Conheça o relato de pessoas comuns que com muita fé, autoconfiança, competência técnica e entusiasmo têm conquistado resultados extraordinários. Inspire-se e escreva sua própria história.

A mídia, há algum tempo, exalta celebridades do mundo corporativo. Afinal, quem nunca ouviu falar de Jack Welch, Bill Gates, Sam Walton ou brasileiros como Washington Olivetto e Ricardo Semler.

Símbolos de sucesso e realização profissional, o que nem sempre significa que essas pessoas têm uma vida pessoal feliz e equilibrada. Mas, de qualquer forma esses símbolos têm valor, são inspirações para muitos e batalharam bastante para chegar onde estão e conquistar o topo.

Mas, e você? As pessoas que hoje têm uma situação parecida com a sua podem também almejar o sucesso? As dificuldades do dia-a-dia podem ser desculpas para a apatia, o desânimo ou a falta de ação? Creio que não.

Personagens, como os que serão apresentados abaixo, são pessoas comuns, mas que com muita fé, autoconfiança, competência técnica e entusiasmo têm conquistado resultados extraordinários. Leia os relatos, inspire-se e escreva sua própria história.

1. Palhaçadas que geram resultados. “Piá, Sai da Rua”. Esse é o nome do projeto que os palhaços Siricotico e Cebola, ou Renato Nadalini, 28 anos, e Isabele Pereira,36, conduzem em Curitiba para tirar crianças carentes da rua, afastá-las das drogas e da prostituição, procurando dar a eles um futuro melhor. No projeto “Piá, Sai da Rua”, que começou em 2002, são realizadas oficinas recreativas de habilidades circenses.

Nele, as crianças frequentam uma semana de oficina, criam seus próprios espetáculos, resgatam a criatividade e, principalmente, a auto-estima, pois muitas delas sofreram algum tipo de violência em casa ou na comunidade.

Com a continuidade do projeto foi desenvolvido um curso de extensão onde, durante três meses, cerca de 37 crianças aperfeiçoaram suas técnicas de malabarismo, acrobacia, equilíbrio na perna de pau e atuação no teatro. Hoje, alguns deles fazem até testes para filmes e peças teatrais.

O projeto atingiu mais de três mil crianças, alguns filhos de traficantes de drogas, os quais, pasmem, deixaram de traficar por influência dos filhos. É uma vida dura, muitas vezes sem patrocínio ou condições ideais de trabalho. Isabele conta emocionada que certa vez sobrou uma pequena verba do projeto e perguntou as crianças o que elas gostariam de ganhar de presente – certa de que as respostas seriam roupas ou brinquedos – mas ficou espantada com a escolha: elas queriam comida!

Infelizmente, hoje estão sem patrocínio, mas Siricotico e Cebola não desistem, atuam como voluntários em algumas comunidades e o sentimento que os move é a transformação que conseguem na vida desses jovens. Afinal, como os palhaços voluntários mesmos dizem “não há dinheiro no mundo que pague o sorriso de uma criança”.

2. Cursinho em Ação. Ensino gratuito, mas com qualidade. Com esse lema um pequeno grupo de alunos da Universidade Federal do Paraná criou, em 2000, o cursinho “Em Ação” o qual tem como objetivo disponibilizar uma melhor preparação para o vestibular aos alunos carentes. No primeiro ano foram cerca de 120 alunos participantes, sendo que, no vestibular de 2002, cerca de 20% dos alunos foram aprovados e um deles foi o primeiro colocado no curso de Matemática na UFPR.

A iniciativa teve tanto sucesso que para o ano de 2003 foi preciso realizar um pequeno vestibular para seleção de alunos: cerca de 2100 candidatos disputaram uma das 200 vagas ofertadas pelo cursinho.

Os professores são alunos e ex-alunos da UFPR que de forma voluntária dedicam o seu sábado e domingo com aulas preparatórias para os vestibulandos que devem comprovar não ter condições de frequentar um cursinho particular. Muitas são as histórias comoventes, como a de uma empregada doméstica que hoje cursa letras na mesma universidade.

Nesse arsenal de solidariedade já encontramos advogados, pedagogos, administradores, assistentes sociais, entre outros profissionais colaborando efetivamente como o cursinho. Por incrível que pareça a grande maioria deles são jovens, os quais não se importam em perder as baladas de sexta e sábado e se dedicam ao cursinho, promovendo um futuro melhor para nosso país.

3. O Melhor Lambari do Mundo. Pirajú é um pequeno município do interior de São Paulo onde o rio Paranapanema corta a cidade com suas belezas naturais. Recentemente ganhou o status de estância turística. O Sr. Waldemar é um aposentado que adora pescar e notou que na beira do rio, mais precisamente na ponte Cerqueira não havia uma lanchonete para atender aos pescadores e suas famílias. Idéia na cabeça e pouco dinheiro no bolso, lá se foi Seu Waldemar construir um pequeno trailler com suas próprias mãos. No início, ele e sua esposa só iam aos finais de semana, com sua Brasília ano 80 abarrotada de comes e bebes.

Mas, com muita luta, fechou um contrato de concessão de área com o proprietário das terras e aos poucos, praticamente sozinho, foi construindo sua lanchonete. O lambari frito virou referência. As famílias que vão pescar, acabam saboreando seus lambaris ali mesmo, na lanchonete do Bay, como é mais conhecida.

Hoje, a lanchonete tem playground, churrasqueiras, banheiros, luz e chuveiro elétrico, mas o forte é o atendimento: clientes ligam de São Paulo e outras cidades para se informarem com o Seu Waldemar se o tempo está bom ou se o rio está para peixe. Infelizmente, Seu Waldemar foi chamado aos céus recentemente, mas sua filha, Ana Paula, mantém o padrão de excelência na beira do rio. Afinal, como bom administrador, ele preparou sucessores. Nos feriados, se comparado a franquias de fast food, o Bar do Bay já ganhou em movimento de muita lanchonete famosa.

O lambari é feito de maneira especial, sempre crocante e sequinho e já ouvi relatos de que a batata frita servida lá é melhor, ou pelo menos parecida, com as famosas batatas do McDonald’s.

Enfim, à beira do rio, onde só havia mato, encontra-se um empreendimento de sucesso.

Como vimos, todas as histórias acima têm um ponto em comum: pesoas simples que fazem algo diferente na vida, tornando-a especial. Pessoas que evitam falar em crises, não ficam reclamando e que aliam a paixão em servir, com a vontade de conquistar resultados. E isso faz a diferença…