Sonhos de um marketing gaudério – 2ª parte

Veja como a administração de marketing de produtos tradicionalistas pode responder aos três sonhos do consumidor: reconhecimento social, liberdade e heroísmo. 2ª parte. Depoimentos de empresários do ramo, como os das lojas Rincão Gaúcho e Alchieri, na capital gaúcha, apontam que o consumidor de produtos tradicionalistas é aquele indivíduo porto-alegrense por opção, e não por naturalidade. O porto-alegrense natural da capital não possui o hábito da bombacha, do facão, das danças no CTG. Esse hábito é trazido quando de sua vinda de uma cidade no Interior, em que ali sim a tradição era mais forte. Em uma cidade mais cosmopolita como Porto Alegre, um sotaque mais reforçado ou um pala no rigoroso inverno são indicativos quase certos de que o indivíduo é de origem interiorana. Uma pesquisa da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) revela alguns indicadores socio-econômicos, quando o produto em questão é o chimarrão: o maior número de consumidores está nas classes B e C, com 70,7% da amostra da pesquisa. Enquanto 32% dos entrevistados tomam chimarrão de 1 a 2 vezes por semana, 51% tomam todos os dias. No cruzamento de freqüência de consumo por classe social, percebeu-se que os entrevistados da classe A tendem a tomar chimarrão entre 1 a 2 vezes por semana (e mais aos finais de semana), constatando-se que o chimarrão diário é um hábito mais da classe média do que das classes mais altas e mais baixas.

O Movimento Tradicionalista Gaúcho, criado em 1966 e pretendendo ser a síntese e congregação de todas as manifestações nativistas no Estado do Rio Grande do Sul, é quem talvez melhor explore a gama de produtos que podem ser ofertados sob essa bandeira do tradicionalismo. Para citar alguns produtos do MTG: CD de Hinos Oficiais, coletâneas musicais diversas, Legislação Tradicionalista, agendas de diferentes modelos, livros dispositivos de bandeiras e brasões e obras literárias, além de óbvias camisetas e outros colecionáveis nativistas.

Não obstante um fenômeno regional, percebe-se tentativas exitosas de exportação do conceito do estilo de vida gaúcho para outras querências, como os Estados Unidos, Canadá e Europa, onde churrascarias gaúchas são estabelecimentos disputados por ambos gaúchos em férias e visitantes gastronômicos locais. Quase que por ironia da globalização cultural e mercadológica, a rede de churrascarias Fogo de Chão abriu sua mais recente filial justamente em Atlanta, na Geórgia, sede da multinacional que patrocina nossa Semana Farroupilha. O sonho de transcender, neste caso, se realizou.

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