Silimed: há 30 anos aumentando a auto-estima das mulheres

Silimed: há 30 anos aumentando a auto-estima das mulheres

Se há 30 anos a professora de português, Margaret Figueiredo, tivesse desistido de nacionalizar as próteses mamárias, seria possível que a música Mania de Peitão, do cantor e compositor Seu Jorge, não existisse. Como ela não desistiu, Seu Jorge canta: “Deixa muita mulher recalcada/E tudo que é homem babando […] Mas o que o povo desconhece/É que este tremendo ciclone/Musa da geração 2000/É armação de silicone”.

As musas da geração 2000 são vaidosas. Em uma pesquisa realizada em 2004 pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), as 117.759 operações de mama ficaram em segundo lugar, perdendo apenas para a lipoaspiração, com 198.137 cirurgias ou 54% do total daquele ano. As mulheres que turbinaram seus atributos após a virada do milênio corresponderam a 32% das cirurgias plásticas estéticas realizadas no Brasil.

Esses números provam que Margaret estava certa ao contrariar outra pesquisa, realizada por uma indústria francesa em 1978. “Eles desembarcaram na cidade do Rio de Janeiro com a idéia de abrir uma filial de um fabricante de implantes de silicone europeu, mas desistiram do negócio ao descobrirem que, na época, a moda era diminuir os seios, e não aumentá-los. No entanto, achei que poderia dar certo”. E não é que deu mesmo? Hoje, a indústria da professora que ensinava português para franceses no Rio é a terceira maior do mundo, presente em mais de 60 países.

O começo – O início da Silimed não foi fácil, pois ela nasceu numa época em que as operações de seios representavam apenas 10% das cirurgias estéticas no País. No começo, a empresa, que tinha só cinco funcionários, era apenas uma representante da marca européia, mas cresceu quando Margaret conheceu seu sócio, o francês Antoine Robert. Juntos, eles fundaram a primeira, e até hoje única, fábrica de próteses de silicones da América Latina.

Como a líder mundial de implantes, uma multinacional norte-americana, já atuava há algum tempo no Brasil, não seria fácil ingressar e disputar o mercado. “O primeiro desafio foi ganhar a confiança dos clientes dessa multinacional. O segundo, foi crescer sem chamar atenção da concorrente. Quando passamos a ser percebidos, resistimos às ações e conseguimos nos neutralizar”, conta a diretora, que hoje administra mais de 400 funcionários.

Clientes – Ao contrário do que muita gente pensa, os principais clientes da Silimed não são as candidatas a musas, mas seus cirurgiões, os chamados clientes intermediários. “Eles sempre foram nossa fonte de sucesso”, confessa Margaret, que explica como conquistou a confiança deles: “Acompanhávamos eventos e congressos de cirurgia plástica no Brasil e exterior, adquirindo mesas para expor nossos produtos”.

No entanto, os produtos não foram a única coisa que atraiu a atenção dos médicos-cirurgiões para a Silimed. Os procedimentos internos de atendimento, formas de pagamento e principalmente a entrega de três pares de próteses para que se tivesse opções no ato cirúrgico foram algumas das táticas da empresa para fidelizar seus clientes.

Mulheres – São as clientes finais da Silimed. Elas podem não comprar as próteses de silicone diretamente na instituição, mas divulgam os produtos melhor que qualquer campanha publicitária. De corpo novo, as mulheres com “mania de peitão” se sentem mais felizes. Essa auto-estima é o combustível da Silimed para crescer cada vez mais. “Queremos continuar a ter sucesso mundialmente, levando o nome do Brasil ao exterior como referência de qualidade”, finaliza Margaret.

Poli… o quê?

A Silimed não se resume a implantes de mama. O silicone, “nas mãos” da empresa, transforma-se em diferentes produtos como as próteses faciais para mulheres ou peitorais para homens.

Além disso, visando melhorar a saúde dos seus clientes finais ao redor do mundo, a Silimed também investe em tecnologia e qualidade ao convidar nomes consagrados para criar novas soluções. É o caso da linha de implantes mamários revestidos com espuma de poliuretano assinada pelos doutores Ivo Pitanguy e Claudio Rebello.

Que visão!

De que forma uma professora de português para estrangeiros percebeu a oportunidade de empreender batendo à sua porta? Mesmo com fatores contrários, como a moda dos seios pequenos e a pouca procura pela cirurgia estética, ela se antecipou ao mercado e previu a popularização do silicone no Brasil. Visão de mercado e coragem para arriscar são as lições que podemos aprender com Margaret, fundadora da Silimed.

Colaborou nesta matéria: Mateus Redivo

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