ResistĂȘncias? Sem problemas

Chame-a vocĂȘ de objeção, medo de comprar ou resistĂȘncia, Ă© tudo a mesma coisa: um passo a ser dado na maioria das suas vendas. Tim Connor, do Connor Resource Group, diz que, se vocĂȘ realmente conseguir compreender isto, seu desafio serĂĄ:

>>> Ver as resistĂȘncias como uma ferramenta positiva de vendas.

>>> Desenvolver um novo paradigma sobre as resistĂȘncias.

>>> Descobrir com quais objeçÔes vocĂȘ tem mais dificuldades de lidar.

>>> Montar estratégias para desarmar objeçÔes antes delas surgirem.

>>> Desenvolver uma filosofia de trabalho para lidar com as resistĂȘncias.

ObjeçÔes em vendas sĂŁo supercomuns. É impossĂ­vel para qualquer empresa produzir, distribuir ou oferecer produtos e serviços que satisfaçam as vontades, os desejos, as expectativas e os preconceitos de 150 milhĂ”es de brasileiros. Imagine o que aconteceria se a sua empresa pudesse satisfazer as demandas e desejos de cada cliente para questĂ”es como cor, estilo, preço, especificaçÔes, canais de distribuição, tamanho, modo de pagamento, etc. Seria simplesmente impossĂ­vel: nĂŁo existiria design, a produção seria artesanal, os estoques teriam que ser imensos e a distribuição seria um pesadelo.

Mais cedo ou mais tarde, todos os prospects devem contentar-se com menos – o que nĂŁo significa que fiquem insatisfeitos. Como Ă© que um prospect determina quais sĂŁo todas as suas opçÔes? Fazendo perguntas: ””””DĂĄ para entregar amanhĂŁ? VocĂȘ tem verde? Ele vem com isso ou aquilo?”””” Mas a maioria dos prospects nĂŁo pergunta assim, abertamente. Eles acham que, se fizerem isso, vĂŁo parecer interessados demais – e o que vendedor vai acabar aproveitando-se disso. EntĂŁo o que Ă© que fazem? Transformam essas perguntas em objeçÔes, ou o que Connor chama de resistĂȘncias.

Atitude Ă© importante

O profissional de vendas tem a opção de ver a objeção como algo negativo a ser superado, ou como um pedido por mais informaçÔes.

Qual Ă© a sua atitude em relação Ă s resistĂȘncias dos clientes? VocĂȘ as vĂȘ como o pessoal da ””””velha guarda”””” em Vendas vĂȘ, como uma objeção que deve ser superada? Ou como um pedido de mais informaçÔes?

Sua resposta Ă© importante por causa destes fatos:

1. Os tipos de resistĂȘncias que vocĂȘ acha mais difĂ­ceis sĂŁo justamente aqueles pontos de maior consistĂȘncia com seu prĂłprio sistema de valores.

2. VocĂȘ precisa da resistĂȘncia para ter certeza que seus prospects estĂŁo comprando aquilo que realmente querem e/ou precisam

3. ResistĂȘncias em vendas nĂŁo sĂŁo positivas ou negativas, mas neutras.

4. A resistĂȘncia dos prospects variarĂĄ dependendo de suas percepçÔes, atitudes, desejos, necessidades e interesses individuais.

O que todo prospect quer ao comprar Ă© fazer com que vocĂȘ atenda o mĂĄximo possĂ­vel Ă s suas expectativas. A melhor maneira de fazer isto Ă© criando objeçÔes, esperando que vocĂȘ ofereça alternativas que assemelhem-se o mĂĄximo possĂ­vel com idĂ©ia que jĂĄ tinham.

Logo, resistĂȘncias em vendas podem ser vistas assim:

>>> Um pedido de mais informaçÔes.

>>> Um sinal de interesse.

>>> Um método que os prospects usam para eliminar coisas que não podem comprar.

>>> Um breque para conseguir mais tempo.

>>> Uma predisposição inconsciente de ser flexível.

Segundo Connor, o método padrão para lidar com objeçÔes é mais ou menos o seguinte:

a) Ouça a objeção.

b) Confirme a objeção.

c) Isole a objeção.

d) Teste a objeção.

e) Responda a objeção.

f) Confirme a aceitação da sua resposta.

g) Feche a venda ou continue sua apresentação.

Connor diz que ele nunca aceitou completamente essa metodologia. Talvez tenha funcionado antes, mas no mundo complicado, dinĂąmico e sofisticado como o de hoje, dificilmente trarĂĄ bons resultados.

Comece a vender cedo

A melhor alternativa parece ser desarmar as objeçÔes potenciais antes que elas surjam. Isso requer que vocĂȘ descubra quais sĂŁo as objeçÔes, o que Ă© melhor feito na etapa inicial de qualificação. A Ășltima coisa que vocĂȘ quer que aconteça, depois de fazer uma apresentação maravilhosa, Ă© ter que lidar com uma objeção atrĂĄs da outra, enquanto vocĂȘ tenta desesperadamente fechar.

Essa nĂŁo Ă© uma maneira eficaz de vender, indicando falta de compreensĂŁo da psicologia de comprar e vender.

Existem 2 maneiras de lidar com resistĂȘncias:

I. O prospect levanta uma objeção, pergunta, ou resiste de alguma maneira, e vocĂȘ Ă© obrigado a superar, responder ou defender.

II. VocĂȘ traz Ă  tona perguntas e objeçÔes potenciais.

Tim Connor acha que a vantagem do segundo mĂ©todo Ă© que Ă© vocĂȘ que estĂĄ no controle da coisa. Quando o prospect levanta uma objeção, ou faz uma pergunta, vocĂȘ tem a opção de respondĂȘ-la imediatamente, ou deixĂĄ-la para mais tarde. Se vocĂȘ responder na hora, pode perder o controle da apresentação. Se vocĂȘ deixar para depois, o cliente pode achar que vocĂȘ estĂĄ fugindo do assunto, reafirmando na cabeça do comprador sentimentos de medo, preocupação ou incerteza.

Vejamos um exemplo. Digamos que, 9 vezes em 10, seu preço Ă© questionado por estar ””””alto demais””””. (Lembre-se que resistĂȘncias ao preço estĂŁo relacionadas ao valor percebido. Se o valor for percebido como baixo, nĂŁo interessa o preço – ele sempre vai estar alto). VocĂȘ tem uma escolha. VocĂȘ pode esperar que o prospect fale ””””estĂĄ caro!””””, ou vocĂȘ pode preparĂĄ-lo para um preço mais alto reforçando as diferenças em qualidade, confiança, reputação e serviços. Resista a tendĂȘncia de evitar estas ĂĄreas (sendo que vocĂȘ terĂĄ que lidar com elas mais cedo ou mais tarde), e comece a vender cedo no processo.

Lidando com resistĂȘncias ao preço

A resistĂȘncia ao preço tambĂ©m gira em função do seu mĂ©todo de prospecção, posicionamento mercadolĂłgico, reputação, propaganda, marketing e, como jĂĄ vimos, as percepçÔes do prospect. VocĂȘ nĂŁo pode controlar as percepçÔes de todo mundo, mas pode assegurar-se de nĂŁo contribuir para resistĂȘncias extras prospectando da maneira errada, fazendo um marketing inconsistente ou atravĂ©s de uma reputação de baixa qualidade e mau atendimento.

Quanto pior seu mĂ©todo de prospecção, maiores as objeçÔes e as resistĂȘncias – e mais cedo elas ocorrerĂŁo no processo da venda. NĂŁo vamos lidar com todos os tipos de objeçÔes neste artigo mas, continuando a sĂ©rie de textos sobre este assunto, esta semana veremos mais alguns detalhes em relação ao problema mais comum entre a maioria dos vendedores: preço.

Primeiro, existe uma diferença entre preço e custo. Preço Ă© o que vocĂȘ paga por alguma coisa. Custo Ă© o que custa usĂĄ-lo, tĂȘ-lo ou trocĂĄ-lo, caso necessĂĄrio. Vamos ilustrar o caso para entender melhor. VocĂȘ compra uma camisa nova por R$ 25. Em trĂȘs meses todos os botĂ”es caĂ­ram e vocĂȘ precisa colocĂĄ-los novamente, as mangas encolheram e o colarinho estĂĄ todo enrugado. EntĂŁo vocĂȘ doa a camisa para uma instituição de caridade e compra outra pelo mesmo preço. Em trĂȘs meses acontece a mesma coisa de novo. VocĂȘ a joga no lixo e compra outra. Outra opção seria vocĂȘ ter comprado uma camisa de melhor qualidade por R$ 75 – sendo que ela provavelmente duraria para a vida inteira. Isso sem contar o tempo e a energia gastos indo comprar camisas a cada 3 meses.

Segundo, todos os assuntos ligados a preço e custo sĂŁo de percepção. O que Ă© caro para mim pode nĂŁo ser para vocĂȘ. O que Ă© barato para mim pode nĂŁo ser tambĂ©m para vocĂȘ. Existe algo mais aqui do que simplesmente preço e custo. Existem preconceitos, opiniĂ”es, expectativas e julgamentos. É um erro achar que um prospect vai achar o preço caro sĂł porque ””””todo mundo acha””””. Da mesma forma tambĂ©m estĂĄ errado achar que o prospect vai achar barato, sĂł porque vocĂȘ pensa assim.

Quando vocĂȘ encontrar algum tipo de resistĂȘncia em vendas, incluindo preço, a chave Ă© reconhecer que todos nĂłs achamos que estamos certos. NĂŁo tente fazer alguĂ©m mudar de idĂ©ia, Ă© frustrante demais. É muito mais eficaz voltar a vender valor e benefĂ­cios, enfatizando o motivo de compra dominante e principal do cliente.

 

Na prĂłxima semana continuaremos o assunto, com a parte II deste artigo e o ponto de vista do expert Tim Connor.

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