Receita de sucesso: amor à profissão

Farmacêutico que não gosta de ser chamado de empresário conta como superou dificuldades e tornou sua drogaria um sucesso. Em 1994 os moradores da cidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, estado do Rio de Janeiro, não entenderam quando viram o letreiro que dizia apenas ?Drogaria Galanti?, e duas pequenas portas abertas. Com apenas quatro funcionários (o dono, sua esposa e mais dois atendentes), o farmacêutico italiano doutor Franco Galanti abria sua primeira loja no Brasil.

O começo foi muito difícil, pois a concepção de drogaria aqui é diferente da italiana (que não permite a concorrência de preços e somente farmacêuticos podem abrir uma farmácia). ?Não entendia quando as pessoas entravam na loja, perguntavam o preço e diziam que voltariam se o meu fosse mais em conta. Na Itália, variação de preços é proibido por lei. Lá, nós fidelizamos o cliente pelo bom atendimento e variedade dos produtos. Aqui, o mais importante é o valor e é difícil a competição quando se é pequeno?, conta o doutor.

A conquista do território Apesar das dificuldades, Franco não desanimou e continuou apostando em tudo que sempre fez na Itália (foram 30 anos de trabalho na Sicília). E assim, a Drogaria Galanti foi conquistando a simpatia das pessoas que perceberam a diferença na maneira como eram recebidas, independentemente se lá comprassem ou não. O grande diferencial desta drogaria, então, foi atendimento personalizado e respeito ao consumidor. Em 2001, já entendendo melhor o mercado brasileiro, Galanti abriu sua primeira filial em Nova Iguaçu. No ano seguinte, abriu a segunda filial no outro lado da cidade. ?Mesmo tendo entrega em domicílio, muitas pessoas pediam para eu abrir uma filial perto delas. Aceitei o desafio e deu certo?, comenta Franco.

A paixão pela profissão Uma vez, quando Galanti deu uma entrevista para um jornal de grande circulação no Rio de Janeiro, a repórter perguntou como estava o mercado para os empresários de farmácias e pôde constatar o diferencial da paixão do empresário. ?Eu respondi a ela que o farmacêutico que vira empresário deixa de lado o verdadeiro valor da profissão. É verdade que trabalhamos para ganhar dinheiro, mas na área de saúde não se pode colocar isso em primeiro plano, e sim o bem estar do cidadão. E para atender bem meus clientes, só trabalho com laboratórios confiáveis?, enfatizou.

A formação de uma grande família Em 2003 a rede expandiu para Petrópolis. A cidade já tem duas lojas no centro. A Galanti também abriu, em outubro do ano passado, a filial Nilópolis, que já conquistou o público ? é só constatar o número de clientes que circulam por lá.

A Drogaria Galanti atualmente tem 250 funcionários e recebe em média mil currículos por mês. Segundo Adriana Alves, responsável pela contratação, tanta procura é resultado do trabalho realizado com a equipe. ?Quando contratamos alguém, preferimos pessoas sem experiência. Queremos passar a filosofia da Galanti e, ao mesmo tempo, dar oportunidade a quem nunca teve um emprego. Procuramos formar uma família?, conclui. Em dezembro, a Galanti chegou à cidade do Rio de Janeiro, em Madureira. ?Para nós, o importante não é só crescer mas também manter a qualidade dos nossos serviços?, completa o doutor Galanti.

Frases: ?É preciso antes de tudo saber liderar com humildade e respeitar os subordinados. Uma equipe feliz produz muito mais do que funcionários oprimidos. Para comandar não é necessário ofender ou pisar em alguém. Pelo contrário, com amor e simpatia tudo vai bem?

?Mesmo se fosse uma só Drogaria Galanti seria ?a? drogaria, pois faço meu trabalho com muita dedicação.

A drogaria para mim não é um meio de ganhar dinheiro, mas sim um prazer. É minha vida?

?As pessoas gostam de ser bem recebidas. Eu não volto em um lugar no qual não fui bem tratado. Eu gosto de atenção, as pessoas gostam de atenção. Então, procuro fazer o melhor?

?Sou mesmo muito ?coruja?, como se diz aqui no Brasil. Acompanho tudo dentro da drogaria. Não quero que a Galanti se transforme em apenas mais uma farmácia. A Galanti tem alma, a minha alma?

Esta matéria contou com a colaboração de Beth de Oliveira.

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