Segurança e constrangimento no comércio

Preparar-se e garantir o melhor possível à própria segurança é um direito incontestável. Mas ocorre um fato desastroso na rotina de alguns comércios, ultrapassando a noção de se proteger. Variados comércios têm se preocupado com a sua segurança e, mediante os fatos criminosos que ocorrem com freqüência, providências foram tomadas nesse sentido. Em alguns lugares existem vigilantes que fazem ronda nas imediações dos estabelecimentos, sistemas de alarme são instalados, espelhos e câmeras localizadas estrategicamente dentro das lojas ajudam a observar e controlar, detectores nas portas de acesso acusam a saída irregular de produtos. O uso da tecnologia ganhou vulto na prevenção e no combate ao crime contra o comércio. Não obstante, ousados ladrões atravessam todo o aparato de segurança como se ele não existisse, e roubam o que lhes convêm. Embora o esforço realizado para se ter segurança seja frustrado ocasionalmente, vale a pena reduzir as chances de sofrer ainda mais e experimentar situações tão tristes e marcantes.

Preparar-se e garantir o melhor possível à própria segurança é um direito incontestável. Porém ocorre um fato desastroso na rotina de alguns comércios, ultrapassando, em muito, essa noção de se proteger. É que, além da tecnologia, existe a observação direta realizada por algum funcionário, que é instruído a vigiar os consumidores que circulam no interior da loja. O ponto alto dessa situação diz respeito ao mal-estar que isso causa em quem é observado, cuja sensação decorrente é a de ser suspeito de roubo. As pessoas percebem e o constrangimento lhes abate fatalmente. Cria-se o desestímulo às compras. Ou seja, ganha-se de um lado com a vigilância acentuada, porém, perde-se de outro, e o mais importante na vida comercial, a venda. Alguns desistem e saem da loja indignados ao passar por tal humilhação. O temor é maior do que os objetivos de venda.

O comerciante responsável pela administração de seu negócio precisa ter cuidado e agir com bom senso. De nada adianta se preparar e ao mesmo tempo afugentar o cliente. Colocar ?espiões? para controlar os consumidores não é nada atraente. Num relato de uma senhora que visitou um estabelecimento nessas condições inadequadas de atendimento, ficou evidente que, pelos corredores em que transitava, observando e pesquisando certos produtos, acompanhava-lhe, a meia distância, uma atendente. Essa funcionária ficava na ponta da gôndola expositora, mantendo-se calada o tempo todo. Em determinado momento a senhora, que já se encontrava constrangida e com raiva do que sentia, não agüentou e queixou-se ao proprietário. Ele tentou explicar que a atendente estava apenas de prontidão, no caso de necessidade. A senhora respondeu-lhe que em momento algum a moça lhe ofereceu sequer uma oferta de amparo. O triste resumo desse acontecimento foi a senhora ter saído sem comprar nada, além de manter consigo a irritante experiência vivida, levando-a a fazer, com empenhado vigor, uma propaganda negativa daquela loja aos seus conhecidos.

Ganha-se com a segurança mal realizada e perde-se com a fuga do consumidor constrangido e a sua divulgação desestimulante para terceiros. O comerciante deve se proteger, é claro, mas deve proteger também o espírito de venda, refletindo sobre o que é melhor para si e para o consumidor. Equilíbrio é vital nessas decisões. Proteja o seu negócio e o seu consumidor.

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