pessoa dentro da organização precisa compartilhar deste valor, a fim de que todos os setores se integrem sinergicamente, com a flexibilidade necessária, em um processo permanente e sistemático de auto-aperfeiçoamento através da incorporação das críticas e sugestões dos clientes internos e externos.

Conquistar esse comprometimento do público interno é tarefa do Ombudsman, tanto quanto dar acolhimento aos anseios do público externo.

Poder de interferência do Ombudsman nos processos internos
Além da comunicação e relacionamento com os clientes internos e externos, é trabalho do Ombudsman influenciar no processo de aperfeiçoamento da organização, transformando seus sistemas internos de modo a proporcionar maior satisfação aos usuários e consumidores.

Na condição de Ouvidor dos clientes, o Ombudsman se encontra numa posição privilegiada para identificar oportunidades de melhoria em todos os setores de sua organização. Ao propor mudanças nas rotinas de serviço e atendimento aos clientes, difinir alterações nos sistemas produtivos e rotinas gerenciais, sugerir novos produtos e aprimoramentos nos produtos e serviços existentes, o Ombudsman se caracteriza como um dos mais importantes elementos de mudança em sua organização.

Independência e autonomia do Ombudsman
Para cumprir essa missão, o Ombudsman precisa sentir-se livre das pressões geradas pelo jogo político interno da organização. Credibilidade é a palavra-chave para ele. Sem credibilidade, perderá seu poder de influência junto a clientes internos e externos. E para ter credibilidade é indispensável que o Ombudsman tenha autonomia e poder para interferir nos processos, defendendo os interesses do cliente externo dentro da organização.

Portanto, uma ouvidoria precisa ter livre trânsito por toda a organização, por todos os níveis da hierarquia. Para isso ser possível, o ouvidor deve se reportar diretamente ao principal executivo.

Subordinar o Ombudsman a uma diretoria ou gerência de atendimento ou de marketing tiraria a liberdade de ação e o poder de influência indispensáveis para que ele interfira nos processos, de modo a transformar a organização. Subordinado a uma gerência de atendimento, o ombudsman perde autonomia e poder de fiscalização sobre essa área, que deve ficar sob sua atenção permanente. Um ombudsman subordinado ao marketing teria prejudicada sua visão processual, privilegiando imagem e relacionamentos externos.

Ética – limites e responsabilidades do Ombudsman
Por sua posição estratégica no relacionamento com os clientes e por seu poder de influência interna, é indispensável que o Ombudsman tenha sua atuação pautada pela ética, que se caracteriza pelo respeito ao cliente, à organização que representa, aos colegas de trabalho, a si próprio e à sociedade como um todo.

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