Por que fazer, se posso pegar carona?

Aos que se apropriam das idéias e trabalhos dos outros, fiquem tranqüilos: o próprio mercado se encarregará de deixá-los à margem da evolução. Se o sucesso depende daquilo que eu faço, será que o que eu faço está sendo reconhecido? Não estou polemizando a falta de reconhecimento neste texto, mas sim que muitos se apropriam do trabalho feito de outros, copiando ou pegando carona, ao colocar seu nome como se tivessem feito este trabalho.

Isto acontece em vendas e em qualquer profissão, quando não nos bancos escolares. Apesar das inúmeras ferramentas a disposição para que possamos fazer os nossos trabalhos profissionais e escolares, muitos preferem extinguir o tempo a fazer o que deve ser feito. Quando o tempo acaba, procuram a primeira vítima e se apropriam do que foi feito ou simplesmente, sob pressão e em muitos casos, sem o autor perceber, colocam o seu nome como se fossem os criadores.

Anos atrás, trabalhando em uma indústria de transformação de tabaco, tinha como tarefa a soma dos pesos dos fardos de fumo que entravam, através das diversas classes que eram separados, preparando dados para um mapa de estoque primário. Este trabalho, antes do meu contrato era feito pelo chefe do setor, e ao me contratarem fui escolhido para fazê-lo, livrando o chefe desta tarefa monótona e imunda, porque estas etiquetas vinham impregnadas de um óleo emanado pelas folhas de tabaco.

Com a prática, a rapidez fez sobrar tempo e pude exercer outras atividades, sem contar que entregava este mapa com uma antecedência que ajudava outros setores, como o da contabilidade, para efetuarem os devidos lançamentos e posterior pagamento aos agricultores. Mas um dia escuto o diretor industrial elogiando a rapidez da confecção deste mapa e ao perguntar que o fazia, o meu chefe se locupletou dizendo que ele o fazia. O resto da história? Sorte minha decidir ser vendedor.

Tempos mais tarde, fui convidado para ser chefe de setor de pneus da antiga HM, mas quando lá levei a minha carteira de trabalho, fui designado ao balcão porque o encarregado ainda estava trabalhando, mas já com data definida para a rescisão trabalhista. Mesmo sabendo que sairia da empresa, não gostou que alguém tomasse o seu lugar e o resultado foi desastroso. Eu aprendendo a arte de chefiar por alguém que não queria que eu tomasse o seu lugar, ou seja, o que ele sabia deixou de ter valor porque não soube ensinar.

Certa vez, ao término de uma cadeira na faculdade, um aluno me aborda e perguntou como estava o ?nosso? trabalho, que deveria ser entregue nos próximos dias. Respondi que ele não estava fazendo trabalho algum comigo e que, em via de regra, eu o fazia sozinho. Além de não gostar, porque tentou pegar carona no meu trabalho, tentou denegrir a minha pessoa junto à classe.

Voltando a realidade atual, quantas vezes uma equipe de venda, ao cumprir a cota, não recebe os cumprimentos pela realização, os quais foram enviados pela direção ou, a direção não os dá? Quantas vezes, além das nossas atividades, realizamos outras e ao sermos reconhecidos, outros se apropriam do feito?

Eu poderia citar milhares de casos de colegas que ao realizarem um trabalho, não tiveram os méritos do feito, mas isto eu deixo a cargo da consciência destes que, em nada fazendo, pegam carona com os que realmente fazem, quando não se apropriam do que já foi feito.

Aos que fazem seus trabalhos, peço que continuem fazendo-os, porque se nós fizermos a nossa parte, o resto é conseqüência e o reconhecimento daqueles que nada fazem, o próprio mercado se encarregará de deixá-los à margem da evolução. Fazendo a nossa parte, o principal está feito.

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