Para alcançar, é preciso incentivar

Aprenda a ter bons resultados avaliando constantemente e recompensando o desempenho de sua equipe

Os maiores gurus de gestão falam, mas poucos ainda acreditam que investir nos funcionários traz resultados concretos para a empresa. Se você é um pouco cético a respeito dessa estratégia, conheça como a Pax Nacional, uma companhia especializada em serviços e planos médicos, odontológicos e pós-vida que atua na região de Campo Grande, MS, aplicou esse conceito e teve sucesso.

 

Tudo começou quando Artur de Carli entrou, há 10 anos, na Pax Nacional. Ele logo percebeu que era possível desenvolver um grande trabalho de incentivos para os funcionários. Como as metas estão diretamente relacionadas a pessoas, assim que chegou à empresa, Carli implementou algumas mudanças com o objetivo de melhorar os resultados. A Pax Nacional já tinha um nome consolidado no mercado e estava se preparando para crescer. O foco era o cliente e o grande objetivo, surpreendê-lo. “Começamos a fazer reuniões semanais com todos os colaboradores, sem distinção de cargo. Era uma troca de ideias constante que, aos poucos, foi tomando forma e as ideias sendo implantadas”, esclarece.

Junto a essa renovação no atendimento, cada funcionário passou a ouvir constantemente palavras, como: metas, objetivos, resultados, missão, visão e foco, principalmente nas reuniões. “Resumindo: colocamos em prática o que aprendemos nos livros, revistas e palestras”, afirma.

 

Pessoas e resultados – Orgulho de ser Pax Nacional é um slogan bastante trabalhado no interior da companhia – sentimento que faz toda a diferença. “Passamos aos funcionários que, para alcançar bons resultados pessoais e profissionais, eles precisam ter orgulho daquilo que fazem. E isso independe do cargo, seja um gerente ou uma copeira”, explica Nilma Ribeiro Cardoso, diretora-presidente dessa empresa que é genuinamente familiar.

 

A preocupação e dedicação com os colaboradores chama muita atenção de quem conhece a Pax Nacional. Segundo Carli, tudo isso vem de um entendimento muito claro: “Um funcionário jamais será produtivo dentro da companhia se, como pessoa, não estiver bem. A empresa não é maior nem menor que os indivíduos que nela trabalham”. Para ele, o objetivo dessa preocupação é o resultado consistente.

 

As metas de cada colaborador, por exemplo, são definidas com base no histórico dos últimos anos. Sobre esse resultado, projeta-se o ano em questão, sempre com um aumento. Um detalhe que faz toda a diferença é que a equipe cresce com a organização. “Sempre criamos tabelas de gratificação atreladas ao crescimento. Se o profissional crescer X, receberá X a mais e assim por diante”, revela.

 

É claro que, como em qualquer empresa, há funcionários que não atingem as metas estabelecidas. Como na Pax Nacional cada gerente acompanha os resultados de sua equipe mensalmente, é fácil identificar quem está aquém das expectativas. “A cada três meses, o colaborador tem uma reunião individual com a diretoria, na qual avaliamos seu desempenho. Com uma conversa franca, esperamos sempre a recuperação do nível de desenvolvimento desse funcionário”, comenta.

 

Para que as metas possam ser cobradas eficazmente, o treinamento é uma constante na Pax Nacional, tanto de conhecimentos quanto de habilidades, mas principalmente de atitudes. “Priorizamos as três competências, porém nos direcionamos muito mais às atitudes pessoais e profissionais, pois é o cuidado com os pequenos detalhes que faz uma grande diferença para o cliente”, explica Nilma.

 

Avaliação e reconhecimento – Muitas empresas criam campanhas de incentivos periodicamente, mas a Pax Nacional tem uma grande campanha que se estende por todo o ano. Afinal, como lembra Carli, faturamento e despesas começam em janeiro e terminam em dezembro. “A campanha deve ser contínua, pois entendemos que nenhuma companhia quer bons resultados apenas por um determinado período. É aquela velha história de que o ano se inicia apenas depois do Carnaval. Na Pax Nacional, começa no dia 2 de janeiro e termina no dia 31 de dezembro”, comenta.

 

Em toda nova campanha anual, cada funcionário recebe uma pasta de avaliação contendo:

  • Missão, visão e estratégia da empresa.
  • O que a organização espera do colaborador.
  • Objetivos profissionais e pessoais para o ano.
  • Metas da gerência e dos funcionários, especificando quais serão os ganhos de cada um caso sejam alcançadas.
  • Regras da campanha e demonstração do sistema de remuneração adotado.
  • Histórico mensal das metas alcançadas nos anos anteriores.

 

A pasta é utilizada durante todo o ano, com acompanhamento constante dos gerentes e da diretoria. Se a avaliação mensal for positiva, o colaborador recebe uma moeda que deve ser depositada em um baú, símbolo da campanha – o tema de 2009 é Caça ao Tesouro –, que será aberto apenas na festa de fim de ano. Como já é tradição na empresa, são sorteadas viagens com acompanhante para diversos lugares do Brasil. Mas é claro que essa premiação está condicionada à pasta de avaliação. O funcionário sorteado precisa ter apresentado avaliação positiva em, no mínimo, 8 dos 11 meses avaliados (de janeiro a novembro). Caso contrário, o sorteio é realizado novamente. Tamanho incentivo leva a uma feliz constatação: as avaliações têm melhorado ano a ano.

Carli se mostra bastante realizado por poder proporcionar isso à equipe. “A importância está nas fotos que eles trazem das viagens e alguns comentários, como: ‘Foi a viagem dos meus sonhos’. Há também o parecer da família do funcionário: ‘Depois da viagem, eu cobro meu marido para que ele atinja as metas’. Isso não tem preço e nem como mensurar”, comenta, destacando que isso contribui para aumentar o engajamento dos colaborares com a empresa e também a autoestima de cada um.

 

Nilma garante ainda que o profissional retorna da viagem bem mais motivado, o que gera um desejo de sempre atingir as metas. “Trabalhar com pessoas motivadas é muito mais fácil para realizar o planejamento da companhia. Sem contar que elas acabam contagiando todos os seus colegas de trabalho”, afirma.

 

Investimento – Para muitas empresas, é inviável promover ações e campanhas grandiosas como faz a Pax Nacional. Nem sempre foi assim, mas eles encontraram uma forma de incentivar e motivar seus colaboradores mesmo em época de “vacas magras”. “A primeira festa de fim de ano foi em um restaurante modesto. A segunda e a terceira, num clube também muito simples, com eletrodomésticos como prêmios. Na medida em que a organização crescia, vieram as Festas Juninas, as gincanas e as melhorias nas festas, que hoje acontecem em um dos melhores buffets da cidade, com o melhor DJ de Campo Grande, com direito a laser, gelo seco, papel picado e ainda brindamos com espumante e sorteamos viagens. É uma troca muito justa na relação de trabalho”, garante Carli.

 

Sabe-se que de nada adianta cobrar resultados sem motivar e incentivar, da mesma forma que também é inviável motivar e incentivar sem alcançar resultados. Essa relação entre lucro e pessoas é muito clara para Carli, assim como o entendimento de que um depende do outro, já que quanto melhores os colaboradores estiverem, mais lucro poderão gerar. E quanto mais lucro gerarem, melhores eles estarão.

 

Ele concorda que a implantação de tudo isso não é fácil, pois passa por uma mudança na cultura organizacional, transformando funcionários em parceiros comprometidos com a meta da empresa. “O resultado está nos pequenos detalhes, aqueles que você não consegue supervisionar 24 horas por dia. É a atitude de uma copeira, às 2 horas da madrugada, servir um chá quente para um cliente que é atendido. Isso não tem preço, mas gera resultado. Ela somente realizará isso se entender que faz parte de um objetivo e que não é apenas uma empregada que cumpre horário”, acrescenta.

 

Mensagem – Pedimos para Nilma deixar uma mensagem aos líderes de todo Brasil que queiram se inspirar no exemplo de gestão de pessoas da Pax Nacional. “Para chegar ao modelo atual foi – e continua sendo – bastante trabalhoso. A participação tem de começar com o presidente, passar pelos diretores e por todos os níveis do organograma, sem distinção”, aconselha.

 

Carli também dá seu recado: “Cada empresa possui sua história e cada empresário tem sua maneira de entender o mercado. É preciso persistência e paciência, pois não se muda as pessoas e nenhuma cultura empresarial em 30 ou 60 dias. Pode demorar anos, mas o resultado é fantástico”. A Pax Nacional que o diga. Afinal, a empresa não para de crescer.

 

VM Plusv

No ano passado, as revistas Liderança e Motivação trouxeram matérias especiais sobre a gincana que a Pax Nacional realiza anualmente com seus funcionários. Para conferir, visite a seção VM Plus do site: www.vendamais.com.br e faça o download das matérias.

 

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