Para o próximo ano,a evidência para a solução para o spam e outras questões referentes a email serão solucionadas de forma econômica e não com tecnologia. De forma simples: os responsáveis por trafegar e entregar email estão prontos para cobrar “pedágio”. Seja cuidadoso com suas expectativas quando elas têm a ver com o uso do email. As evidências estão se consolidando no sentido de que neste mesmo período, no ano que vem, a solução para o spam e outras questões referentes a email serão solucionadas de forma econômica e não com tecnologia. De forma simples: os responsáveis por trafegar e entregar email estão prontos para cobrar “pedágio”.
“As pessoas estão realmente preocupadas com isso e eu tenho a mais alta expectativa de que em um ano as empresas terão de pagar para usar um ISP (Provedor de Serviços de Internet) para enviar materiais”, diz Sonia Arrison, Analista de Pesquisas da Pacific Research Institute, com sede em San Francisco. “Bill Gates disse recentemente que o problema do spam seria solucionado em dois anos. Eu acho que ele está sendo conservador. Tudo aponta para uma solução econômica porque a tecnologia não tem funcionado”.
Arrison é a autora de um relatório recente chamado “Enlatando o Spam: Uma Solução Econômica para o Email Não Solicitado” (“Canning Spam: An Economic Solution to Unwanted Email”). Ela afirma que o spam prolifera porque é grátis e que, por isso, torná-lo um serviço pago seria a melhor solução para acabar com ele. O discurso de Gates a que ela se refere foi realizado no Fórum Mundial Econômico de primeiro de fevereiro em Davos, na Suíça. Gates disse à audiência que o problema do spam seria solucionado em dois anos pelas soluções de tecnologia. A Microsoft relatou que está pronta para lançar um plug-in para sua plataforma Outlook, que permitiria aos usuários cobrar das pessoas que não conhecem por lhes enviarem email. O Yahoo!, de acordo com fontes, está pronto para realizar testes da versão beta de seu sistema chamado Goodmail. Ele demandaria das empresas que enviam muito email que pagassem uma taxa de postagem que seria inserida no cabeçalho de cada mensagem.
Todos esses sistemas têm estado em discussão por mais de um ano. Mas agora, depois das últimas semanas, eles foram colocados na linha de frente. Para os “spammers” (empresas que realizam spam), isso deverá significar o começo do fim, porque o preço de cada postagem arruinará o resultado para a maioria dos spams e em todos os casos, o símbolo de postagem no cabeçalho separará claramente o spam do grupo de mensagens de email genuínas, o que afetará diretamente as taxas de abertura do email.
Mas para os praticantes do bom email a situação é muito mais complicada. Muitas empresas gastaram dinheiro e esforços para desenvolver veículos de comunicação por email como uma estratégia para manter um bom relacionamento com seus clientes, e agora a tática está sendo atacada por todos os lados. Primeiro vem uma enxurrada de email. Depois o spam. Então se define um clima de dura regulamentação. Agora, um método muito eficaz de manter e desenvolver clientes deverá ser afetado por custos não planejados.
Ao mesmo tempo em que admitimos que as complicações em torno do email são “frustrantes” hoje em dia, Kevin Johnson, Vice-Presidente Sênior de Produtos e Marketing para o fornecedor de soluções em email Digital Impact, diz que as mudanças tornarão o email mais eficiente para os legítimos profissionais de marketing. Johnson não descarta a tecnologia como solução. Mas ele acredita que um pedágio pode reduzir o volume de spam e incrementar o retorno das campanhas com base em permissão.
“Você poderia argumentar que isso criará um ambiente melhor para email com base em permissão”, ele diz. “Mas agora as empresas têm de fortalecer sua permissão. Quando interagem com o cliente têm de deixar muito claro quando ele será contatado e com que freqüência. A relevância da oferta e a força da comunicação são essenciais”.
Um dos desdobramentos mais importantes para serem avaliados é a nova competitividade entre os fornecedores de serviços de email. Por exemplo, se uma nova estrutura econômica surge rapidamente, como o Yahoo! competiria com a Microsoft e a AOL? Como se comparariam suas taxas de envio em massa de email? Johnson acredita que uma nova classe de sistemas de correio eletrônico se desenvolverá, da mesma forma que ocorreu com o correio físico. “Só que agora”, diz ele, “as empresas que cuidam do tráfego de email passaram a ter interesse no jogo”.
