Quanto deve durar um anĂșncio? Por Kevin Clancy e Peter Krieg, Copernicus Marketing
Pisque, tussa, espirre e vocĂȘ pode perder uma mensagem publicitĂĄria inteira na televisĂŁo ou no rĂĄdio. Novos formatos com duração de cinco, dois e atĂ© um segundo estĂŁo sendo testados por grandes anunciantes nos Estados Unidos. JĂĄ batizados de ?anuncetes? e ?piscadelas? sĂŁo, segundo o norte-americano Wall Street Journal, uma tentativa de as agĂȘncias de publicidade impedirem que as pessoas evitem as mensagens publicitĂĄrias que vĂŁo ao ar.
Não se trata mais apenas do håbito de ?zapear?, ou seja, mudar de canais enquanto o intervalo comercial estå no ar. Cada vez mais pessoas equipam seus televisores com gravadores digitais, fazendo com que eliminar os intervalos seja uma tarefa fåcil e programåvel. Os gravadores digitais de hoje reconhecem a diferença entre comerciais e programação normal, mas gravam uns poucos segundos de comerciais para evitar qualquer possibilidade de cortar partes do programa em si. Com ?anuncetes? de um ou dois segundos, o telespectador é exposto a uma mensagem inteira, querendo ou não.
Para tocar no rĂĄdio ? JĂĄ as rĂĄdios enfrentam outro problema: como a receita vinda de anĂșncios caiu muito em 2006, as rĂĄdios oferecem a anunciantes outros formatos, alĂ©m dos tradicionais 30 e 60 segundos. Por exemplo: ?mini-spots?, de no mĂĄximo cinco segundos, que vĂŁo ao ar entre uma mĂșsica e outra. Vamos ver se entendemos direito: as pessoas evitam os anĂșncios. Elas compram gravadores digitais de TV, rĂĄdio por satĂ©lite, iPods e outros para nĂŁo precisarem de aturar comerciais. EntĂŁo, a resposta Ă© enganĂĄ-las para que elas vejam e escutem uma mensagem?
Antes que os publicitĂĄrios comecem a responder ?nĂŁo Ă© bem assim…? e dourem a pĂlula, vamos considerar a eficĂĄcia dos anĂșncios de televisĂŁo e rĂĄdio, que estĂŁo despencando vertiginosamente jĂĄ hĂĄ algum tempo.
De todos os lados ? Como veĂculos de mĂdia, televisĂ”es e rĂĄdios estĂŁo saturados de mensagens. Publicidade normal, colocação de produtos nos programas, patrocĂnio de shows e de segmentos, promoçÔes, tudo ao mesmo tempo. EntĂŁo, antes mesmo de ir ao ar pela primeira vez, um anĂșncio tem chances muito pequenas de se sobressair e conseguir a atenção do prospect. E nĂŁo ajuda em nada o fato de que apenas uma minoria das mensagens que vemos e ouvimos hoje apresenta uma razĂŁo para a compra. 90% dos comerciais que vemos ou sĂŁo imagens poĂ©ticas ou uma piadinha com dois segundos de menção a uma logomarca.
Em vez de cortar o tempo e fazer um filme com ainda menos possibilidade de atrair a atenção, o pessoal de marketing deveria tentar chamar a nossa atenção comunicando algo relevante, atravĂ©s dos meios corretos. Nunca tivemos Ă disposição tantos dados detalhados sobre segmentos de mercado para nos ajudar a tomar decisĂ”es. Ligar segmentos de clientes a determinadas mĂdias de alcance mais restrito Ă© um passo na direção certa.
Se vocĂȘ duvida, pergunte a qualquer pessoa que muda de canal durante o comercial. VocĂȘ nĂŁo vai encontrar ninguĂ©m que diga que prestaria atenção nos diversos anĂșncios se eles fossem mais curtos.