Conheça as histĂłrias de nossos leitores que atendem os mesmos clientes hĂĄ 15 anos ou mais Se atender o mesmo consumidor por mais de um ano jĂĄ nĂŁo Ă© uma coisa fĂĄcil, imagine por 15 ou 20. Na edição em que a VendaMais ?debuta?, fomos atrĂĄs de histĂłrias de vendedores que atendem o mesmo cliente hĂĄ 15 anos ou mais. Aqui, vocĂȘ confere as respostas mais interessantes.
?Tenho clientes que atendo hĂĄ vĂĄrios anos, e todos sĂŁo especiais. Cada um tem uma histĂłria, um caminho percorrido. Um deles Ă© o Joaquim. HĂĄ 15 anos, ele tinha uma pequena loja de calçados em JoĂŁo Pinheiro, MG. As primeiras coisas que vendi para esse cliente foram 12 pares de sapatos. Na Ă©poca, Joaquim pedia que enviĂĄssemos caixas vazias para colocar nas prateleiras a fim de que seus clientes tivessem a impressĂŁo de que haviam muitas opçÔes. Na verdade, seu estoque era muito pequeno, e ele nĂŁo possuĂa condiçÔes de fazer pedidos maiores. Por muitos anos eu o atendi naquele local. Certo dia, ele me ligou dizendo que tinha comprado uma loja em Montes Claros, MG, e teria um sĂłcio, o Paulinho. Disse tambĂ©m que por quatro meses nĂŁo teria condiçÔes de me pagar, mas gostaria que eu continuasse a lhe fornecer, sendo essa decisĂŁo e os riscos exclusivamente meus. Eu aceitei levando em consideração a nossa histĂłria, o longo tempo de parceria e a grande amizade que solidamente nasceu entre nĂłs. Em quatro meses, eles me pagaram, cresceram e passaram a ser um grupo de lojas. Somos parceiros atĂ© hoje, nossa amizade transcende a relação comercial, e tudo começou com 12 pares de calçados e a vontade obstinada de vencer.?
Mauricio A. Borem
?Nunca tinha trabalhado com consĂłrcio e a ideia de vender me causava certo medo. Analisando o relatĂłrio mensal, verifiquei que faltavam cinco cotas para cumprir a meta. Como era novato na ĂĄrea, recebi a tarefa de visitar Marcelo, um cliente difĂcil de ser encontrado. Para minha sorte, consegui agendar um horĂĄrio com ele. Separei o material e levei os cinco contratos ? nĂŁo custava nada arriscar. De repente, entraram mais quatro jovens. Fiquei surpreso ao saber que eles tambĂ©m queriam conhecer o produto, entĂŁo, respirei fundo e nĂŁo deixei transparecer que estava nervoso. Fiquei extremamente Ă vontade e apresentei o produto para eles, que se encantaram com os benefĂcios. A empolgação que apresentavam me dava mais confiança, e isso fez com que eu fechasse os cinco contratos. Fui para a concessionĂĄria com a certeza de que obstĂĄculos podem ser superados, basta querer. O mais marcante Ă© que depois daquele dia, no ano de 1994, Marcelo sempre entra em contato comigo quando quer trocar de carro.?
JoĂŁo GalvĂŁo
?Em 1973, fiz meu primeiro trabalho como vendedor. Posso afirmar que essa profissĂŁo, alĂ©m de ter sido amor Ă primeira vista, Ă© um amor eterno. Em 1994, estava iniciando uma nova fase em uma multinacional na qual jĂĄ havia trabalhado anos antes. Era uma posição muito desafiadora. Foi quando conheci a Editora Quantum e a revista TĂ©cnicas de venda, tornando-me assinante ? coisa que sou atĂ© hoje. Durante esses anos todos, aprendi muitas coisas que sempre me ajudaram a manter os clientes fiĂ©is, como: buscar atualização constante, respeitar e escutar o que o cliente tem a dizer, atendĂȘ-lo sempre que necessĂĄrio, acreditar no produto ou serviço que se vende, ser objetivo, positivo, otimista e alegre mesmo nas ?crises?, ser Ăntegro, honesto, Ă©tico, etc. Agindo assim, atingi todas as minhas metas profissionais e consegui fidelizar diversos clientes por anos e anos.?
Leven Vampré Neto
?A primeira vez que fui visitar um determinado consumidor, deparei-me com uma figura totalmente estranha. De cara, ele me deu um ?baita? chĂĄ de espera. Para quem tinha apenas sete minutos para cada cliente, aquilo era inaceitĂĄvel. Na hora de tirar o pedido, era um tal de tira esse e bota aquele que acabei explodindo. Tivemos uma discussĂŁo tĂŁo feia que, quando cheguei Ă empresa, fui logo falando ao meu supervisor que se fosse para continuar atendendo aquele cliente eu preferia abandonar o trabalho. Calmamente, meu supervisor disse que se tratava de um consumidor especial e que a melhor maneira de enfrentĂĄ-lo seria aceitar o jeito dele. EntĂŁo, pediu para eu ir para casa, esfriar a cabeça e deixar aquela decisĂŁo para a prĂłxima visita. No dia seguinte, ele me perguntou se eu jĂĄ estava preparado. Respondi que sim e combinamos que eu iria sozinho pedir desculpas e procurar conhecer o cliente. Foi um aprendizado incrĂvel, pois ele nĂŁo sĂł aceitou minhas desculpas como tambĂ©m se desculpou ? isso ocorreu em 1982. Atualmente, represento uma indĂșstria de embalagens, e o nosso relacionamento Ă© tĂŁo bom que eu mesmo faço o controle de pedidos desse consumidor, mantendo um estoque na prĂłpria indĂșstria. A cada 15 dias, ligo para ele e pego o relatĂłrio de necessidades e, mesmo quando a concorrĂȘncia tem preços mais baixos, esse cliente faz questĂŁo de comprar comigo. Aprendi a gostar dele com suas virtudes e defeitos. Enquanto vendedor, espero tĂȘ-lo sempre como consumidor especial, pois hoje jĂĄ somos bons amigos.?
Wilson Fernandes do Prado