Ser e parecer tornou-se questão de sobrevivência

Quanto mais o ser e parecer estiverem sintonizados e pertinentes ao objetivo da comunicação, maior será a credibilidade daquele que transmite a mensagem. Os novos padrões éticos e de comportamento apontam que a credibilidade só se mantém quando conquistada pela confiança

A credibilidade sempre foi um atributo essencial nos mais diversos tipos de relacionamento. Podemos afirmar que uma pessoa é digna de crédito, quando ela consegue estabelecer relações interpessoais em que o outro se sente confortável em concordar ou discordar de suas idéias e escolhas. Nos últimos tempos, mais do que nunca, essa qualidade não tem se sustentado quando construída em uma comunicação com base no temor.

No dicionário Aurélio, o significado da palavra credibilidade é definido como qualidade de ser crível, acreditável. Se voltarmos esse conceito para o mundo corporativo, que exige dos profissionais uma incessante busca por mudanças, observamos novos padrões éticos e de comportamento que apontam que a credibilidade só se mantém quando conquistada pela confiança. O diálogo autêntico faz parte desse contexto e traduz que essa verdade se aplica às pessoas que se comunicam tal como elas são. Uma pessoa tem credibilidade quando seu interlocutor lhe atribui o conceito de ser e parecer verdadeira.

Devemos considerar que cada pessoa tem seus traços de personalidade. Existem os extrovertidos, os retraídos, os dinâmicos, os pacatos e por aí vai, porém, independentemente desses atributos, mesmo que uma pessoa queira vender “gato por lebre”, no decorrer de um período suas atitudes revelam o seu verdadeiro caráter. De acordo com o quadrado aristotélico existem quatro tipos de posturas que compreendem comportamentos verdadeiros, mentirosos, secretos ou falsos. Ao traçarmos a combinação entre eles teremos resultados de variáveis positivas ou negativas como ser e parecer ou não ser e não parecer.

Para melhor compreensão considere que ?ser? refere-se aos conhecimentos, habilidades e atitudes pertinentes ao contexto da interação entre duas pessoas. Quando uma pessoa se prepara para uma entrevista de emprego, por exemplo, é correto que sua roupa seja formal e todos os seus argumentos estejam focados em competências profissionais. Caso o compromisso seja em uma praia com um grupo de amigos, o comportamento não será considerado pertinente se mantiver o mesmo estilo de roupa e contexto da conversa.

Quando consideramos o ?parecer? nos referimos à interpretação do ?ser? na percepção do outro. Qual a imagem que você tem transmitido às pessoas? Sua postura e apresentação inspira confiança? Quanto mais o ?ser? e ?parecer? estiverem sintonizados e pertinentes ao objetivo da comunicação, maior será a credibilidade daquele que transmite a mensagem.

Veja como funciona a combinação entre as variáveis:

Ser e não parecer ? Você é um segredo. Muitos profissionais vivem anos a fio trabalhando em empresas ocultos em suas atividades, sem transformar seu real potencial em competências e seu conhecimento tácito em explícito. Não se destacam e não fazem diferença no ambiente, limitando seu crescimento pessoal, profissional e, inclusive, financeiro. Guardam seu conhecimento como um segredo, talvez por falta de confiança em si ou, quem sabe, por não conhecerem o próprio potencial.

Parecer e não ser ? Você é uma mentira. O profissional se encaixa no perfil ?não ser? quando suas competências estão abaixo da expectativa, mas, mesmo assim, consegue vender uma imagem melhor do que realmente é. O resultado nesse quesito é a ?mentira?. Relações interpessoais estabelecidas de acordo com essa combinação não conseguem sobreviver por muito tempo. São relações breves que se deterioram pela frustração e expectativas não atendidas. Esses profissionais até conseguem emprego “vendendo” um currículo melhor do que realmente são, porém, com o passar do tempo o empregador certamente se decepcionará, pois o resultado do trabalho não atingirá o almejado. O processo de comunicação torna-se difícil e conflitante. O término da relação é inevitável e a conclusão é que “ele parecia competente e, no entanto, mostrou-se diferente do que aparentou inicialmente. Foi uma grande mentira”.

Não parecer e não ser ? Você é uma falsidade. Existem pessoas que ?não parecem? e ?não são? competentes. Enquanto a mentira engana por algum tempo, a falsidade é denunciada imediatamente. Nesse tipo de combinação o bloqueio da comunicação aparece logo nos primeiros contatos, impedindo a continuidade de um relacionamento duradouro. Se analisarmos o mercado de trabalho atual, podemos constatar uma incidência de desempregados que se enquadram nessa combinação. O mercado globalizado exige novas competências dos profissionais e aqueles que não percebem a necessidade de mudar e não reagem na mesma velocidade das mudanças se perdem pelo caminho, despreparados e incompetentes para as novas demandas organizacionais. Sem credibilidade, não convencem e nem persuadem os empregadores. Nesse caso, o destino certo é a exclusão.

Ser e parecer ? Você é uma verdade. Essa é a combinação que resulta na verdade. É a mais convincente, pois não só o emissor da mensagem acredita e sabe de suas próprias competências como também é percebido como tal aos olhos do outro. Sua credibilidade é baseada no ?ser?.

E você, o que tem sido? Um segredo ou uma mentira? Uma falsidade ou uma verdade? Pense nisso! Sua credibilidade hoje se tornou uma questão de sobrevivência.

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