Sem medo de perder o emprego

Liderança compartilhada e uma comunicação livre, incentivada pela alta cúpula da empresa, é a origem de excelentes idéias. Planejamento estratégico, estratégias de vendas, gestão de pessoas, treinamentos, tecnologia da informação. Tudo fundamental para o bom andamento de qualquer empresa que queira entrar e permanecer no competitivo mercado atual, onde os concorrentes estão tanto ao nosso lado, como do outro lado do globo.

Porém, podemos perceber uma corrente preocupante, e que já existe desde as primeiras relações de trabalho que se tem notícia. Essa corrente diz respeito ao medo de perder o emprego, esse medo permeia o mercado sorrateiramente, em geral nas empresas mais tradicionais, as que estão, em sua grande maioria, estabilizadas e com relativo sucesso em sua trajetória.

É aí que mora o perigo. O sucesso no passado não garante o sucesso hoje e muito menos no futuro. As empresas que quiserem ter sucesso em seus negócios hoje e sempre devem estar abertas a opiniões contrárias, aos questionadores e contestadores. Não os pessimistas, mas os questionadores com embasamento, informação e dados que confirmem que a estratégia a ser implementada pela empresa não vai dar certo.

O que vemos hoje é o inverso disso. O medo de perder o emprego está presente em todos os cargos da empresa, começando nas estratégias estipuladas pela alta diretoria. Muitos que não concordam com 20% das estratégias, pensam: ?Por um ou outro detalhe, vou perder meu salário, meu carro, plano de saúde, bônus e tudo mais. Nem pensar!? Aí passam para os gerentes, que por sua vez também não concordam com 20% das estratégias estipuladas pela diretoria. E o pensamento é o mesmo, não querem perder os benefícios que recebem todo final de mês. Então chega a vez dos vendedores, operacionais e técnicos (a base da empresa) e a situação continua na mesma: 20% das estratégias não são avalizadas, mas ninguém quer perder o emprego.

Não podemos negar que todos temos família, filhos e cachorros que dependem de nós e do nosso salário no final do mês. Mas não podemos esquecer que, se concordarmos com estratégias e ações que podem estar indo contra os anseios de nossos clientes, podemos estar dando um tiro no nosso próprio pé. Por algum tempo isso até pode manter nosso emprego seguro. Mas, com o tempo, não manterá sequer a empresa segura. E aí será tarde demais para voltar atrás.

Além das ferramentas básicas para as empresas se manterem vivas e competitivas no mercado, como as citadas no primeiro parágrafo, é preciso que se incorporem à cultura organizacional características como o questionamento incessante, liderança compartilhada e uma comunicação livre e incentivada pela alta cúpula da empresa, visto que excelentes idéias, muitas vezes, poderão vir da base da corporação.

É importante destacar, que esse ?medo de perder o emprego? se refere somente quanto a aceitar tudo que vem de cima, sem questionar se agregará ou não valor aos nossos clientes. Não foi tocado no que diz respeito ao medo quanto à liderança terrorista e aniquiladora da nossa motivação. Esse tipo é, por vezes, mais nocivo tanto para nós quanto para a empresa. Se você trabalha numa empresa que possui esse tipo de liderança, fuja antes que seja tarde demais. Seu travesseiro irá agradecer com certeza.

E para você que está lendo este artigo agora e sabe que a empresa em que trabalha está fazendo alguma coisa que não levará à parte alguma, não fique quieto. Procure seu superior e exponha sua opinião. O sucesso das empresas depende de pessoas como você, que não têm medo de perder o emprego, que querem crescer e agregar valor à empresa em que trabalham para que ambos possam crescer juntos.

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