Perfeccionismo sob controle

Mais do que qualquer outra coisa, os perfeccionistas querem segurança. Eles tendem a classificar tudo o que fazem em duas categorias: perfeição ou desastre completo ? não têm meio-termo. A falta de perspectiva deixa-os se sentindo arrasados pelo peso das próprias expectativas. Mais do que qualquer outra coisa, os perfeccionistas querem segurança. Eles tendem a classificar tudo o que fazem em duas categorias: perfeição ou desastre completo ? não têm meio-termo. A falta de perspectiva deixa-os se sentindo arrasados pelo peso das próprias expectativas.

Apesar disso, o perfeccionismo tem o seu lugar ? você pode e deve manter esse olho clínico que detecta a excelência instantaneamente ? mas usá-lo somente onde e quando ele realmente conta. Sob a pressão intensa do ambiente de trabalho de nossos dias, todo perfeccionista precisa passar por um ajuste e chegar ao que eu chamo de perfeccionismo seletivo ? a arte de descobrir quais tarefas precisam ser bem feitas e quais podem ser apenas feitas.

As seguintes instruções o ajudarão a pôr o perfeccionista que existe em você para trabalhar melhor:

– Pergunte-se quem é o crítico. A quem pertence realmente aquela voz que fala baixinho no seu ouvido? Em geral não é de ninguém com quem você trabalha ? é de alguém do seu passado ? uma mãe ou um pai muito rigoroso, um professor, um técnico esportivo, uma irmã ou irmão, você mesmo. Reconheça que os críticos com os quais você está lutando podem não existir no presente e podem ter deixado de ter qualquer relevância.

– Pratique fazer uma coisa de forma menos que perfeita. Comece com uma tarefa de menos importância ? algo que sua mente racional sabe que não precisa ser perfeita ? e permita-se fazer um trabalho mais ou menos. Quem sabe se a sua versão de ?bom, mas não perfeito? não é algo que outras pessoas vão achar o máximo?

– Bata em retirada. Quando você trabalha muito tempo em alguma coisa sem fazer nenhuma pausa, chega aos ?retornos decrescentes?: o estado em que você passa horas e horas e não consegue produzir quase nada ou, pior ainda, consertando coisas que não precisam de correção, se tem o costume de dar ouvidos a seu primeiro impulso. Reconheça quando você está chegando nesse ponto e obrigue-se a recuar, pois isso vai lhe poupar horas de esforço inútil gasto refazendo um trabalho feito por simples falta de perspectiva. Melhor ainda, peça a opinião de outra pessoa. – Ter prazo é uma maravilha. E se ninguém lhe deu prazo algum, imponha-se. Concentre-se em terminar seu trabalho ? lembre-se de que, em geral, algo feito imperfeitamente a tempo é melhor que algo feito com perfeição, mas que está atrasado.

– Delegue pequenas tarefas pelas quais você fica obcecado. Há tarefas que você simplesmente leva vinte vezes mais tempo para fazer do que se fossem feitas por outra pessoa. Reconheça seus limites. Se você está lutando por uma tarefa que outra pessoa pode fazer mais depressa, melhor ou bem, passe-a adiante.

– Limite o número de revisões que você se permite fazer. Em geral, os perfeccionistas fazem uma revisão atrás da outra porque sempre dão um jeito de melhorar alguma coisa. Os computadores facilitam muito a tarefa de estar alterando continuamente o trabalho. Observe-se durante uma semana para ver quantas vezes você tende a revisar seus documentos. Se o seu normal é sete, obrigue-se a revisar apenas seis vezes, depois cinco ou quatro. Depois de chegar ao número desejado de revisões, pare.

– Reconheça que existem vários graus de excelência. Quando comecei a fazer palestras profissionalmente, eu sabia quando tinha chegado a um desempenho impecável. Todo mundo bebia as minhas palavras, a sala ficava tão silenciosa que um celular fazia as pessoas darem um pulo na cadeira. Quando eu não chegava a esse ponto, ficava arrasada, decepcionada e morrendo de raiva de mim mesma. Mas os formulários de feedback me diziam exatamente o contrário. Para a minha surpresa, o público dizia ter adorado a apresentação e que tinha tirado muito bom proveito dela.

Para saber mais: De bem com o trabalho, de Julie Morgenstern (Editora Gestão Competitiva).

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