Quem decide sua felicidade no trabalho?

“Ser feliz no trabalho u00e9 um direito seu, mas u00e9 tambu00e9m uma responsabilidade sua.” Tenho um grande amigo, empresário, que tem como preocupação permanente a felicidade dos seus colaboradores, em todos os níveis ? inclusive na mesma proporção da importância que dá aos resultados da sua empresa. Ele não consegue imaginar uma coisa sem a outra. Ele acha (e eu concordo em gênero, número e grau) que lucro sem compartilhamento de felicidade não é modelo de gestão: é exploração. Ele pratica, na sua empresa, a “Gestão do Bem”, tornando-a um lugar onde se trabalha feliz.

Não é novidade para ninguém que o trabalho tem sido (em muitos casos ainda é) motivo de infelicidade para muita gente. Tanto é verdade que 70% dos trabalhadores do Brasil sofrem de estresse e 30% desses estão no pior nível da doença, com tendências ao suicídio, conforme dado divulgado pela International Stress Management Association.

Existem muitas empresas que desenvolvem e implantam programas e práticas voltadas para o bem-estar dos seus colaboradores. Empresas que levam muito a sério a questão do respeito à auto-estima das pessoas e que dão grande importância à qualidade do clima interno das suas organizações, com ênfase para a alegria, a afetividade e a qualidade de vida dos funcionários e seus familiares. Ao mesmo tempo, estimulam o gosto pelo estudo, pela arte, pelo esporte e pelo desenvolvimento pessoal e profissional da turma. E tudo isso sem comprometer o lucro e a remuneração dos acionistas.

Esses empresários fazem mágica? Nada disso! Apenas sabem que as empresas hoje precisam ter consciência de que as pessoas são feitas de corpo, mente, emoções e espírito. E que, por isso mesmo, não podem mais ser vistas como coisas a serem controladas e reguladas.

Para mim, parece óbvio que a felicidade não é obtida pela informação nem pelo conhecimento. Por isso mesmo não há MBAs, mestrados ou doutorados nessa matéria. A felicidade é internalizada através de percepções e sentimentos. Ninguém sabe que é feliz, mas sente que o é.

O que estou querendo dizer é que, mesmo que os estímulos geradores da felicidade sejam externos, o processo que conduz à autopercepção da mesma é exclusivamente interno. Dependem da sua receptividade para se tornarem efetivos.

Eis o resumo do que quero dizer: ser feliz no trabalho é um direito seu, mas é também uma responsabilidade sua. Claro que um líder de verdade pode contribuir (e muito) para que você se sinta feliz no trabalho. Eu disse um líder de verdade! Não me refiro aos que são chamados de ?líderes? por força do cargo, equívoco que muita gente boa comete.

Como disse o médico austríaco Wilhelm Reich, o criador da Bioenergética, o primeiro passo para escaparmos de uma armadilha é reconhecer que estamos numa. Profissionalmente, você pode estar numa armadilha que não agrega felicidade à sua vida. A culpa pode ser da empresa ou do seu chefe, mas a responsabilidade de escapar dela é sua. Com calma, bom senso, planejamento, ética e profissionalismo, mas com determinação. Pense a respeito! Veja o que dá para fazer para mudar o cenário. E tente! E tente outra vez. Mas não esqueça de que há um limite além do qual a paciência deixa de ser virtude.

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