NĂŁo credite a ninguĂ©m os mĂ©ritos ou demĂ©ritos de vocĂȘ ter conseguido, ou nĂŁo, ter enriquecido. Se vocĂȘ realmente se dedicar ao estudo e Ă prĂĄtica da profissĂŁo de Vendas, com toda certeza, ficarĂĄ rico e o mĂ©rito serĂĄ todo seu, ou pelo menos 99% seu. Apenas o 1% restante poderĂĄ ser creditado a outras pessoas.
Ă muito difĂcil ajudar alguĂ©m que nĂŁo quer ser ajudado. Nem vocĂȘ mesmo conseguirĂĄ se ajudar se chegar Ă conclusĂŁo de que nĂŁo precisa – ou nĂŁo quer. Portanto, assuma os mĂ©ritos e os demĂ©ritos de sua obra, pois ela Ă© quase integralmente sua.
Por favor, pergunte a si mesmo: “Quantas vezes eu deixo que outra pessoa me engane?”. Tenho absoluta certeza de que vocĂȘ respondeu: “Basta uma. NinguĂ©m me engana duas vezes.” Raciocine agora sobre essa questĂŁo e pergunte-se novamente: “Quantas vezes jĂĄ enganei a mim mesmo?” Pense. Com toda a certeza, vocĂȘ nĂŁo sabe a resposta, mas isso jĂĄ aconteceu “um montĂŁo de vezes.” Ă exatamente disso que estamos falando: vocĂȘ precisa tomar muito mais cuidado consigo mesmo do que com os outros, pois Ă© da natureza humana nos enganarmos muito mais vezes do que deixamos os outros nos enganar. Por isso, seus sucessos ou insucessos tĂȘm de ser creditados muito mais a vocĂȘ do que a qualquer outra pessoa.
Assumir essa postura Ă© desmistificar e, sobretudo, desmontar um esquema de autodefesa que grande parte das pessoas vive criando e usando. NĂŁo atribua a culpa aos clientes, ao chefe, aos concorrentes, a quem quer que seja. Isso nĂŁo funciona e, o que Ă© pior, sĂł serve para mentirmos e enganarmos a nĂłs mesmos, sem nenhum resultado positivo.
O filĂłsofo e pensador Jean-Paul Sartre deixou-nos, entre outras preciosidades, o seguinte raciocĂnio: “O Homem Ă© o Ășnico ser condenado Ă liberdade.” (O grifo Ă© nosso). Veja: vocĂȘ estĂĄ condenado Ă liberdade e, portanto, tem todo o poder de fazer de si o que bem entender. NinguĂ©m poderĂĄ impedi-lo – nem Deus, pois Ele nos dotou de livre-arbĂtrio, ou seja, de liberdade.
Usando o raciocĂnio de Sartre, eu lhe digo: “VocĂȘ estĂĄ condenado a ser seu chefe”. E Ă© exatamente isso o que acontece. Somos nosso prĂłprio chefe e decidimos, a todo instante, tudo o que entendemos que devemos ou nĂŁo fazer. VocĂȘ pode ser um campeĂŁo? Pode. VocĂȘ pode ser apenas mais um? Pode. Logo, nĂŁo hĂĄ como nĂŁo assumir que o responsĂĄvel maior por nossos sucessos e insucessos somos nĂłs mesmos.
Espero que tenha ficado muito claro e transparente que sĂł depois de nĂłs vĂȘm os outros. SĂł entĂŁo poderemos encontrar, durante a vida, algumas poucas pessoas que realmente nos ajudam. E o mais interessante nesse processo Ă© que, em geral, a ajuda vem de onde menos esperamos. O contrĂĄrio tambĂ©m Ă© verdadeiro: de onde esperamos ajuda, muitas vezes nĂŁo vem absolutamente nada.
Quem Ă© que mais nos ajuda? Aqueles que nos apontam os erros que cometemos e nĂŁo os que apenas nos elogiam. Acontece que nenhum de nĂłs gosta de receber crĂticas e menos ainda dos que nos criticam. No entanto, sĂŁo esses que, embora nĂŁo pareçam nada agradĂĄveis, mais nos ajudam.
Quem Ă© que mais nos ajuda? Aqueles que nos apontam os erros que cometemos e nĂŁo os que apenas nos elogiam…
Ă preciso fazer um enorme esforço para nĂŁo nos aborrecermos quando recebemos crĂticas, porque isso sempre nos desagrada profundamente. NĂŁo se culpe por isso: atĂ© hoje nĂŁo encontrei uma Ășnica pessoa que aceitasse de maneira simpĂĄtica e calma ser criticada. Pode ser atĂ© que alguĂ©m assim exista, mas nĂŁo tive ainda o prazer de conhecĂȘ-la. HĂĄ alguns poucos que dizem ser capazes de receber crĂticas sem se aborrecer profundamente. AtĂ© agora, porĂ©m, sĂł ouvi esse discurso, porque na prĂĄtica a teoria tem sido totalmente outra. Ă preciso ter paciĂȘncia quando se Ă© criticado e analisar, mais tarde, com calma e bom-senso, se aquela crĂtica nĂŁo era realmente vĂĄlida. Se concluirmos que sim, devemos aceitĂĄ-la e, principalmente, aproveitĂĄ-la para realizar as mudanças necessĂĄrias.
Repito: isso nĂŁo Ă© nem nunca foi fĂĄcil, mas Ă© imprescindĂvel fazer porque, alĂ©m de nĂłs, quem pode nos ajudar sĂŁo exatamente as pessoas de que normalmente nos afastamos porque nos criticaram. Quem pode ajudar ou atrapalhar vocĂȘ a ficar rico? Em primeiro lugar, vocĂȘ. Depois, muito depois, quem nos critica.