Representantes comercias X Core

O autor Oscar Schild faz um protesto, exigindo um Conselho dos Representantes Comerciais que faça sua parte e não seja um simples arrecadador de contribuições obrigatórias. Confira! Dia desses, perdi a compostura e resolvi criar uma guerra contra o Core (Conselho dos Representantes Comerciais), por diversos motivos. O que me levou a escrever foi o valor da contribuição obrigatória, que conforme o valor pago em janeiro de 2005, teve o estupendo aumento de 9,72%, enquanto o IGP-M de 2005 foi de menos de 2%, ou seja, um abuso contra a já sofrida categoria dos representantes comerciais.

No mesmo momento do recebimento da guia de pagamento da anuidade de 2006, fiz uma carta e a enviei por e-mail, mas eles estão em férias coletivas e talvez respondam.

Com este texto, estou convocando todos os representantes comerciais a tomarem uma posição contra esse órgão, que, para mim, nada tem de valor a acrescentar à minha profissão. Aqui no Rio Grande do Sul, o Core estava com intervenção, devido a irregularidades (alguém sabe quais?), desde o primeiro trimestre de 2002 e demorou mais de dois anos para identificá-las e saná-las, tendo um interventor de outro estado às custas das nossas contribuições obrigatórias. Agora, na guia, consta que temos um novo Core, que criará novas delegacias no interior, com cursos (?) de formação profissional, aperfeiçoamento e atualização na metodologia de vendas. Mas fica outra duvida: o Core é uma escola ou um órgão fiscalizador e arrecadador?

Não entendo mais nada, a função do Core é a de regulamentar a profissão de representante comercial, exigindo desses profissionais o registro como tal e, concomitantemente, cobrando das empresas que os contratam a exigência desse registro e dos pagamentos das anuidades. Mas isso não acontece, canso de ver vendedores e representantes comerciais atuando sem o devido registro em empresas que comercializam produtos. O Core está preocupado em treinamento?

Por favor, deixe os treinamentos e a capacitação para as empresas do ramo e façam o que realmente deve ser feito:

    · Fiscalizar as empresas que contratam vendedores e representantes sem o registro.

    · Fiscalizar o que as empresas fazem com os representantes no que tange aos descontos em comissão de duplicatas pagas enquanto não existe mais a cláusula de del credere.

    · Fiscalizar as empresas que não pagam em dia as comissões sobre as vendas, quando os pedidos não são atendidos e não são informados, como determina as leis que regem a categoria.

    · Fiscalizar as empresas que não pagam as comissões sobre as vendas, cujos pagamentos das duplicatas foram feitos através de advogado e/ou cobrança judicial. Mesmo que haja atraso no pagamento, o mesmo ocorreu e faz jus ao recebimento das comissões, uma vez que foram gastas quantias, visitas e foi feita uma venda.

    · Fiscalizar os vendedores e os representantes que não se registraram como tal, o que aumentará em muito a arrecadação e baixará o valor imposto.

Poderia ficar enumerando diversos itens que considero da alçada do CORE, mas ter a preocupação em criar cursos de vendas e de capacitação é um tema acessório e que, após uma intervenção caríssima (ou o interventor fez de graça?), deveria ficar delegado a planos futuros e com a participação de todos os registrados.

Queremos

    · Um Core atuante, que nos proteja das injustiças que sofremos com as empresas que representamos.

    · Que consiga a isenção dos impostos (IPI e ICMS) para a aquisição da nossa ferramenta de trabalho ? veículos ? como os taxistas têm há anos. O que eles têm de diferente de nós? Prestam um serviço como nós prestamos. Aliás, há uma lei em aprovação que determinará a isenção desses impostos aos oficiais de justiça, que além de receberem para as diligências de intimação das partes, terão a regalia de comprar, a cada dois anos, um carro novo. E nós nada!

    · Que consiga o enquadramento no simples, ao invés de pagarmos esta barbaridade de impostos, que comprometem, junto com o IAPAS, mais de 25% da comissão bruta recebida. Eu mesmo pago 900 reais a título de IAPAS para ter uma aposentadoria mínima, com um atendimento precário na parte da saúde, mais a Unimed, que somados resultam dois mil reais. Tenho de pagar Unimed, porque o governo que me cobra nada faz.

    · Que cobre um valor menor, porque quando preciso de novos representantes, eles desistem. Além do alto valor anual, há o do registro e agora criaram a bitributação, ou seja, tanto o sócio como a empresa têm de pagar o Core, enquanto não existe atividade sem ambas as partes. Isso é abuso, ou seja, querem arrecadar mais.

Não consigo entender como querem matar a galinha dos ovos de ouro, enquanto deveriam utilizar parte dos ovos. Imagine se todos os representantes parassem de pagar o Core, o que aconteceria:

    · Milhares de ações de cobrança, mas, antes, o Core quebraria, porque não teria dinheiro para o pagamento dos seus dirigentes e dos funcionários, afinal, o governo federal, que embolsa parte do valor que pagamos, não colocaria dinheiro nos conselhos de todos os estados. E aí inventariam novo conselho, pois o que mais se vê na atual administração pública é a criação de novas secretarias, agências e ministérios, com milhares de CCs (cargo em confiança).

Urge que todos os representantes se unam e reclamem, proliferando por todos os cantos a insatisfação sobre o alto valor exigido, pela dupla cobrança que foi criada a partir de 2002, da real atividade que o Core deveria ter perante as empresas e os que atuam sem o registro, do nosso enquadramento junto ao simples, da isenção dos impostos para a aquisição da nossa ferramenta-mor e não, como aqui no Rio Grande do Sul, de criar cursos.

Primeiro, agir como Core e depois sim, como conseqüência, estender benefícios a essa classe, que dia a dia vê seus ganhos diminuírem, recebendo de presente o aumento dos impostos, os combustíveis sempre em alta, as estradas esburacadas, a ganância dos pedágios, a elevada tributação federal e municipal (ISSQN), entre outros.

Não preciso que alguém me diga como vender, mas sim que alguém fiscalize como vendo e como recebo (empresas). Treinamento, eu faço junto àquelas empresas que adotam o sistema Kairyo (melhorias contínuas com gastos), com o meu próprio investimento junto às centenas de empresas que treinam, capacitam, motivam que existem nos quatro campos do Brasil.

Quero, não! Exijo um Core que faça sua parte e que não seja arrecadador sem fiscalizar o que realmente acontece.

Vamos todos, unidos, reclamar, enviando milhares de e-mails aos Cores do Brasil cobrando uma posição. Se não adiantar, todos devemos deixar de pagar a anuidade e, aí sim, seremos ouvidos, atendidos, porque, morrendo a galinha dos ovos de ouro, morre o ganho de muitos, que mesmo sendo representantes comerciais (diretoria), ao terem poder, nada fazem de concreto à classe.

Quero vender e receber uma comissão digna, que possa pagar as despesas que eu tenho para a venda, com sobra para o sustento da minha família e para poder manter e renovar minhas ferramentas de trabalho.

O Brasil pára, se não existirem mais vendedores e representantes. Não agüento mais greve de funcionários públicos, principalmente em serviços essenciais, que atrapalham o desenvolvimento do Brasil. Se eles podem fazer, imagine o que aconteceria, em cadeia, se todos os vendedores e representantes parassem de vender?

Eu queria ver a cara do fiscal da receita que, em greve, não liberou os contêineres com os produtos que preciso vender, ao entrar em uma padaria e, como o padeiro não pôde comprar, ele teria de dar meia-volta, sem levar o seu leite e o seu pão. Eu poderia ficar enumerando diversas classes que, quando resolvem fazer greve (mesmo que justa), prejudicam a nós, representantes comerciais. Também, como ficariam as indústrias e as empresas sem ter sua força de vendas?

Bem, poderia ficar escrevendo mais, mas dei o primeiro passo. Agora cabe a vocês, vendedores e representantes comerciais, fazerem a sua parte.

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